domingo, 13 de dezembro de 2009

Escândalo sem-fim

Leandro Fortes

Quando vieram à tona os vídeos da corrupção da turma do panetone, próceres do DEM, o ex-PFL, disseram a jornalistas que o partido não se comportaria como os demais e puniria duramente os envolvidos no episódio, inclusive o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Era mais um belo conto de Natal. A expulsão sumária, defendida por uma parcela da legenda, virou um processo investigatório de dez dias. O prazo acabou estendido por tempo indeterminado até se transformar na solução de praxe nesses casos: na quinta-feira 10, “premido pelas circunstâncias”, Arruda anunciou seu desligamento e acabou com o constrangimento do DEM de ter de expulsar seu único governador eleito.

Talvez seja esta, no momento, a melhor notícia para os ex-pefelistas, mas não necessariamente para Arruda. A violência da polícia do Distrito Federal contra os manifestantes que protestavam no Eixo Monumental, a principal via de Brasília, revelou o quanto anda insustentável a situação do governador. Enquanto reprimia a cassetetes e gás lacrimogêneo os protestos, Arruda tentava em vão deter os processos de impeachment em curso na Câmara Distrital.

Sem contar na nova onda de denúncias. Segundo apurou CartaCapital, o Ministério Público e a Polícia Federal miram agora irregularidades cometidas na Secretaria de Educação. As ramificações dessa apuração podem chegar ao governo paulista do tucano José Serra.

Principal ponto de contato entre Arruda e Serra, o setor em Brasília foi dominado, nos últimos três anos, por dois prepostos do deputado federal e ex-ministro Paulo Renato Souza, atual secretário de Educação de São Paulo. Juntos, os ex-secretários Maria Helena de Castro e José Luiz Valente emplacaram 503 milhões de reais em contratos sem licitação entre 2007 e 2009.

Somente agora, graças à ação da PF e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi possível mapear as ligações entre os contratos da Secretaria de Educação do Distrito Federal e as empresas envolvidas no esquema de propinas e pagamentos de subornos a deputados distritais da base política de Arruda.

*Confira a íntegra desta reportagem na edição impressa de CartaCapital

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