quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dilma, Renato e Dutra criticam Serra por apoiar calúnias de vice


Os presidentes nacionais do PT, José Eduardo Dutra, e do PCdoB, Renato Rabelo, e a própria candidata presidencial Dilma Rousseff, reagiram às declarações do candidato tucano José Serra que, em entrevista concedida ontem (19), endossou as acusações levianas de seu vice, Índio da Costa, sobre as supostas ligações do PT com as Farc.


Índio também havia insinuado que o PT tinha ligações com o narcotráfico, mas depois voltou atrás, porém manteve a insinuação sobre as relações Farc-PT. Foi o que também disseram o próprio candidato tucano José Serra, em Belo Horizonte, o presidente nacional do PSDB e coordenador da campanha de Serra, senador Sérgio Guerra (PE), em Brasília, e o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Dutra: "bando de tresloucados"

Indignado com o baixo nível da campanha tucana, o presidente do PT, José Eduardo Dutra afirmou, em seu microblog, que os políticos da aliança entre o PSDB, o DEM e o PPS agem como um “bando de tresloucados”. "Enquanto a gente debate propostas para o futuro do país, a oposição se comporta como um bando de tresloucados, lançando calúnias ao vento", afirmou, no Twitter.

Ontem, o PT ingressou com ações judiciais contra o deputado Índio da Costa e contra o PSDB. No Supremo Tribunal Federal (STF), o partido processou criminalmente o parlamentar por calúnia e difamação. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT pediu direito de resposta no site do PSDB por conta das declarações do vice de Serra. O PT deverá também protocolar ainda hoje uma ação civil contra o próprio PSDB.

A legenda quer, ainda, que a veiculação da reposta seja exibida na página inicial do portal Mobiliza PSDB por, pelo menos, 144 horas, que é o dobro do período em que a entrevista de Indio permaneceu no ar.

Renato Rabelo: "conduta eleitoral cada vez mais suja"

Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, partido que tem sido um dos principais aliados do PT nas campanhas presidenciais, postou em seu blog que Serra vem atirando a esmo para ver se acerta alguém ligado à candidatura de Dilma Rousseff. "Logo no início da campanha, Serra atacou a Bolívia, argumentando que o país vizinho tinha ligações com o narcotráfico. Agora, incentivou o vice, Índio da Costa, a dizer que o PT tem relações com as Farc, da Colômbia", diz Renato.

Para o dirigente comunista, a oposição alimenta "uma linha de conduta eleitoral cada vez mais suja". Segundo Renato, "na falta de discurso, programa, ideias… sobra baixaria, utilização de espaço público (direito à comunicação) para fins privados (interesses do sistema financeiro) e o pior: menosprezo com a inteligência do povo".

Renato Rabelo diz ainda que "Índio da Costa já demonstrou seu viés ultraconservador legislando contra pobres e mendigos no Rio, todos já devem ter conhecimento. Agora é o José Serra — sob os auspícios e o amparo de um dos maiores jornais de circulação diária do país – que mostra ao Brasil sua mais conservadora face". Renato refere-se ao jornal O Estado de S. Paulo que publicou como manchete de sua edição desta terça-feira (20) o título: "Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, diz Serra".

"A ideologização de extrema-direita tem muito a ver com determinadas conjunturas históricas, sobretudo de crise do capitalismo. Já esse tipo de ideologização em início de campanha eleitoral demonstra outra coisa. (...) Revela uma incapacidade de construir um discurso consistente de oposição ao atual ciclo político inaugurado por Luiz Inácio Lula da Silva em 2003 e que foi se consolidando e avançando em seu segundo mandato com a contribuição decisiva da ex-ministra Dilma Rousseff", finaliza Renato.

Dilma: "não vou baixar o nível da campanha"

A candidata da Coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, também repudiou a acusação de seu adversário. Ontem (19), ao participar de seminário promovido pelo PSB, Dilma disse que nunca esperou que Serra recorresse a essa acusação, atribuiu o comportamento do tucano ao que chamou de “adversidade” e garantiu que não baixará ao nível da campanha do PSDB e do DEM.

"Eu jamais esperei que, diante da adversidade, meu adversário recorresse a esse tipo de acusação. Eu quero dizer a vocês que acho impensável que a eleição desça a esse nível. E quero adiantar que, da minha parte, eu não descerei a esse nível. Não há quem me faça descer a esse nível", rebateu Dilma.

Nesta terça-feira, em Minas Gerais, por insistência dos jornalistas, Dilma voltou ao assunto: "Acho que o Brasil exige de nós qualidade nesse debate eleitoral. Exige apresentação de propostas, exige um debate de alto nível", disse a ex-ministra. "Eu não concordo em continuar esse tipo de polêmica. Não são questões que o povo merece escutar, ouvir, discutir e ter os seus candidatos apresentando para eles", emendou.

Da redação Portal Vermelho, Cláudio Gonzalez
com agências

Nenhum comentário: