quinta-feira, 21 de agosto de 2008

TAI UM CANDIDATO EM QUEM VOTARIA SE EU MORASSE EM SÃO PAULO

Intelectuais assinam manifesto em apoio a Jamil Murad

Um manifesto em apoio à candidatura de Jamil Murad (PCdoB) a vereador por São Paulo conta com a assinatura de dezenas de intelectuais. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, o escritor Vladimir Sacchetta e a cientista política Paula Beiguelman são alguns dos signatários.

Medico há 40 anos, deputado por quatro mandatos entre 1991 e 2007, Jamil “é porta-voz de um projeto político avançado, que defende uma nova atitude para São Paulo”, registra o documento. Entre as causas e os princípios defendidos pelo candidato do PCdoB, os apoiadores destacam “a construção de uma cidade mais humana, com melhor distribuição de riquezas, com políticas públicas nas áreas de transporte, segurança, saúde e educação que atendam aos interesses da maioria da população de nossa cidade”.

O texto lembra que Jamil “lutou pelo fim da ditadura militar, pela anistia aos presos e perseguidos políticos e pelo retorno à democracia com eleições diretas”. Não por acaso, uma das personalidades que assinaram o manifesto é a psicanalista Maria Auxiliadora Arantes — que viveu clandestinamente no Brasil entre 1965 e 1976.

Meio acadêmico

A professora emérita da USP e uma das pioneiras na luta por direitos humanos, Paula Beiguelman, aderiu também. Perseguida pelo regime militar (1964-1985), Paula foi aposentada compulsoriamente em 1969, tal como os sociólogos Florestan Fernandes (1920-1995) e Octavio Ianni (1926-2004).

Intitulado “Declaração de apoio a Jamil Murad”, o documento recebeu a adesão de pensadores, professores universitários, artistas, personalidades, jornalistas e ativistas de diversas áreas. São apoiadores de indiscutível reputação e elevada representatividade.

É o caso de Belluzzo, professor titular de economia da Unicamp, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1985 a 1987) e ex-secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo (1988 a 1990). A seu exemplo, outros três economistas da Unicamp — José Carlos de Souza Braga, Frederico Mazzucchelli e Carlos Alonso Barbosa de Oliveira — assinaram a declaração pró-Jamil.

O meio acadêmico tem mais representantes: João Quartim de Moraes, professor titular em Filosofia e criador do Centro de Estudos Marxistas da Unicamp (Cemarx); Heleieth Saffioti, doutora e livre-docente em Sociologia, aposentada pela Unesp; Madalena Guasco Peixoto, diretora geral do Centro de Educação da PUC-SP e membro da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior; entre outros nomes.

Muitos jornalistas

Um dos setores mais presentes no manifesto é o da comunicação, tendo à frente Raimundo Pereira, de 67 anos. Repórter excepcional — com passagens por Veja (a qual ajudou a fundar), IstoÉ e Jornal da Tarde —, sobressaiu como um dos jornalistas mais progressistas do Brasil. Dirigiu vários veículos alternativos, como Opinião, Movimento, Retrato do Brasil e Reportagem.

Entre outros jornalistas no documento, constam Carlos Azevedo (um dos fundadores da revista Realidade, ex-O Estado de S.Paulo e ex-Quatro Rodas), Roniwalter Jatobá (autor de Crônicas da Vida Operária, O Pavão Misterioso e o recém-lançado O Jovem Fidel Castro) e Vladimir Sacchetta (também produtor cultural, co-autor do livro Monteiro Lobato — Furacão na Botocúndia).

O cientista político Gilson de Souza Leão, o procurador de Justiça aposentado Samuel Salina e a artista plástica Ediria Carneiro, viúva do líder comunista João Amazonas (1912-2002), integram o abaixo-assinado.

Foco na saúde

Jamil é o principal candidato do PCdoB nas eleições municipais de São Paulo. Sua campanha se espalha por todas as regiões da capital paulista, somando 15 comitês e mais de 40 núcleos de apoiadores. O site do candidato (www.jamilmurad65123.can.br) aponta a saúde como tema prioritário da candidatura.

Essa preocupação se reflete no manifesto em apoio a Jamil, incrementada por seu currículo na área. “Médico nefrologista, trabalhou no Hospital das Clínicas de São Paulo, no Hospital do Servidor Público Estadual e no Hospital Brigadeiro. Foi diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo por quatro mandatos, lutando por condições dignas de trabalho para os profissionais do setor e por uma saúde pública, gratuita e de qualidade”.

O documento se encerra com um voto de confiança ao candidato comunista: “Por todas essas credenciais, e por nossa plena convicção de que o voto, hoje mais do que nunca, só pode ser expressão de compromissos inarredáveis, consideramos que Jamil Murad merece nossa confiança e nosso apoio para levar sua experiência e capacidade para a Câmara Municipal”.

De São Paulo,André Cintra
Comentários.
Não esqueço nunca as defesas apaixonadas que Murad fazia do governo Lula na CPI dos Correios.
Nesse eu votaria caso morasse em São Paulo.

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