Na cerimônia de posse do novo ministro da Defesa, Celso Amorim, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o sucessor de Nelson Jobim é o "homem certo para o lugar certo" e que "as troca de comando fazem parte da rotina".
Segundo a petista, que discursou no evento desta segunda-feira (8) em Brasília, Amorim é um "homem de Estado", um patriota", um "funcionário de carreira" que irá –"tenho certeza"– dar continuidade aos projetos tocados pela pasta da Defesa. "Todos sabemos que as trocas de comando fazem parte da rotina, desde que se troque o comandante, mas não se deixe de fazer o que precisa ser feito", disse.
Sem entrar no mérito das diferenças que teve com o antecessor, Dilma disse apenas que as mudanças "sempre provocam tensão e requerem cuidado". De toda forma, ela disse estar confiante e, à plateia repleta de altas patentes das Forças Armadas, lembrou de citar as qualidades comuns entre os militares e Amorim.
Na análise da presidente, tanto os homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, assim como o ex-ministro de Relações Exteriores, valorizam o "preparo técnico", o "coleguismo", a "moderação nas manifestações", o "profissionalismo" e o "respeito à hierarquia", no que pode ser entendido como um recado a Jobim, que deixou o comando das Forças Armadas após ter criticado o próprio governo.
Dilma reafirmou a importância dos projetos "estratégicos" da Defesa. "Não podem sofrer rupturas ou adiamentos", disse.
A presidente lembrou passagens de destaque do ex-chanceler. Segundo ela, Amorim teve papel determinante na organização da política externa do governo Lula, "quando o Brasil foi elevado ao posto de protagonista".
Ela também mostrou respeitar as posições diplomáticas arriscadas defendidas por Amorim nos últimos anos [ele vem sendo acusado pela oposição de ter aberto diálogo com ditadores africanos, com autoridades radicais da América Latina, do Oriente Médio e até com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]. "Ele é um sujeito de seu próprio estilo", disse. "Ele ajudará muito o ministério a vencer seus maiores desafios."
"Grato pela confiança"
Antes de Dilma, Amorim discursou e afirmou que era "grato pela confiança". O novo ministro disse que está no cargo "mais para ouvir do que para falar". Amorim elogiou os militares e ressaltou valores como respeito à hierarquia e nacionalismo.
Amorim disse ainda que apesar de ser um país pacífico, o Brasil não pode ser confundido como 'desarmado'. O ministro ressaltou que é necessário cuidar das riquezas naturais –citando inclusive o petróleo da camada pré-sal– e preservar as fronteiras terrestres e marítimas. Amorim afirmou que a crescente influência do Brasil no plano político deve ser acompanhado de perto por um plano de defesa. O novo ministro disse ainda que o país deve continuar dando respaldo às ações da ONU.
Amorim foi indicado para a vaga na quinta-feira (4) para substituir Nelson Jobim. O diplomata filiou-se recentemente ao PT e serviu como chanceler nos dois mandatos (2003-2010) de Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Defensor de uma política externa mais ideológica, ele colecionou conquistas e adversários que não chegaram a comover a presidente Dilma Rousseff a mantê-lo no cargo no início deste ano.Uol.
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