quinta-feira, 14 de agosto de 2008

NÃO HAVIA CIRCO, POR ISSO O BANDIDO FICOU MUDO

Daniel Dantas fica calado em depoimento à Justiça

Ao contrário do que ocorreu ontem na CPI dos Grampos, dessa vez o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, permaneceu calado em seu depoimento ao juiz federal Fausto De Sanctis. Além de Dantas, também permaneceram em silêncio Humberto Braz, considerado o “braço direito” de Dantas, e Hugo Chicaroni. A informação é da assessoria da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo.
O silêncio de Dantas obedece a uma orientação de seu advogado, Nélio Machado, que na chegada à sede da Justiça afirmou que seu cliente permaneceria calado, como nos depoimentos anteriores.
O banqueiro, que responde por tentativa de suborno, teria enviado Humberto Braz e Hugo Chicaroni para realizar o suposto suborno. A intenção de Dantas, segundo a PF, seria dar US$ 1 milhão para que o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves retirasse seu nome e de pessoas ligadas ao Opportunity das investigações policiais.
Como testemunha de acusação nesse processo, Victor Hugo começou seu depoimento ao juiz De Sanctis às 11h30. Além dele, também vão depor como testemunhas o delegado Protógenes Queiroz e o escrivão da Polícia Federal Amadeu Ranieri.
Depoimento na CPI
Ontem, Daniel Dantas foi ao Congresso prestar esclarecimentos à CPI dos Grampos sobre supostas escutas ilegais ordenadas por ele contra a Telecom Itália, durante o processo de compra da Brasil Telecom. Para isso, Dantas teria contratado a empresa Kroll. O banqueiro negou a acusação e fez algumas revelações.
Preso no mês passado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal, acusado de comandar um bilionário esquema de crimes financeiros, Dantas afirmou que a operação policial foi articulada pelo diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda.
Segundo Dantas, a Satiagraha seria uma represália à divulgação de um dossiê com contas de Lacerda no exterior. Na próxima quarta-feira (20), Lacerda vai depor na CPI dos Grampos para rebater as acusações de Dantas.
O banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, afirmou há pouco À CPI dos Grampos da Câmara que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz disse a ele que iria investigar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula. A declaração teria sido feita na semana passada, durante depoimento de Dantas na Polícia Federal.
Conforme destacou o banqueiro, o delegado Protógenes afirmou que investigaria a venda da Brasil Telecom para a Telemar e, caso fosse necessário, "ia até o fim para investigar o filho do presidente Lula". Dantas ressaltou que não conhece o filho do presidente e negou qualquer vínculo profissional com Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. "Ele não é meu sócio em nada." Em 2004, a Telemar investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa de propriedade do filho de Lula.

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