Serra responde na prática ao dilema colocado algumas semanas atrás. Promoveu mudança da estratégia de campanha ou simplesmente um complemento-explicitação do que estava sendo elaborado?
A torpeza do ataque de Índio da Costa – inteiramente sustentada por Serra – sobre pretensas ligações PT-FARC, visou surfar no clima que a grande mídia criou em torno da Venezuela que rompeu relações com Colômbia.
Esse tema vincula-se estrategicamente à crítica feroz à política externa de Lula, particularmente no sub-continente sul-americano. Ataques desaconselháveis em qualquer nível (ainda mais por um presidenciável) ao governo de Evo Morales; depois às relações com Paraguai, Argentina e Uruguai; para não voltar a falar de Venezuela. Um parêntese: as críticas à intensificação de relações com países africanos são não só criminosas, como ridículas pelo que explicitam de preconceitos, subserviência e prepotência de capataz.
Como sempre chama a atenção Renato Rabelo, esse é um dos pilares da oposição: pregam o alinhamento automático brasileiro ao campo das grandes potências. Criticam a falta de acordos bilaterais, que no caso da América do Sul têm sido a estratégia norte-americana para se contrapor à integração regional autônoma. A oposição no Brasil faz o jogo rasteiro, verdadeiramente contrário ao interesse nacional, que é a crescente integração sul-americana, na qual o Brasil tem papel mediador e não impositivo.
Como se sabe, na Colômbia venceu a direita tecnocrata e autoritária. Idem no Chile. Serra não deixa mais dúvidas quanto a pretender seguir esse caminho, nas condições do Brasil.
Se houvesse não se explicitaria com tanta clareza o segundo pilar dessa estratégia política, também insistentemente apontada por Rabelo. A crítica frontal aos movimentos sociais, a tentativa de identificar PT e esquerda com agitação e ameaças, a política do porrete com as mobilizações populares com tem sido em São Paulo. Isso significa a volta de tensões sociais graves no país. Tensões que sob o governo Lula encontraram conduto democrático e respeitoso, buscando compor interesses e abrindo perspectivas para conquistas inimagináveis.
É isso mesmo que a direita moderna busca e precisa: criar instabilidade, temor. Serra está preso na armadilha: não pode contestar as conquistas do governo Lula (e assim liderar frontalmente um programa contrário ao de Dilma) e não é o mais indicado para dar continuidade ao programa do atual governo (pois que Dilma é realmente experiente e testada nesse percurso). No terreno da economia não há como a oposição se contrapor à experiência de quase todos os brasileiros de melhoria substancial nos últimos anos. Então, sem propostas, resta neste momento criar armadilhas para uma campanha negativa, do medo.
A questão é que Dilma ainda tem a demonstrar o enorme preparo alcançado, como líder executiva do governo Lula, que esteve à frente de inúmeras e complexas conquistas do desenvolvimento nacional retomado. Isso na TV terá efeito enorme, ao lado da imagem de Lula afirmando isso. É o que resta para desmontar a última perna conhecida da estratégia de Serra, de “comparar experiência” com Dilma.
O risco a evitar é julgar simples ou fácil o confronto. A direita brasileira é sagaz, feroz e experiente. Sua facção moderna tem muito poder no mundo das finanças e da grande mídia. Veja-se Chile e Colômbia, e veja-se a campanha total que se faz no Brasil contra a Venezuela. Serra, no caso, não é neófito. Desvela mais uma vez características marcantes que lhe atribuem em toda a trajetória: joga duro, é obstinado e atua para além do limite do escrupuloso na luta pelo poder.
É real que a oposição está fragilizada politicamente, mas é forte. Não se deve subestimá-la. Serra parece ter superado o dilema apontado, para cair em outro. Com esse rumo e essa pregação (que no fundo tem conteúdo antinacional e antipopular), perde as eleições, perde o comando do PSDB e perde sua própria biografia. Aécio provavelmente não seguirá esses passos e está à espreita do futuro.
