terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Luiz Carlos Antero: O digno Brasil da era Lula (2)


Coube ao Presidente operário enfrentar um ambiente e um legado às vezes esquecido — e aqui descrito resumidamente somente para que se tenha uma razoável dimensão da sua importância para o Brasil e seu povo, efetivada no período de dois mandatos —, e sob a ótica de que a construção e a destruição são tarefas paradoxais na essência e formulação.

por Luiz Carlos Antero* para a revista Nordeste XXI

Após realizar sua última viagem internacional como Presidente para receber mais um título de "doutor honoris causa", o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que vendeu a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) e que negou tudo o que escreveu, talvez para que sua obra não constasse na vala comum da mundana imersão presidencial, foi pródigo no patrocínio de um retrocesso democrático que varreu da Constituição de 1988 uma boa parte das conquistas nacionais e sociais posteriores ao fim do regime militar.

Compulsivo na edição de medidas provisórias (MPs), das quais abusou como nenhum antecessor, desmoralizando o Congresso Nacional com seu balcão de negócios, onde barrou 27 CPIs, FHC submeteu também o Judiciário. Para isso, nomeou seu "líder" no STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Nelson Jobim, um sombrio personagem remanescente a determinadas armações da “governabilidade” — ainda hoje vigente como uma ostra, em sua versão castrense, no poder de Estado.

Entreguista extremado, FHC promoveu previamente às privatizações, intensa campanha contra as empresas públicas e abriu lugar cativo em seu gabinete palaciano para o FMI (Fundo Monetário Internacional) — que Lula, determinado, dispensaria depois.

Fervoroso ao legislar contra os trabalhadores, a esses FHC dedicou milhares de ataques letais aos seus direitos conquistados ou a pura e direta repressão — fatos gravados na memória de petroleiros, servidores públicos, caminhoneiros, entre inúmeras categorias.

Enquanto Lula, no seu tempo, definiu o prumo de uma política exterior soberana, independente e multipolar, FHC entrou para a História como o Presidente que mais viajou pelo mundo com a precípua missão de vender o País nos centros hegemônicos da economia internacional. A situação legada para o seu sucessor aproximou a imagem do Brasil das repúblicas da corrupção e de suas elites afogadas pela degradação moral.

Noutra situação, FHC, com seus títulos e pompa de estadista, poderia associar seu destino ao de parceiros como Alberto Fujimori, do Peru, a quem agraciou com elevadas honrarias nacionais, ou de outros elementos com o perfil de Domingo Cavallo, da Argentina, que terminou, nas circunstâncias daquela conjuntura, encarcerado pelo crime formal de contrabando. Na verdade, a essência comum dos fatos apontou em todos os casos para os crimes contra a economia e contra os povos dos seus países.


Políticos conservadores que resistiram ou relutaram ante o movimento pela democratização, aliados e beneficiários da ditadura, foram plenamente restaurados no comando da República pelo pacto neoliberal

Denúncias de corrupção campearam livres e impunes em seus governos. Desde o escândalo da licitação do projeto Sivam, passando pela compra de votos para a aprovação da Emenda da reeleição, até o episódio das privatizações — e do sistema de telecomunicações em particular —, FHC teve sempre um fiel escudeiro a comprometê-lo pelos laços de intimidade, entre os quais Daniel Dantas, embaixador Júlio César, Eduardo Jorge Caldas Pereira, Ricardo Sérgio de Oliveira, alguns deles ainda vigentes num certo noticiário.

A corrupção desenfreada em seus governos, mais que um atestado secular do baixo padrão moral das elites brasileiras, esteve umbilicalmente articulada à aliança dessas elites reunidas num pacto conservador para elegê-lo em 1994 e em 1998. Fundamentalmente as mesmas forças que ofereceram sustentação à ditadura militar e que, ao lado de José Serra e do sociólogo e professor da USP — ele próprio um rebento bem nascido dessas elites —, patrocinaram um novo retrocesso republicano quanto às conquistas democráticas no Brasil.


