terça-feira, 8 de junho de 2010

Doenças avançam enquanto Governo Yeda põe dinheiro no banco


AYRTON CENTENO


Dos dez municípios brasileiros com maior incidência de Aids, entre aqueles com mais de 50.000
habitantes, sete estão no Rio Grande do Sul. Além disso, nos últimos dois anos o estado experimentou o retorno, com força inesperada e várias mortes, da febre amarela que fizera sua última vítima fatal em 1900. E, em 2010, pela primeira vez, a dengue manifestou-se de forma autóctone, ou seja, contraída no próprio solo gaúcho. Estes são alguns dos resultados da não-aplicação, pelo Governo Yeda Crusius (PSDB), de 12% de seus recursos orçamentários na saúde, contrariando o que determina a Constituição. Quem faz o enlace entre causa e consequências é o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado pedetista Gilmar Sossella. Ontem, uma audiência da comissão presidida por Sossella discutiu a auditoria 8236, realizada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) e que apontou irregularidades no emprego, pelo go verno gaúcho, de valores destinados a internações hospitalares, medicamentos, vigilância sanitária e programas de promoção à saúde de crianças, idosos e portadores de HIV. O levantamento do Denasus indica que o governo tucano, perseguindo o déficit zero, resolveu tratar da sua própria saúde financeira em detrimento da saúde dos contribuintes. Constata, que, em 30 de junho de 2009, a Secretaria da Saúde possuía R$ 164,7 milhões aplicados no mercado financeiro rendendo juros e correção monetária. Segundo os dados de 2006 e 2007, o Estado investiu somente 3,48% em saúde. “O Rio Grande do Sul é o estado que menos investe no combate à Aids e onde a doença mais avança”, acentuou Alexandre Boer, um dos coordenadores da Somos Comunicação, Saúde e Sexualidade, uma ONG de Porto Alegre que atua no enfrentamento da síndrome. No começo do ano, a Somos espalhou out-doors pela capi - tal denunciando a ausência de campanhas junto às populações mais vulneráveis ao HIV e pedia “saúde e respeito”. A ela se juntou o Sindicato Médico (Simers) que, após listar a falta de remédios, de exames e de políticas de prevenção, chegou a pedir a prisão do então secretário estadual de Saúde Osmar Terra por “colocar a vida de pessoas em risco".


QUATRO VEZES MENOS


Para o deputado Sossella, o desvio do dinheiro do combate às doenças para os bancos explica tudo. “É a porta de entrada dos problemas. Como é que os municípios gaúchos aplicam, em média, 22% em saúde e o Estado não consegue?”, indaga. O governo estadual alega que atingiu os 12% exigidos. Porém, em uma conta de chegar à percentagem legal, incluiu na sua planilha gastos com saneamento básico e o instituto de previdência dos servidores. “É um artifício. As ações beneficiadas tem que ser universais e gratuitas, o que não é o caso”, contesta Sossella. Para exemplificar, o Denasus assinala que, em 2007, o Estado aplicou somente R$ 368,1 milhões em ações de saúde quando, por lei, deveria ter investido mais de R$ 1,4 bilhão.

Fonte:Brasília Confidencial

Um comentário:

Jefferson disse...

Gilvan,

Essa é no estilo do "Terror". Parece que os demotucanos gostam de festa junina....

Quadrilha da UDN está preparada para eleições

http://byebyeserra.wordpress.com/2010/06/07/quadrilha-da-udn-esta-preparada-para-eleicoes/

Um abraço.