domingo, 7 de agosto de 2011

Dilma precisa mirar no exemplo de Correa

Correa constrói mono pólio estatal de mídia
O Estado de S. Paulo - 07/08/2011


Quando assumiu a presidência do Equador, em 2007, Rafael Correa controlava apenas uma rádio estatal, que operava com pouquíssimos recursos. Hoje, o governo é proprietário direto de pelo menos 19 veículos de comunicação, entre eles dois grandes canais de TV. Administrados por uma empresa estatal, cujos responsáveis são indicados pelo presidente, esses veículos se converteram em meio de propaganda oficial e arma contra opositores e a imprensa privada.


César Ricaurte, diretor da Fundamedios, destaca a ligação das cadeias nacionais obrigatórias. No ano passado, foram 330 - quase uma por dia. Correa ainda possui um programa semanal para prestar contas de seu governo. O "monólogo", segundo Ricaurte, é transmitido aos sábados, entre 9h e 13h. "O discurso é sempre o mesmo: desqualificar opositores e criticar a imprensa privada."


O Estado é ainda o maior anunciante do país. O diretor da Fundamedios afirma que hoje não existe prestação de contas das verbas de propaganda. "Os contratos não são públicos. Existe a suspeita de que sejam uma espécie de prêmio para os meios de comunicação aliados do governo. E, sem verba, tenta castigar os críticos", afirmou.


Ricaurte ressalta ainda as semelhanças entre os ataques do venezuelano Hugo Chávez e de Correa contra a imprensa. "Considerando que existem diferenças nas realidades dos dois países, parece até que Correa é muito mais agressivo do que Chávez contra a mídia. No Equador, a perseguição é diária e permanente. Passou das agressões verbais e físicas e para a politização da ameaça. Agora são usados os tribunais."

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