A 7ª Cúpula da Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) termina neste sábado (17), na boliviana Cochabamba, após a aprovação na véspera de uma moeda regional e de “sanções econômicas e comerciais” a Honduras. Na sexta-feira (16), os presidentes de Bolívia, Cuba, Equador, Venezuela, Dominica, Antigua e Barbuda e São Vicente e Granadinas decidiram “aplicar sanções” contra o “regime golpista” de Roberto Micheletti, que derrubou em junho o legítimo presidente hondurenho, Manuel Zelaya.
A própria Honduras faz parte do bloco, ao qual aderiu em 2008. Na sexta, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que a Alba tem “obrigação” de reverter o golpe. Pouco depois da deposição de Zelaya, em 28 de junho, Chávez já havia anunciado a medida punitiva mais importante — o fim do envio a Honduras de 20 mil barris de petróleo/dia, vendidos a preços subsidiados.
O regime golpista de Micheletti já sofre com o congelamento da ajuda internacional — cerca de 17% do Orçamento do país. É consenso entre analistas que, a essa altura, falta uma posição mais firme dos Estados Unidos, que compram 70% das exportações hondurenhas. Washington, titubeante, tem preferido ações quase irrisórias, como a pressão diplomática e o cancelamento de vistos de políticos e empresários envolvidos no golpe.
A resolução da Alba também recomenda um pedido urgente à ONU por um envio de representantes a Honduras para exigir o “respeito à inviolabilidade da missão diplomática (do Brasil) e condições de segurança e humanitárias adequadas para a permanência do presidente Zelaya” na sede diplomática. Zelaya está refugiado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa há três semanas.
Criada em 2004 por Cuba e Venezuela, a Alba reúne nove nações da América Latina e do Caribe que seguem princípios de soberania nacional e de esquerda, opondo-se aos tratados de livre comércio com Estados Unidos e Europa. “A Alba tem que buscar medidas mais severas contra os golpistas que estão matando e atropelando os Direitos Humanos diante do mundo”, disse Chávez durante a reunião.
Nova moeda
A Alba também aprovou a assinatura do tratado constitutivo do Sucre — um sistema virtual de pagamento para o intercâmbio intrarregional que busca substituir o dólar nas transações comerciais entre os países membros. Após a sua implementação, que será gradual, os países da Alba pretendem aplicar posteriormente, também sem data definida, uma moeda comum, assim como o euro na Europa.
Definido por Chávez como “um passo para a nossa soberania monetária para nos libertarmos da ditadura do dólar, que o império ianque impôs ao mundo”, o Sucre ainda deve ter seu regulamento submetido a debates. Para que ele entre em vigência, os países terão que fazer depósitos em suas respectivas moedas locais no Banco da Alba, cuja sede fica localizada em Caracas.
Da Redação Vermelho, com agências
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