terça-feira, 8 de março de 2011

Tarso Genro: A democracia e a demonização da política



Novos sujeitos políticos estão surgindo no interior de um processo de desconstituição da política, que ocorre em escala mundial, após o fracasso das receitas neoliberais para a reforma do Estado.

Por Tarso Genro*


Esses novos sujeitos florescem fora dos partidos, tanto nos regimes democráticos como nos países autoritários. Quem substitui os partidos, hoje, são as redes sociais, as organizações de defesa do direito das mulheres contra Berlusconi na Itália, os movimentos populares de jovens no Egito, os "banlieues" nas periferias de Paris.

Todos movimentos em rede, que não pedem licença aos partidos ou aos sindicatos. São designados pela mídia, equivocadamente, como "revoluções", mas sem ideologia unitária. O que pedem são reformas, reconhecimento, oportunidades de trabalho, democracia e participação. São movimentos relativamente espontâneos, não contra a política, mas por outra política. Todo o espontaneísmo é sadio quando se desdobra, em algum momento, em organização consciente.

Torna-se perigoso e contraproducente, em termos democráticos, quando permanece só fluindo, sem substituir o "velho" por nova ordem: a desesperança, nesse caso, pode redundar em salvacionismo ditatorial reciclado, gerando situação inclusive pior que a anterior.

É visível que existe, em grande parte da mídia, também uma campanha contra a política e os políticos, o que, no fundo, é, independentemente do objetivo de alguns jornalistas, também uma campanha contra a democracia.

Ela generaliza o desprezo aos políticos e ao Estado, principalmente àqueles que ainda preservam traços de defesa do antigo Estado de bem-estar. São sempre os partidos políticos, porém, os legatários que reorganizam a sociedade, seja para mais coesão e mais igualdade, seja para mais hierarquia, diferenças sociais e autoritarismo.

É verdade que poucos partidos têm compreendido a profundidade desses movimentos, permanecendo incapazes de apresentar alternativas novas. A maioria, na defesa de seus programas de governo, cinge-se a doses maiores ou menores de "liberalismo" ou "keynesianismo".

Estão desatentos ao fato de que as relações culturais, científicas e econômicas globais mudaram tudo. E que hoje é preciso propor novas formas de organização do Estado, novos tipos de políticas públicas e também organizar um novo sistema de defesa da moral pública.

Mas "representação" e eleições, mal ou bem, sempre constituíram formas de resistência contra o domínio, sem limites, dos manipuladores do capital financeiro especulativo que controlam a vida pública das nações. Eleições e representação constituíram, sempre, "problemas" para os mentores das reformas neoliberais, que agora são os herdeiros políticos do seu fracasso.

O domínio da ideologia neoliberal, além de ter conseguido sua hegemonia a partir da ideia do "caminho único", agora requer conclusões únicas sobre os efeitos da crise, para diluir as responsabilidades de quem a gerou. Desmoralizar a política, partidos e políticos ajuda a
desmoralizar as críticas ao fracasso do seu modelo de sociedade.

Por isso, as frequentes campanhas genéricas contra o Estado e contra os políticos em geral têm sido duras. São campanhas não contra o Estado ausente, que dispensa políticas sociais. Nem contra os políticos corruptos, em especial. Mas uma campanha abrangente contra o Estado e contra a política.

As lições do Oriente e também da Europa servem para todos nós que, imbuídos do "desenvolvimentismo econômico e social", defendemos que o Estado deve ser forte por ser transparente e acessível à participação popular. Jamais deve ser "fraco", para ser obrigado a aplicar as receitas da redução impiedosa dos gastos sociais. E, depois, eleger a caridade privada como meio de compensar desigualdades brutais que o neoliberalismo nos legou.

*Tarso Genro é governador do Rio Grande do Sul pelo PT. Foi ministro da Justiça (2007-2010), ministro da Educação (2004-2005) e prefeito de Porto Alegre pelo PT (1993-1996 e 2001-2002).

Fonte:Portal Vermelho

5 comentários:

Anônimo disse...

Saiu, na VEJA desta semana, uma reportagem muito interessante sobre Luciana Genro, a filha de Tarso Genro. O nome, bastante sugestivo, é "EM NOME DO PAI". Já vou avisando que não é coisa boa.

VERA disse...

Olha só quem fala!!! O anônimo-demo-tucanalha-intelectualoide-debiloide, que todos os dias (mais de uma vez) vem a este blog defender a indefensável quadrilha-demo-tucanalha, cujos "elementos" têm a biografia mais suja do que pau de galinheiro!!! A última (?!) é a filha do Roriz, o amiguinho do FgagáC-vendilhão-da-Pátria-maconheiro, FILMADA recebendo propinas no DF!!! Portanto, o tungano hipócrita deveria olhar o próprio rabo antes de vir aqui escrever merda!!!

Anônimo disse...

DONA VÉIA PETRALHOTÁRIA DEMO-TUNGANONA DA SILVA:


CLASSIFICAÇÃO DA SUA "SOPINHA DE LETRAS": PÉSSIMA!

NOTIFICAÇÃO: SEM RESPOSTA!

SUA COTAÇÃO: "2.400" PONTOS A MAIS NO RISCO-BURRICE, RISCO-ANALFABETISMO E RISCO-PELEGUISMO!

Anônimo disse...

POSTAGEM "TARSO GENRO: A DEMONIZAÇÃO DA DEMOCRACIA POR UM POLÍTICO"


MATA-BURROS" PARA A PELEGONA "VÉIA" PETRALHOTÁRIA DEMO-TUNGANONA DA SILVA!

NÃO SE ESQUEÇA DE RABISCAR, A PARTIR DESTA POSTAGEM DO BLOG ("TARSO GENRO: A DEMONIZAÇÃO DA DEMOCRACIA POR UM POLÍTICO"), UMA ÚLTIMA SOPINHA DE LETRAS,LOGO APÓS O COMENTÁRIO QUE DEIXEI. EU NÃO A LEREI, CLARO, POIS ELA SERÁ APENAS UM RECIBO PASSADO POR VOCÊ, ESTÚPIDA, COMPROVANDO QUE LEU O QUE ESCREVI. VÁ EM FRENTE, ENTÃO, "VÉIA" TROUXA!

PS.: A ADVERTÊNCIA VALE TAMBÉM PARA OS "REPLICANTES" E CLONES DA "PELEGONA"!

VERA disse...

Vá ADVERTIR suas negas, seu anônimo tunganotário!!! Se não quer ser replicado, vá dar suas "palestras" no blog do Cornudo noturno!!! Kiá kiá kiá kiá kiá kiá kiá