Políticos conservadores que resistiram ou relutaram ante o movimento pela democratização, aliados e beneficiários da ditadura, foram plenamente restaurados no comando da República pelo pacto neoliberal. Todos estiveram unidos ao PSDB e PFL/DEM nas campanhas de 2002, 2006 e 2010.

As reformas do Capítulo da Ordem Econômica, que buscou aprovar desde o primeiro dia de seu primeiro mandato, em 1995, foram incorporadas à Constituição mediante o jogo fisiológico com os partidos conservadores e a ostensiva ação dos seus lobistas — que trafegavam fagueiros pelo Parlamento. Promoveu-se então o processo de privatizações e desnacionalização da economia brasileira em troca de "moedas podres" e substanciais atrativos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para arranjos de "investidores".

Na entrada de apenas R$ 8,8 milhões da privatização das teles, praticamente a metade foi financiada pelo BNDES. Dois anos e meio antes, foram investidos na infraestrutura do setor, nada menos que R$ 21 bilhões em recursos públicos. A CVRD, com 50 anos de investimentos produtivos e de infraestrutura (em portos, navios, estradas de ferro, locomotivas, e todo tipo de maquinarias e equipamentos) foi transferida por R$ 3,13 bilhões, com seus ativos e jazidas minerais imensuráveis e “incentivos” do mesmo BNDES.

No discurso predador de FHC e de sua equipe neoliberal, as privatizações iriam resolver problemas da Saúde e da Educação, o problema da dívida pública e assegurar a estabilidade da economia. Nada disso ocorreu. Os índices inflacionários voltaram a crescer e o País perdeu ritmo de crescimento econômico.

Tais medidas caminharam pari passu ao corte dos direitos trabalhistas, secundadas pelo ajuste fiscal — que determinou o congelamento dos salários dos servidores federais, o corte de investimentos públicos e na área social que acarretaram drásticas consequências, a exemplo da crise energética do mais apreciado sistema hidrelétrico do mundo. Leia na íntegra

9 comentários:

Anônimo disse...

Que espécie de Brasil é esse, da "Era Lula"? Qual é o país real por trás do país da propaganda enganosa, do faz de-conta, das louvaminhas dos puxa-sacos de sempre? Afinal, que país é este que tentam nos vender como se fosse de milagres e maravilhas? Ele é "o País dos Tolos", já que não passa de ser o produto da adesão oportunista de Lula et caterva a tudo aquilo que combateram, quando constataram que não seriam eleitos nem jamais conseguiriam governar porcaria nenhuma com aquilo que sempre pregaram. Falo da política econômica e também das políticas sociais dos seus antecessores. Como é do conhecimento público, Lula et caterva lutaram ferrenhamente contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Proer, as privatizações, as agências reguladoras, os programas de transferência de renda e tudo, enfim, que conferiu relativa estabilidade econômica e social ao país. Hoje, eles reivindicam a paternidade de tudo. Com a maior desfaçatez. Sem o menor resquício de vergonha na cara. Ou seja: comeram vorazmente em prato alheio e, para completar, cuspiram em cima. E mais: esquecem-se de dizer que, durante os sete anos de vacas gordas da economia mundial, fomos um dos países que menos cresceram na América Latina. E que a nossa participação no PIB mundial foi, pasmem!, 0,2% menor do que no governo FHC!

Mas a monstruosidade da coisa não se esgota aí. Deitaram e rolaram sobre o que os outros fizeram. Já o que os outros não fizeram, eles também não fizeram. Aí está o país real que não nos deixa mentir: sem reformas (política, trabalhista, previdenciária, tributária...), sem educação, sem saúde, sem segurança, sem saneamento, sem rodovias, sem portos, sem aeroportos, sem a mínima condição de crescer e reduzir a pobreza, a não ser vegetativamente, como, alíás, já vinha acontecendo nas últimas décadas.

