O jornal Folha de S.Paulo dedicou nesta quinta-feira (15) a primeira página do caderno “Dinheiro” para uma insidiosa reportagem sobre a contribuição sindical, impropriamente designada de imposto sindical. Sob a aparência enganosa de uma notícia objetiva e imparcial, intitulada “Arrecadação de imposto sindical dispara”, o diário da família Frias veicula um texto recheado de insinuações maliciosas e meias verdades.
O que o jornal deixa transparecer, nas entrelinhas, é o objetivo de desmoralizar o movimento sindical — que está em franca ascensão no país. “Isto já não nos surpreende”, observa Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “Não é a primeira vez que a mídia dispara suas calúnias contra o movimento sindical. Na verdade, ela empreende uma campanha sistemática para desacreditar e enfraquecer nossas entidades, procurando com isto impedir um protagonismo maior da classe trabalhadora nas batalhas políticas em curso no país.”
De acordo com a reportagem, entre janeiro a julho deste ano a arrecadação da contribuição sindical chegou a R$ 1,7 bilhão. Esse valor, maior que o total arrecadado em 2008, é explicado pela forte recuperação dos empregos formais e a conquista de aumentos reais por muitas categorias. Tais recursos são destinados principalmente ao financiamento do movimento sindical, ficando os sindicatos com 60% do total, as federações estaduais com 15%, as centrais com 10%, o governo (MTE) com 10% e as confederações com 5%.
O jornal não se limita a reproduzir fatos, conforme recomenda o bom jornalismo. Introduz no corpo do texto julgamentos polêmicos, genéricos e de duvidosa qualidade como se fossem verdades absolutas e incontestáveis. A administração do dinheiro por parte das entidades sindicais “é considerada” (genericamente) “uma ‘caixa-preta’” (não se diz por quem). Este é uma das meias verdades venenosas que o jornal destila, mas não se preocupa em respaldar com fatos.
Manual de redação
A suposta malversação da contribuição sindical, subtendida na ideia de “caixa-preta”, é um crime atribuído não a uma ou outra entidade concretamente, mas ao conjunto das organizações sindicais. O texto sequer considera a hipótese de que os recursos estejam sendo utilizados de forma honesta e transparente para o financiamento da ação e da luta sindical, como no caso da CTB e outras entidades. A família Frias tem ojeriza às lutas e movimentos sociais, não poupando esforço para criminalizá-los e indispô-los com a chamada opinião pública.
A reportagem também sugere que o movimento sindical “reconhece que a atual contribuição compulsória financia sindicatos ‘cartoriais’ (sem representatividade) pelo país”. A generalização é também falsa. É notório que as opiniões sobre o tema são divergentes. O jornal procura explorar essas divergências, divulgando convenientemente algumas declarações de sindicalistas que são contra o chamado imposto sindical sem mencionar o outro lado, desprezando as próprias orientações do Manual de Redação da Folha nesse sentido.
Reza o manual que o jornalista “deve se abster de opinar ou emitir juízo de valor ao relatar um fato ou redigir uma notícia”. E ainda acrescenta: “quando uma notícia envolve opiniões divergentes, o jornalista tem a obrigação de relatar essas diversas versões ao leitor”. Todavia, a reportagem em questão se limita a citar um lado e promove a aparência de que as opiniões de algumas lideranças correspondem a um pensamento único de todo o movimento sindical. Isto tem um nome apropriado: é manipulação.
Espúrio?
Um dos sindicalistas mencionados classifica a contribuição sindical de “imposto espúrio”, embora a central que representa seja a mesma que embolsou, neste ano e em 2008, a maior parte do dinheiro “espúrio” distribuído às centrais, sem cogitar que seria mais coerente devolvê-lo. A Folha também insiste no falso argumento de que a contribuição sindical atrela o sindicalismo nacional ao Estado, subtraindo-lhe a autonomia.
O imposto não impediu, por exemplo, que muitas entidades (como a CTB, Nova Central, UGT, FST, além da Cobap) mantivessem uma posição autônoma, corajosa e firme contra o acordo proposto pelo governo em torno do fator previdenciário e dos critérios para reajuste das aposentadorias e pensões, apesar das pressões em sentido contrário.
A CTB, o FST (Fórum Sindical dos Trabalhadores), a Nova Central e muitas outras entidades defendem a contribuição compulsória conscientes de que é um instrumento legítimo para o financiamento das entidades sindicais, sem o qual muitos sindicatos não teriam como sobreviver. Se já não faz muito sentido ser contra a cobrança de impostos em geral, discriminar o imposto sindical em particular para demonizar, classificar de “espúrio” e fonte de “caixa-preta”, é ainda mais inaceitável.
