domingo, 10 de maio de 2015

A República dos Patetas

Eram três os patetas, Moe, Larry e Curly.

Isso lá nos Esteites. Por aqui, Jô Soares anuncia, para horror das velhas meninas, que no Brasil, quais Gremlins, os patetas se multiplicaram em progressão aritmética. Temos uma verdadeira República de Patetas, disse o ex-gordo.

Aécio, napoleônico, seria o presidente dessa patética república. Uma nação paralela, que vive os simulacros da mídia velha como se fossem a realidade.

Acometido por delírios e alucinações, o neto de Tancredo tenta se livrar do destino do avô, aquele que foi sem nunca ter sido.

Por isso, o jovem Neves já avisou que ele é o verdadeiro presidente, o legítimo. Como se estivesse em um sanatório, tomou posse, botou faixa presidencial e passou a fazer discursos enfurecidos contra a “outra” presidenta, a leviana.

Obstinado e obcecado por arrancá-la do palácio à força e lá se aboletar, olhos vidrados; essa é a cachaça dele.

A população dessa republiqueta, essa patota, é formada por homens de bens, que se auto intitulam homens de bem. Uma malta de sonegadores de impostos que bravateiam contra a corrupção dos outros e se calam ao verem professores sendo torturados em praça pública.

Os patetas andam sempre em bando por ruas e avenidas, vestidos como jogadores de futebol, xingando os mais inomináveis palavrões enquanto rezam o terço e cantam o hino brasileiro, tudo ao mesmo tempo.

Quando há pronunciamentos oficiais da chefe do Estado real, os democráticos patetas debruçam-se sobre suas varandas gourmet e dão colheradas no fundo das caçarolas.

Depois de muito bater panela, madame se senta e vê a novela. Aliviada, cumpridora do cívico dever.

Os mais notáveis representantes dessa republiqueta é um adolescente de ascendência asiática de nome Kim, um roqueiro decadente de barba encanecida, uma jornalista justiceira, uma piriguete da alta sociedade, um mauricinho mentiroso, um comediante sem graça, um deputado-pastor gay e homofóbico, um batman de araque e um bombadão de cérebro anabolizado.

Patético, o Pequeno Kim mostra a bunda flácida enquanto caminha até Brasília para... para quê mesmo? Ah, para pedir o impedimento da presidenta.

Os Revoltados Online se converteram numa fajuta igreja eletrônica, estão sempre a pedir grana a seus fiéis, os Retardados Online, dizem que é para pagar trios elétricos e carros de som, eles apreciam a arte de fazer barulho.

O licantropo roqueiro escreveu as bases filosóficas que doutrinam a patetada, o livro chama-se Manifesto do Nada na Terra do Nunca, uma joia.

Perturbado e contraditório, o encanecido roqueiro atira pedras nas empresas públicas com a mão direita e com a mão esquerda pede patrocínio a estas mesmas estatais, para os seus shows cada vez mais vazios.

A socialite piriguete vai à Miami e mostra, com exclusividade, a nova loja da Barbie, toda vestida de rosa, como uma bonequinha. Tudo que é fútil lhe é útil.

Pululam musas loiras a despir-se em avenidas no que eles chamam de protestos, exibindo silicones, botoxes, lipos e cartazes: “vai pra Cuba, vai pra Venezuela, vai pra União Soviética... vem pra rua.

Na República dos Patetas, a mídia faz o jogo sujo de mentir, omitir e entreter os midiotas. Ninguém se importa, os patetas odeiam a realidade. Só acreditam no próprio delírio. Nada é levado à sério.

A jornalista que ontem, sisuda, era âncora do jornal mas patético da TV, hoje faz pole dance pelas manhãs no mesmo canal, sorridente.

É xingar palavrão e rezar o terço.

Nunca contradiga um pateta, isso pode lhe custar algumas patadas. Eles são como o cachorro do Beto Richa, rangem os dentes e mordem qualquer um que queria lhes revelar a realidade.

Palavra da salvação.

Lelê Teles

Jornalista e publicitário. Roteirista do programa Estação Periferia (TV Brasil), apresentador do programa Coisa de Negro (Aperipê FM) e editor do blog FALA QUE EU DISCUTO


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