Mas, para ser justo, há coisas que eles fizeram que os outros não fizeram: rebaixaram, como nunca, a ética e a política; fortaleceram a corrupção patrimonialista e inauguraram, com o mensalão, a corrupção de estado; aparelharam a máquina pública; subverteram a relação entre os poderes; dilapidaram leis e instituições; transformaram eleições democráticas em mero exercício de abuso do poder político e econômico; jogaram a nossa política externa no lixo; solidarizaram-se com tiranos e tiranias dos quatro cantos do mundo, tripudiando sobre os direitos humanos das vítimas dessas tiranias; tramaram, sistematicamente, contra a liberdade de expressão; converteram a Presidência da República num foco permanente de desfaçatez e deboche, e uma série interminável de outras façanhas do mesmo naipe.

E, como se tudo isso já não bastasse, vão deixar uma herança maldita para a presidente-tampão, com inflação ascendente, dívida pública explosiva, irresponsabilidade fiscal que leva ao descontrole nas contas públicas, juros estratosféricos, desindustrialização, devastação dos recursos públicos pela corrupção, degradação do ambiente político e institucional, e por aí afora...

Eis aí o "digno Brasil" da "Era Lula".

VERA disse...

Anônimo tunganão,
Por favor, não queira atribuir ao governo Lula as malvadezas e corrupções protagonizadas pela tucanalha-demoníaca, seus irmãos camaradas! Quer voltar a mamar nas tetas do governo? Procure as de algum desgovernador tungano! No atual governo federal, corrupto não tem vez! Xô!

Anônimo disse...

Dona Vera Bruaca:

Não venha sujar o meu comentário com a sua costumeira sopinha de letras! Volte para a escola, para aprender a ler e escrever. Saber não ocupa lugar, beócia!

Anônimo disse...

Outra coisa: por que a senhora só veio postar aqui depois de mais de uma semana? Não é covardia, má intenção e vigarice demais, mesmo para alguém da sua laia?

VERA disse...

Quem está sujando o blog com comentários imundos é vc! Aqui não é lugar de gente da sua laia! Vá dar seus pitacos sem noção nos blogs da sua gangue: Nobláblá, Cornudo Noturno, Reinaldinho Cabeção, Josias de Souza etc. Desinfete o blog de seus comentários reacionários!!!

Anônimo disse...

DONA "VERA BRUACA DA SILVA":

A senhora, pelo visto, pretende continuar postando as mesmas lulices (em defesa dos vigaristas do partido que o Estadão chamou de "Partido da Bandidagem", e contra os seus cúmplices "demo-tunganos"). E vai continuar a fazê-lo de preferência nas minhas costas, não é mesmo? "Ouça", então:


O fato de a senhora ter postado bem depois (uma semana ou mais), só tem uma explicação: foi por incompetência, covardia e orgulho de sua parte, que sabe que está sendo simplesmente esmagada nesse confronto, mas quer dar a impressão de que ainda respira, pensa, escreve e caminha. Supôs que eu não fosse voltar as comentários anteriores, que eu não fosse ver a sua lambança, não é mesmo? Mas eu voltei. E digo: não se iluda, Dona, pois a senhora já não passa de um zumbi, de uma morta-viva. Até os seus amigos, que são quase todos os outros que comentam aqui e que eventualmente têm saído em sua defesa, devem estar sentindo piedade da senhora ao vê-la, assim, "desnuda, esfolada até os ossos e com as vísceras expostas em praça pública" (são apenas metáforas "não-futebolísticas", para ilustrar as surras que a senhora vem levando de mim, entenda bem!). E se eles disserem que a senhora está se saindo bem, não acredite, pois estarão sendo apenas parciais, na suposição de estar combatendo um inimigo comum. Ou, então, estarão sendo apenas piedosos. De qualquer modo, ainda que bem intencionados, contribuirão ainda mais para o ridículo a que a senhora se expôs e foi exposta, pela sua própria vontade e, é preciso reconhecer, também pela sua leviandade.

Conclusão: por mais que a senhora continue postando desse forma covarde, nas minhas costas, não vai conseguir apagar jamais da sua própria memória e nem da memória dos que leram os nossos comentários, as "surras" homéricas que a senhora levou de mim! Mesmo porque ninguém vai ter o "saco" de ficar voltando lá atrás para ler as respostas que a senhora não teve a coragem nem a competência de dar antes. Muito menos eu, Dona! Ainda mais pelo fato de se tratar de alguém que tem idéias tão curtas, curtíssimas!, e "escreve" tão mal! Sopinha de letras em lulês, nunca mais!

