sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Oposição encontrou novo motivo para pedido de CPI do MST

Os partidos de oposição querem reapresentar, na próxima terça-feira (13), requerimento para criação de nova Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST. Desta vez, eles querem investigar ações violentas atribuídas ao Movimento, a partir do episódio do corte de pés de laranjas da empresa Cutrale no interior de São Paulo. A CPI abortada na semana passada com a retirada de assinaturas dos deputados era para investigar o repasse de recursos públicos ao MST.

O vice-líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS), que está à frente da empreitada, informou que já conta com assinatura de 165 deputados e de 34 senadores. Para que a CPMI seja instalada, são necessárias pelo menos 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Lorenzoni anuncia o novo objeto de investigação, dizendo que "o MST faz chantagem com o governo. Então temos hoje um governo que cede chantagem de grupos paramilitares e clandestinos. Tudo isso é missão e dever do Parlamento investigar", afirmou, demonstrando preocupação também com os votos dos trabalhadores rurais. Ele quer saber se os membros do MST farão campanha para os partidos governistas.

Para o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a oposição quer criar conflito para ter proveito eleitoral. "A oposição quer criar conflito, tendo uma postura de quem não quer ajudar a solucionar os problemas do país", disse Fontana.

Para ele, a oposição trabalha contra o Brasil, quando tenta transformar a velha rivalidade entre os fazendeiros e o MST em assunto nacional. "A postura do DEM e daqueles que estão propondo essa CPMI não é de solucionar o problema, nem pensar em uma agenda positiva para a agricultura brasileira", reforçou o deputado.

Na semana passada, os governistas conseguiram retirar 45 assinaturas do requerimento de instalação da CPMI do MST, o que resultou no arquivamento do pedido.

Desta vez, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), disse que a coleta de assinaturas está sendo feita de forma criteriosa, apenas com parlamentares que não devem desistir. O processo de coleta de assinaturas está mais demorado porque está havendo uma seleção para verificar se o parlamentar está disposto a resistir pressão do governo para retirada de assinaturas.

Vermelho, de Brasília.

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