sábado, 31 de julho de 2010

Lula:Dilma sabe que tem que fazer mais


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata à Presidência, Dilma Rousseff, participaram neste sábado (31) de um comício em Curitiba (PR) com lideranças políticas da coligação A União Faz Um Novo Amanhã (PDT, PMDB, PT, PCdoB, PSC e PR). O evento ocorre uma semana após pesquisa do instituto Datafolha apontar Beto Richa (PSDB) com cinco pontos percentuais à frente de Osmar Dias (PDT), candidato apoiado pelo presidente no estado.


Diante de milhares de pessoas na Boca Maldita, tradicional praça de encontros políticos da capital paranaense, Lula disse que foi difícil formar a aliança no estado. “Foi muita conversa com cada um deles, de partidos diferentes, e não foi fácil convencê-los de que estava em jogo não uma loteria, mas a política brasileira, que precisa de melhores governantes. Foram dois anos de negociação”, contou o presidente.

Em seu discurso, o presidente ressaltou os feitos de seus oito anos de governo e disse esperar que a candidata do PT possa fazer ainda mais. “A Dilma sabe que tem que fazer mais e certamente ela irá fazer”, disse Lula, que estava ao lado de Dilma e Osmar Dias, além dos candidatos ao Senado Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT).

Lula se mostrou emocionado quando Osmar Dias lembrou a história de uma jovem graduada graças ao programa ProUni que agradeceu ao presidente pela oportunidade de cursar o ensino superior. O presidente foi ovacionado pela multidão, que gritava ”Lula, eu te amo”.

“O Osmar, a Gleisi o Requião e a Dilma são um projeto para levar o governo Lula para frente”, disse Requião, firmando seu apoio ao candidato da base ao governo. Nas eleições para o governo do Paraná em 2006, Requião derrotou Dias no segundo turno por uma diferença de aproximadamente 10 mil votos.

Ibope

Já Dilma, ao comentar os resultados das últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, minimizou os números. “Pesquisa é o retrato do momento. E nesse momento somos capazes de mobilizar pessoas e partidos políticos que reconhecem o trabalho que foi feito nesse governo.”

Para ela, “não dá para usar salto alto, em clima de já ganhou”. “Temos que ter cautela em relação a pesquisas. Ainda temos uma longa caminhada até o dia 3 de outubro”, agregou a candidata, logo depois de participar do comício em Curitiba.

Pesquisa do Ibope divulgada na sexta-feira (30) aponta Dilma com 39% das intenções de voto, cinco pontos percentuais a mais que José Serra (PSDB), que tem com 34%. Marina Silva, do PV, obteve 7% das intenções de voto. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.

Evento com empresários

Na noite de sexta-feira (30), o presidente teve um breve encontro com empresários paranaenses na Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), em Curitiba. Lula disse que não existe mágica em economia. "Economia é seriedade”, afirmou.

Já Dilma Rousseff ressaltou a importância da educação no Brasil. "Não imagino qualidade de ensino sem pagar bem aos professores", disse. Ela lembrou episódio recente em que professores paranaenses foram reprimidos pela polícia em uma manifestação por reajuste salarial. “Tratam os professores a cassetetes, enquanto falam de educação de qualidade.”

Crítica a oposição

Mas Lula não deixou de atacar opositores e, principalmente, o Congresso Nacional ao pedir voto para candidatos dos partidos que o apoiam. "É preciso que tenha mais rigidez na escolha de candidatos a deputado e deputada para que o presidente da República não tenha a vida dificultada nos grandes projetos que o Brasil precisa", apelou. Ele acentuou que, como cidadão e integrante do PT, vai lutar pela reforma política, a fim de evitar as infidelidades partidárias. "Não dá para continuar do jeito que está, é preciso critério", ressaltou.

As críticas maiores foram contra os senadores. "Peço a Deus que esta companheira (Dilma) não tenha o Senado que eu tive, que seja mais respeitador, que não ofenda o governo", disse. Ele reclamou, principalmente, do fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que teria tirado R$ 40 bilhões da saúde. "Eles, quando estavam no governo, usaram durante oito anos o dinheiro e, quando eu cheguei, eles derrubaram", criticou. Lula disse que muitos perguntam o que ele fará quando sair do governo. "Eu quero ensinar um ex-presidente da República a ser um ex-presidente e não dar palpite a quem está governando", afirmou. "Tenho consciência de que esta companheira tem que montar o governo com a cara dela e não com a cara do Lula e, por ser mulher, sei que tem que colocar mais mulher no governo."

Em seu discurso, Dilma também atacou os adversários, começando pelo vice na chapa de José Serra (PSDB), deputado federal Índio da Costa (DEM-RJ). "Eu tenho um vice capaz e competente, que é o Michel Temer (deputado federal pelo PMDB/SP), não um vice inexperiente e incapaz", afirmou. A candidata destacou que há diferença entre falar e fazer. "Eles, quando puderam mais, fizeram menos", criticou. Para ela, os maiores cortes aconteceram na área de educação. "E trataram professores a cassetete", ressaltou.

Assumindo o papel de uma espécie de mãe cuidadosa do povo brasileiro, destacado por Lula em seu discurso, Dilma disse que todos ficarão tristes quando o presidente deixar o cargo. "Mas vai estar passando a minhas mãos a herança dele, o que ele mais ama, que é o povo", afirmou. "Uma mulher pode cuidar do povo dele, pode apoiar o povo dele." A coordenação da campanha no Paraná espera que a candidata venha mais vezes, com o objetivo de diminuir a diferença para o adversário que é uma das maiores entre todos os Estados.


Da Redação Vermelho, com agências

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