sábado, 24 de outubro de 2009

Rio 2016 é reconhecimento mundial da maioridade do Brasil


“Deus é brasileiro”. Estas palavras do presidente Lula depois de conhecer a designação do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 refletem o estado de ânimo de um país.

Por Esteban Villarejo, do jornal ABC de Madri


O Brasil está na moda, e não só pela organização de eventos esportivos (também irá sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014): tem driblado a crise econômica; gigante das energias “verdes” está a caminho de transformar-se no sétimo produtor mundial de petróleo; e sua estabilidade política se consagrará no próximo ano nas eleições presidenciais às quais Luis Inácio Lula da Silva – raridade na Ibero-América – renunciou a apresentar-se mediante uma mudança constitucional.

Sorridente, com um discurso que transmite “orgulho do país”, e ao mesmo tempo consciente da ilusão e responsabilidade contraída, Henrique Fontana – mão direita de Lula no Congresso brasileiro onde exerce a liderança do Governo – visita a Casa do ABC. É a hora do Brasil.

ABC – Qual foi a receita do sucesso de Lula da Silva?

Henrique Fontana – Desenvolver uma esquerda pragmática na América Latina. Seu governo é do centro-esquerda, está liderado por um partido de esquerda que busca alianças com outras formações do centro e da direita do espectro político. Lula soube diferenciar um programa de partido de um programa de Governo.

ABC – Por que Lula não caiu na tentação de modificar a Constituição para obter um terceiro mandato?

HF – Sua decisão o coroou como um grande estadista e fortaleceu sua credibilidade. Aquele que nasceu como um líder dos trabalhadores brasileiros pode agora constituir-se como um grande líder global graças a essa decisão. Se quisesse modificar a Constituição teria conseguido os apoios necessários, mas haveria gerado um conflito desnecessário.

ABC – Nada a ver com Chávez...

HF – Temos uma gestão de nossa política exterior diferente. Não queremos estabelecer uma idéia de um Brasil imperial, mas de equilíbrio com outras nações. A gestão de Lula é diferente da de Chávez. Queremos respeitar a autonomia de todos os países.

ABC – O que será de Lula longe do Palácio do Planalto depois de oito anos de Governo?

HF – Lula sempre nos disse que quer ter tempo para cozinhar, mas tenho a intuição de que não será assim. Não podemos deixar de aproveitar uma pessoa com sua bagagem política. No âmbito interno, sem dúvida teria uma estreita relação com Dilma Rousseff caso seja a próxima presidenta, pois sempre foi do seu Governo. No âmbito externo, tem uma grande vontade de combater a pobreza mundial.

ABC – Apresente-nos Dilma Rousseff, candidata de seu partido para as eleições presidenciais de 3 de outubro de 2010?

HF – Representa a candidatura da continuidade, da eficácia na gestão pública, como a de Lula, e pode romper um mito: seria a primeira mulher presidenta do Brasil.

ABC – Ano de 2016, Jogos Olímpicos…. O que significa esse encontro para um país como o Brasil?

HF – Os Jogos Olímpicos são o reconhecimento da maturidade do Brasil e um respeito mundial. Seremos o primeiro país sul-americano a organizá-los. O ano de 2016 abrirá um conjunto de cenários que temos que aproveitar.

ABC – Um dos grandes desafios será o da segurança no Estado do Rio de Janeiro, que sofre 6.000 assassinatos por ano...

HF – Desde o início do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) trabalhamos com isso. Além de incrementar os efetivos de segurança, temos programas de investimento social nas favelas, construção de moradias, especialização policial, aumento das forças de inteligência. Queremos que os Jogos Olímpicos sejam qualificados e que deixem um legado para o Brasil.

Fonte: Blog Leitura Global

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