A Procuradoria da República em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a responsabilidade da TV Globo em um caso de homofobia. O processo se baseia em declarações homofóbicas exibidas no Big Brother Brasil 10 no último dia 9, na qual o participante Marcelo Dourado insinua que apenas homossexuais contraem o vírus da aids.
Segundo o procurador Jefferson Dias, da regional dos direitos do cidadão, se comprovada a responsabilidade, a emissora terá de elaborar, no próprio programa, uma resposta à declaração. Exemplo: uma campanha educativa para diminuir os danos causados pela informação equivocada.
Tanto o procurador quanto o infectologista Ronaldo Hallal, coordenador das diretrizes de tratamento de aids no Ministério da Saúde, afirmam que, ao contrário do que disse Pedro Bial no programa, “a Globo tem responsabilidade, pois deu voz ao participante veiculando a declaração em rede nacional”.
Para o médico, a fala “reforça o estigma de que só homossexuais são portadores do HIV”. No mesmo dia, os acessos ao site www.aids.gov.br subiram de 7 mil para 17 mil. “Mas isso não se compara ao número de pessoas que viram o BBB e não foram ao site”, diz Hallal.
Por meio de sua assessoria, a Globo declarou que desconhece o inquérito e que, portanto, não poderia comentar o assunto. A emissora da família Marinho também reafirmou não ser responsável pelas “declarações e opiniões pessoais de participantes de reality shows”.
Da Redação Vermelho, com informações da Folha de S.Paulo
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