quarta-feira, 17 de março de 2010

Lula: Brasil tem confiança plena no acordo de paz e na reconstrução da Palestina



O Brasil nunca esteve tão interessado, como está agora, em ajudar a encontrar uma solução para o conflito entre palestinos e israelenses, e o governo brasileiro está disposto a ajudar no que for possível para que empresários do País também contribuam com o processo, investindo na reconstrução dos territórios palestinos.

A afirmação foi feita pelo presidente Lula nesta terça-feira (16/3) no encerramento do seminário empresarial realizado no hotel Jacir Palace Intercontinental de Belém, na Cisjordânia, que reuniu 120 empresários palestinos e brasileiro. Lula foi aplaudido por seis vezes durante a cerimônia -- na última vez, de pé, por todos os presentes.

A garantia principal que o governo brasileiro pode oferecer para vocês (empresários brasileiros) é a mesma certeza que eu tenho de que não está longe o dia em que será assinado o acordo entre Israel e o estado palestino.

Ao lado do primeiro-ministro palestino Salam Fayad, Lula afirmou que há um certo consenso, “dentro e fora de Israel, dentro e fora da Palestina”, de que é preciso urgentemente consolidar os dois estados para que “os dois povos possam viver livremente”, e o presidente brasileiro está convicto de que Israel e Palestina serão grandes parceiros comerciais.

Lula criticou a construção do muro entre Israel e Palestina -- “não é possivel a gente ficar numa década feliz porque caiu o muro de Berlim, e numa outra década ficar triste porque se está erguendo um muro dividindo o estado de Israel e o estado Palestino” -- e pediu discussões políticas mais aprofundadas e urgência para resolver a questão da região.

Fayad discursou antes e agradeceu a presença de Lula e dos empresários brasileiros em Belém, o que considerou um “gesto de solidariedade”, e afirmou que sem restrições físicas e funcionais, a economia palestina tem grande potencial. O Brasil está disposto a explorar esse potencial, disse Lula, que aproveitou para incentivar a conclusão de um acordo comercial entre o Mercosul e a Palestina nos moldes do que foi fechado com Israel para dar uma nova fronteira aos produtos palestinos no mercado sulamericano. Mas para que isso ocorra, é preciso “vencer o bloqueio que sofre o povo palestino”.

"A asfixia imposta à Cisjordânia e à Gaza impede que a Palestina se beneficie dos fluxos de comércio internacional. Falta financiamento, insumos e tecnologia? Por isso, não basta abrir mercados para setores de reconhecida competitividade, como são os de pedras trabalhadas e azeite de oliva. O nosso desafio está em atrair para a Palestina tecnologia e capitais brasileiros, que ampliem a escala e capacidade técnica do setor exportador", afirmou Lula.

Lula mandou um recado aos empresários palestinos, afirmando que a jornada está apenas começando. A Palestina ainda tem problemas internos a resolver e é preciso haver um acordo para a criação do estado palestino. Mas o presidente brasileiro se mostrou bastante confiante numa solução ainda este ano. Para isso, afirmou, é preciso procurar novos interlocutores para as conversações:

"Eu acho que nós precisamos procurar de todas as maneiras possíveis ajudar a procurar novos interlocutores, a conversar com todos os envolvidos, para ver se a gente consegue, quem sabe neste ano que está tão no começo ainda, chegar a um acordo. Tenho sentido que tem havido evoluções, é só imaginar o que era há 10 anos e o que é agora (a situação na região)", disse.

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