Entre 2003 e 2007, a média de investimento da Petrobrás no setor petrolífero foi de 5,8 bilhões de dólares. Entre 2011 e 2015, esse valor se elevou para 42,5 bilhões. A informação é de José Renato Almeida, coordenador do Programa Executivo de Mobilização da Indústria Nacional (Prominp) e reflete a mudança no setor ocasionada pela descoberta do Pré-Sal. Na segunda-feira 8, o seminário “Pré-sal – Uma transformação na cadeia produtiva de petróleo e gás”, da série Diálogos Capitais, organizado pela CartaCapital, com patrocínio da Petrobrás, discutirá como governo, indústria e sociedade devem encarar esse novo cenário.
Almeida, que coordenará a mesa “Mobilização da indústria nacional”, acredita que esse nível de investimento será mantido nas próximas décadas. Já Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que presidirá a mesa “Infraestrutura e novos empreendimentos na área de petróleo”, aponta para um outro modelo: empresas que chegam ao Brasil para expandir pesquisas na área. Apenas na UFRJ, Guedes afirma que grandes empresas da área como Schlumberger, Baker Hughes e Halliburton investirão cerca de 500 milhões de reais em centros de pesquisa na universidade. O estado do Rio ganhou destaque na exploração de petróleo com a descoberta do pré-sal na da bacia de Campos, costa norte do estado.
“Existe uma diferença entre os dois ambientes: não é papel da universidade oferecer produtos que não sejam na área do ensino e pesquisa e o papel da empresa não é exatamente gerar conhecimento. Mas existe algo novo no mundo e os parques tecnológicos são a expressão disso”, diz ele. Para Guedes, a interação entre universidade e empresa é a própria essência dos parques tecnológicos.
As pequenas e médias empresas
As pesquisas ainda se concentram na Petrobrás, que participa de uma rede de mais de 70 universidades. Mas a tendência é a descentralização. No modelo dos Parques Tecnológicos, universidades oferecem seu espaço para atrair investimentos das grandes. O problema é que isso exclui as pequenas e médias empresas brasileiras, que não possuem recursos iniciais para construir seus próprios centros de pesquisa. Guedes aponta que o governo deve ter políticas públicas que viabilizem a pesquisa nacional nesses parques, com a criação de recursos para que elas possam se instalar. “A nossa meta é ter mais de uma centena de empresas de médio porte”, diz.
Apesar disso, por conta dos altos investimentos da Petrobras, o país ainda tem uma posição de liderança no cenário internacional. Almeida aponta algumas estratégias que tem sido feitas para a distribuição desse mercado entre as várias empresas brasileiras, como a divulgação de demanda pelo site do Prominp, por exemplo, que identifica as necessidades da Petrobras e atrai a oferta da indústria nacional. “O objetivo é, por exemplo, traduzir demanda da Petrobras em parafusos”, explica. Outra estratégia é, em parceria como a Sebrae, promover a qualificação do setor de fornecimento para as petrolíferas. Apesar de possuir demandas especializadas, as empresas do petróleo e gás utilizam produtos gerais, como tubos e os próprios parafusos.
Confira a programação do evento “Pré-sal – Uma transformação na cadeia produtiva de petróleo e gás” que acontece nesta segunda-feira 8:
Manhã
8h30 – 9h: Credenciamento
9h – 9h30: Abertura e composição da mesa
Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo (vai ser representado por um secretário)
Edison Lobão, ministro de Minas e Energia
José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras
Paulo Skaf, presidente da FIESP
Luiz Gonzaga Belluzzo, CartaCapital
9h30 – 10h: Saudação: Luiz Gonzaga Belluzzo
Pronunciamentos:
Geraldo Alckmin, governador do Estado de São Paulo
Paulo Skaf, presidente da FIESP
10h – 12h: Apresentações
“O governo federal e a exploração do petróleo da camada pré-sal”
Edison Lobão, ministro de Minas e Energia
“Os investimentos da Petrobras e os novos caminhos para a indústria brasileira”
José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras
12h – 12h30: Debate com participação do público
12h30 -14h: Almoço
Tarde
14h – 14h10: Composição da mesa:
Renato Casagrande, governador do Estado do Espírito Santo
Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional do Petróleo
José Renato Almeida, coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional
Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Darlene Menconi, jornalista da Envolverde, mediadora do seminário
Apresentações
14h10 – 14h40: “Os Estados produtores de petróleo e a questão dos royalties”
Renato Casagrande, governador do Estado do Espírito Santo
14h40 – 15h10: “A defesa do pré-sal e a soberania nacional”
Haroldo Lima, presidente da Agência Nacional do Petróleo
15h10 – 15h40: “Mobilização da indústria nacional”
José Renato Almeida, coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional
de Petróleo e Gás Natural – Prominp
15h40 – 16h10: “Infraestrutura e novos empreendimentos na área de petróleo”
Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro
16h10 – 17h: Debate com participação do público
17h: Encerramento
2 comentários:
Pois é!!!
Essa é a gloriosa Petrobrás que o PSDBostas queria "vender" inteira ( mas só conseguiu a metade) para os gringos e cujo nome mudariam pra Petrobrax!!!
PSDBostas:LADRÕES SEM-VERGONHA!!!
Agora ellles querem acabar com a Petrobras. Mas, não conseguirão JAMAIS.
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