Vade retro, Bruaca!


PS.: Bye, bye, trouxa!

VERA disse...

Postando nas suas costas?! Quanta idiotice! Não seja ridículo!!!

Anônimo disse...

ATENÇÃO, DONA VERA "PETRALHA DEMO TUNGANA DA SILVA":

1. Sempre que a senhora deparar com esta mensagem é sinal de que poderá continuar postando covardemente nas minhas costas, sem que eu responda às suas sopinhas de letras. Saiba, porém, que nem sequer as lerei, para que, além de uma vitória esmagadora sobre a senhora, eu tenha, também, não a ultima postagem, mas a última palavra realmente dada e recebida;

2. Isto significa que termina agora o experimento em que a senhora - trouxa como é - foi minha cobaia, e já tenho a conclusão: a senhora não é, apenas, ignorante, incompetente e covarde por postar nas minhas costas, mas, também, escandalosamente sem-vergonha, uma vez que continua a fazê-lo mesmo depois de descoberta e desmascarada! Com esta medida, estarei evitando, por outro lado, que continue - masoquista como é - a “relaxar e gozar”, mesmo em postagens anteriores, com as sucessivas “surras” que acabo sendo obrigado a lhe aplicar, sem dó nem piedade;

3. Caso ainda paire alguma dúvida a respeito do que penso da senhora e dos membros do partido que o “Estadão” chamou de “Partido da Bandidagem”, basta que releia os meus comentários anteriores. Infelizmente, não é nada de bom. Os membros a que me refiro são, obviamente, os petralhas: petistas que cometem patifarias ou que tentam justificar os petistas que as cometem, e os petistas que fazem as duas coisas ao mesmo tempo. Como é fácil compreender, a senhora faz parte desse seleto grupo;

4. Por outro lado, peço permissão para usar as suas sopinhas de letras (uma verdadeira “antalogia” de asneiras!) nas aulas que ministro, para dar, aos meus alunos, exemplos de como o pensamento pode ser mal formulado e, também, de como a redação de uma pessoa aparentemente sã pode vir a se constituir num monumental atentado à razão e à linguagem escrita. Naturalmente, guardarei um ético e obsequioso segredo em relação à sua autoria;

5. Por fim, devido a essa sua mórbida fixação nos “demos” e nos “tunganos”, nada mais justo que eles sejam, de hoje em diante, permanentemente associados ao seu nome. Permita-me, então, que eu a chame, a partir de agora, com todo o respeito, de VERA “PETRALHA DEMO TUNGANA DA SILVA”, que passa a ser o seu nome de guerra, nessa guerra inglória que a senhora trava, dia e noite - não na realidade, mas na fantasia e no delírio -, com os seus demoníacos inimigos “demos” e “tunganos”. E que, na verdade, não deixam de ser seus comparsas, já que salvaram o seu presidente e o seu partido do impeachment e da extinção;

6. Lembre: ao deparar com esta mensagem, a senhora estará lendo a última palavra sobre o tópico em discussão, e ela é minha! Se quiser “debater” (supondo que seja possível um debate entre nós), será frente a frente, em outro tópico. O que significa que a sopinha de letras que a senhora vai postar, nas minhas costas, não será lida por mim. Desculpe-me, mas não dá mais. Qualquer cristão diria o mesmo. Até o próprio Cristo! Bye, bye, BRUACA! Bye, bye, BABACA!

VERA disse...

EITA! E não é que, além de defensor perpétuo e parte integrante da MAIOR QUADRILHA a assaltar os cofres da Nação brasileira: a tucanalha-demoníaca, o BOÇAL ANÔNIMO DEMO TUNGANÃO, tal qual seu ídolo, o Zé-pinóquio-vampirão, mentiu que não voltaria a nos assombrar, e voltou! Sai pra lá, capeta!!!