A torpeza do ataque de Índio da Costa – inteiramente sustentada por Serra – sobre pretensas ligações PT-FARC, visou surfar no clima que a grande mídia criou em torno da Venezuela que rompeu relações com Colômbia.
Esse tema vincula-se estrategicamente à crítica feroz à política externa de Lula, particularmente no sub-continente sul-americano. Ataques desaconselháveis em qualquer nível (ainda mais por um presidenciável) ao governo de Evo Morales; depois às relações com Paraguai, Argentina e Uruguai; para não voltar a falar de Venezuela. Um parêntese: as críticas à intensificação de relações com países africanos são não só criminosas, como ridículas pelo que explicitam de preconceitos, subserviência e prepotência de capataz.
Como sempre chama a atenção Renato Rabelo, esse é um dos pilares da oposição: pregam o alinhamento automático brasileiro ao campo das grandes potências. Criticam a falta de acordos bilaterais, que no caso da América do Sul têm sido a estratégia norte-americana para se contrapor à integração regional autônoma. A oposição no Brasil faz o jogo rasteiro, verdadeiramente contrário ao interesse nacional, que é a crescente integração sul-americana, na qual o Brasil tem papel mediador e não impositivo.
Como se sabe, na Colômbia venceu a direita tecnocrata e autoritária. Idem no Chile. Serra não deixa mais dúvidas quanto a pretender seguir esse caminho, nas condições do Brasil.
Se houvesse não se explicitaria com tanta clareza o segundo pilar dessa estratégia política, também insistentemente apontada por Rabelo. A crítica frontal aos movimentos sociais, a tentativa de identificar PT e esquerda com agitação e ameaças, a política do porrete com as mobilizações populares com tem sido em São Paulo. Isso significa a volta de tensões sociais graves no país. Tensões que sob o governo Lula encontraram conduto democrático e respeitoso, buscando compor interesses e abrindo perspectivas para conquistas inimagináveis.
É isso mesmo que a direita moderna busca e precisa: criar instabilidade, temor. Serra está preso na armadilha: não pode contestar as conquistas do governo Lula (e assim liderar frontalmente um programa contrário ao de Dilma) e não é o mais indicado para dar continuidade ao programa do atual governo (pois que Dilma é realmente experiente e testada nesse percurso). No terreno da economia não há como a oposição se contrapor à experiência de quase todos os brasileiros de melhoria substancial nos últimos anos. Então, sem propostas, resta neste momento criar armadilhas para uma campanha negativa, do medo.
A questão é que Dilma ainda tem a demonstrar o enorme preparo alcançado, como líder executiva do governo Lula, que esteve à frente de inúmeras e complexas conquistas do desenvolvimento nacional retomado. Isso na TV terá efeito enorme, ao lado da imagem de Lula afirmando isso. É o que resta para desmontar a última perna conhecida da estratégia de Serra, de “comparar experiência” com Dilma.
O risco a evitar é julgar simples ou fácil o confronto. A direita brasileira é sagaz, feroz e experiente. Sua facção moderna tem muito poder no mundo das finanças e da grande mídia. Veja-se Chile e Colômbia, e veja-se a campanha total que se faz no Brasil contra a Venezuela. Serra, no caso, não é neófito. Desvela mais uma vez características marcantes que lhe atribuem em toda a trajetória: joga duro, é obstinado e atua para além do limite do escrupuloso na luta pelo poder.
É real que a oposição está fragilizada politicamente, mas é forte. Não se deve subestimá-la. Serra parece ter superado o dilema apontado, para cair em outro. Com esse rumo e essa pregação (que no fundo tem conteúdo antinacional e antipopular), perde as eleições, perde o comando do PSDB e perde sua própria biografia. Aécio provavelmente não seguirá esses passos e está à espreita do futuro.
Fonte:Blog do Sorrentino
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