Dilma Rousseff passou a quarta-feira (28) em Natal (RN). Percorreu ruas do centro da cidade em carro aberto, o ‘Dilmamóvel’.
O desfile desaguou numa praça. Do alto de um palanque, a candidata discursou para uma multidão.
A alturas tantas, declarou: “O presidente Lula me deixou um legado [...], que é cuidar do povo brasileiro. Eu vou ser a mãe do povo brasileiro”.
As palavras inspiram duas suspeitas: ou Dilma transmudou-se em Lula ou baixou na marquetagem que a escora o espírito de Lourival Fontes.
Lourival era o chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo, que criou o “pai dos pobres”.
Chama-se Getúlio a praça em que Dilma discursou. Getúlio Ferreira, não o Vargas.
Lula, embora não seja Getúlio nem Vargas, costuma corporificar a qualificação demagógica do velho ditador.
Cogita inclusive plantar em sua biografia uma irmã bastarda da CLT: a CLS (Consolidação das Leis Sociais).
Agora, mais essa: Dilma, a mãe dos pobres! Ela explicou as razões que a fizeram candidata do neo-Getúlio:
“Eu fui a mão esquerda e direita dele, nos melhores e nos piores momentos”.
Nesse ritmo, Dilma ainda troca o terninho pelo macacão. No limite, passa na lâmina o mínimo esquerdo.
Sem mencionar o nome de José Serra, Dilma disse que a oposição “mente” ao dizer que não se contrapôs a Lula.
“Somos democratas, mas nós não convivemos com aqueles que nos atacaram por oito anos e agora vêm com pele de cordeiro. Nós vemos as patinhas de lobo deles”.
Falava na terra do ‘demo’ José Agripino Maia. E não perdeu a oportunidade de fustigar o DEM, partido que ele lidera no Senado.
“Tem uns aí dizendo que não fizeram oposição. Não só fizeram como ela foi pessoal, raivosa contra o presidente Lula, contra nós”.
Ironizou o lema de campanha de José ‘Pode Mais’ Serra: “Por que fizeram menos quando estavam no governo?...”
“...Eles criticaram a transposição do rio São Francisco, falaram que era uma coisa absurda. Esquecem que as pessoas precisam de água para viver”.
A certa altura, pronunciou uma frase que fez lembrar a célebre convocatória de Fernando ‘Não me Deixem Só’ Collor:
“Não me deixem sozinha em Brasília. Elejam nossos senadores e deputados. Os partidos que estão comigo nesse palanque dão uma lição de maturidade política”.
Ao lado de Dilma, além dos aliados locais, estava o candidato a vice, Michel Temer, do PMDB. Ele também discursou.
Disse que Dilma “será a próxima presidente do país, para dar continuidade ao governo Lula”.
Citou um personagem que, perdido nas águas de Angra dos Reis, não terá a oportunidade de contestá-lo:
“Tenho certeza de que o doutor Ulysses Guimarães estaria aplaudindo você, Dilma”. JS.
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