sábado, 28 de junho de 2014

Tucano nomeia namorada. O amor é lindo!

Prefeito é alvo de polêmica por nomear namorada para cargo público
Prefeito de Itaúna gera polêmica ao contratar namorada como assessora








Mais uma vez a vida amorosa de um prefeito tem agitado o cenário político de Itaúna, no Centro-Oeste de Minas. Desta vez, o alvo das especulações é Osmando Pereira (PSDB), que em janeiro assumiu o quarto mandato na cidade. Toda polêmica começou depois que o tucano decidiu contratar a namorada, Rose Campos, como assessora, com salário de aproximadamente R$ 4 mil. O caso foi levado ao Ministério Público, que cobrou explicações. Se a nomeação for considerada ilegal, a servidora poderá ser exonerada e o atual prefeito responderá por improbidade administrativa.



Pereira havia comandado a Prefeitura antes do ex-prefeito Eugênio Pinto (sem partido). Durante os oito anos em que Eugênio esteve à frente da prefeitura, o município passou por vários escândalos. Um dos primeiros foi a nomeação de sua então namorada, Íris Léia Rodrigues, como chefe de gabinete. 



Durante os dois mandatos de Eugênio, Íris esteve ao lado dele – apesar de os dois afirmarem que o romance havia terminado e que havia sobrado apenas uma “forte amizade”. Eugênio acabou afastado em dezembro do ano passado, pouco menos de um mês antes de encerrar o mandato. Ele responde a 26 processos judiciais por improbidade administrativa. O romance também atrapalhou os planos de Íris, que tentou ser eleita vereadora, mas teve a candidatura cassada por ter mantido uma relação estável com o ex-prefeito. Ela acabou sendo presa em 17 de dezembro, acusada de chefiar uma organização criminosa montada no gabinete da prefeitura, cujo objetivo era fraudar contratos administrativos e, assim, desviar recursos públicos. 



Íris foi liberada há pouco mais de duas semanas e aguarda julgamento em liberdade. Eugênio também está para ser julgado e a novela dos dois parece estar longe de um final feliz. Para o atual prefeito, todos esses escândalos deixaram a população de Itaúna receosa, e, por isso, a contratação de Rose teria deixado muita gente desconfiada. “Não podem relacionar o passado de uma pessoa com o meu. Tenho meu próprio passado dentro da política de Itaúna e não tenho do que me envergonhar. Sempre administrei Itaúna com responsabilidade”, afirma. 



Pereira garante que a contratação de Rose foi feita não pensando no aspecto pessoal, mas no bem da cidade. Ele afirma que a namorada é uma mulher altamente competente para assumir o cargo e que o relacionamento dos dois não interferiu em sua escolha. “Nomeei minha equipe com muita responsabilidade. Precisava de alguém que tivesse um conhecimento excelente em português, que entendesse da gestão de recursos humanos e que fosse de confiança. Rose era essa pessoa”, diz. 



Visita

O atual prefeito e a assessora mantém um relacionamento há um ano e dois meses. Os dois são divorciados e, para Pereira, não houve, em momento algum, uma associação do poder público com sua vida pessoal. “Inclusive, antes dessa contratação, procurei o promotor do Patrimônio Público, Enéias Xavier Gomes, e comuniquei que estava fazendo essa nomeação. Nada foi feito escondido”, acrescenta. 



Gomes confirma que recebeu a visita do atual prefeito, mas deixa claro: não cabe ao Ministério Público orientar o prefeito, e sim fiscalizar se há alguma ilegalidade. “O que eu disse é que poderia ser feita uma investigação, caso essa nomeação fosse feita, para averiguar se há  alguma irregularidade. Não poderia falar para ele nomear ou não a namorada, sem saber os motivos dessa nomeação”, explica. 



O promotor disse que vai avaliar  com a Controladoria e a Procuradoria Geral do Município se a nomeação foi feita com base em critérios profissionais ou se Rose foi colocada no cargo apenas por sua relação com o prefeito. Segundo Gomes, trata-se de um caso raro, em que será necessária uma analise mais profunda, já que a lei proíbe a contratação de cônjugues, companheiros e parentes até 3º grau, mas nada fala sobre a nomeação de namorados. “Será aberto inquérito civil para apurar como foi feita essa nomeação. É preciso analisar as circunstâncias antes de chegar a uma conclusão”, disse

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