O objetivo mal disfarçado da campanha movida pela mídia capitalista contra o sindicalismo é enfraquecer a organização da classe trabalhadora, exacerbar as divergências e estimular a divisão, bem como defender o neoliberalismo e vilipendiar as lutas sociais.
Da Redação, com informações do Portal CTB
O que o jornal deixa transparecer, nas entrelinhas, é o objetivo de desmoralizar o movimento sindical — que está em franca ascensão no país. “Isto já não nos surpreende”, observa Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). “Não é a primeira vez que a mídia dispara suas calúnias contra o movimento sindical. Na verdade, ela empreende uma campanha sistemática para desacreditar e enfraquecer nossas entidades, procurando com isto impedir um protagonismo maior da classe trabalhadora nas batalhas políticas em curso no país.”
De acordo com a reportagem, entre janeiro a julho deste ano a arrecadação da contribuição sindical chegou a R$ 1,7 bilhão. Esse valor, maior que o total arrecadado em 2008, é explicado pela forte recuperação dos empregos formais e a conquista de aumentos reais por muitas categorias. Tais recursos são destinados principalmente ao financiamento do movimento sindical, ficando os sindicatos com 60% do total, as federações estaduais com 15%, as centrais com 10%, o governo (MTE) com 10% e as confederações com 5%.
O jornal não se limita a reproduzir fatos, conforme recomenda o bom jornalismo. Introduz no corpo do texto julgamentos polêmicos, genéricos e de duvidosa qualidade como se fossem verdades absolutas e incontestáveis. A administração do dinheiro por parte das entidades sindicais “é considerada” (genericamente) “uma ‘caixa-preta’” (não se diz por quem). Este é uma das meias verdades venenosas que o jornal destila, mas não se preocupa em respaldar com fatos.
Manual de redação
A suposta malversação da contribuição sindical, subtendida na ideia de “caixa-preta”, é um crime atribuído não a uma ou outra entidade concretamente, mas ao conjunto das organizações sindicais. O texto sequer considera a hipótese de que os recursos estejam sendo utilizados de forma honesta e transparente para o financiamento da ação e da luta sindical, como no caso da CTB e outras entidades. A família Frias tem ojeriza às lutas e movimentos sociais, não poupando esforço para criminalizá-los e indispô-los com a chamada opinião pública.
A reportagem também sugere que o movimento sindical “reconhece que a atual contribuição compulsória financia sindicatos ‘cartoriais’ (sem representatividade) pelo país”. A generalização é também falsa. É notório que as opiniões sobre o tema são divergentes. O jornal procura explorar essas divergências, divulgando convenientemente algumas declarações de sindicalistas que são contra o chamado imposto sindical sem mencionar o outro lado, desprezando as próprias orientações do Manual de Redação da Folha nesse sentido.
Reza o manual que o jornalista “deve se abster de opinar ou emitir juízo de valor ao relatar um fato ou redigir uma notícia”. E ainda acrescenta: “quando uma notícia envolve opiniões divergentes, o jornalista tem a obrigação de relatar essas diversas versões ao leitor”. Todavia, a reportagem em questão se limita a citar um lado e promove a aparência de que as opiniões de algumas lideranças correspondem a um pensamento único de todo o movimento sindical. Isto tem um nome apropriado: é manipulação.
Espúrio?
Um dos sindicalistas mencionados classifica a contribuição sindical de “imposto espúrio”, embora a central que representa seja a mesma que embolsou, neste ano e em 2008, a maior parte do dinheiro “espúrio” distribuído às centrais, sem cogitar que seria mais coerente devolvê-lo. A Folha também insiste no falso argumento de que a contribuição sindical atrela o sindicalismo nacional ao Estado, subtraindo-lhe a autonomia.
O imposto não impediu, por exemplo, que muitas entidades (como a CTB, Nova Central, UGT, FST, além da Cobap) mantivessem uma posição autônoma, corajosa e firme contra o acordo proposto pelo governo em torno do fator previdenciário e dos critérios para reajuste das aposentadorias e pensões, apesar das pressões em sentido contrário.
A CTB, o FST (Fórum Sindical dos Trabalhadores), a Nova Central e muitas outras entidades defendem a contribuição compulsória conscientes de que é um instrumento legítimo para o financiamento das entidades sindicais, sem o qual muitos sindicatos não teriam como sobreviver. Se já não faz muito sentido ser contra a cobrança de impostos em geral, discriminar o imposto sindical em particular para demonizar, classificar de “espúrio” e fonte de “caixa-preta”, é ainda mais inaceitável.
O objetivo mal disfarçado da campanha movida pela mídia capitalista contra o sindicalismo é enfraquecer a organização da classe trabalhadora, exacerbar as divergências e estimular a divisão, bem como defender o neoliberalismo e vilipendiar as lutas sociais.
Da Redação, com informações do Portal CTB
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