sábado, 10 de outubro de 2009

O jeito José Serra de governar

CDHU leva famílias para alojamentos precários As remoções foram feitas nos últimos 20 dias de áreas de risco no Jardim Santo André

A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) retirou 80 famílias que moravam em área de risco do Jardim Santo André, em Santo André. As remoções foram feitas nos últimos 20 dias nas ruas Lamartine, Missionários e da Paz. De acordo com a CDHU, as casas estavam em situação de altíssimo risco e foram removidas de forma emergencial.

A reportagem visitou dois alojamentos, para onde foram levadas 15 famílias. Nestes locais, cerca de 75 pessoas, incluindo 30 crianças, vivem de maneira precária. São seis famílias abrigadas em um escritório da CDHU, onde será erguido um conjunto habitacional, próximo ao Parque da Juventude, no Jardim Ipanema. Três delas chegaram há oito dias e foram alojadas em barracas.

Cristiano da Silva, 28 anos, divide uma delas com a esposa e seis filhos, o mais novo com três meses de vida. “Faz frio, entra água e estamos cozinhando com lenha, quando o vento permite. É uma situação humilhante”, contou. Longe de casa, as crianças deixaram de frequentar a escola.

As outras nove famílias estão em uma creche recém-construída em uma travessa da rua Toledana, no Jardim Santo André, onde dividem apenas um chuveiro. “Na hora do banho é uma confusão. Tem um vazamento lá fora que nos deixa sempre sem água. Meu filho ficou dias com diarreia por que as caixas d’água estão sujas”, explicou Fernanda Bertoldo, 20 anos.

A companhia do governo do Estado ofereceu R$ 4,5 mil para que consigam outro local para morar. Alguns alojados já assinaram contrato. “Esse valor dá apenas para conseguirmos outro barraco. Talvez até pior que aquele em que vivíamos”, lamentou Fernanda.

Parte das famílias não concorda com o valor. Rosilene Ediluz da Silva, 22 anos, afirmou que a CDHU prometeu lhe dar uma casa caso deixasse o barraco em que vivia. “Não vou aceitar esse valor. A dona de casa, o marido e o filho vivem com R$ 480 por mês. A maior parte das famílias vive com mais de duas crianças e possui como renda apenas o Bolsa Família, que tem valor máximo de R$ 200. ABCD Maior.

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