Simone Candida
O Globo - 24/12/2010
Filme da Disney estreia hoje na 1ª sala de projeção numa favela
Os moradores do Complexo do Alemão e de seu entorno não precisarão mais se deslocar para outros bairros da Zona Norte para ir ao cinema. Na manhã de hoje, dentro do pacote de presentes de Natal que serão entregues à comunidade, a prefeitura inaugura ali a primeira sala de projeção construída numa favela do Rio: o CineCarioca Nova Brasília, com 93 lugares e equipamentos de última geração, como um projetor 3D. Construído em 12 meses, o cinema custou R$3 milhões, entre obras e equipamentos, e faz parte do projeto "Praças do Conhecimento", que prevê a instalação de salas de exibição e módulos de inclusão digital em áreas onde há obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos maiores atrativos será o preço do ingresso, subsidiado pela prefeitura: R$8 a inteira. Só que todos os moradores da comunidade pagarão somente meia, bastando comprovar que residem na região.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, o CineCarioca Nova Brasília terá padrão de conforto e de qualidade de som e de projeção semelhante às das melhores salas da cidade. A programação, segundo ele, também não vai decepcionar: será comercial, com exibição de filmes do chamado circuitão.
- Será um cinema com cara de cinema, um luxo, com 3D, cadeiras confortáveis. E nada de só programação "cabeça". Se tiver bons filmes nacionais, a gente coloca, se tiver bom filme de circuito, a gente exibe - disse o prefeito, que hoje, às 10h30m, vai entregar o presente à população numa sessão especial só para convidados.
As obras do CineCarioca Nova Brasília foram feitas pela Secretaria municipal de Habitação. A gestão e programação ficará sob a responsabilidade da RioFilme, que contratou a empresa CineMagic para gerenciar a sala. Serão quatro sessões diárias, com programação variada. Todos os 12 funcionários do cinema são moradores do Complexo do Alemão. A sessão de estreia vai exibir "Tron: o legado", da Disney, em 3D. Além de Paes e outras autoridades, 60 estudantes da rede municipal de ensino que moram no Alemão vão assistir ao filme.
A sala terá formato stadium, com 93 poltronas de couro - 88 regulares e cinco adaptadas para obesos e pessoas com necessidades especiais -, ar condicionado, isolamento acústico e bomboniere. Tudo será informatizado e, em cerca de 20 dias, adianta Sandro Rodrigues, diretor da CineMagic, os consumidores vão pode comprar ingressos pela internet ou pelo celular.
Paes conta que o projeto de construção do cinema já vinha sendo realizado desde o ano passado, mas que a chegada das forças de segurança ao local possibilitou uma inaguração mais tranquila:
- Que bom que a gente conseguiu inaugurar com a área pacificada. E o melhor é que vai servir não só aos moradores do Alemão, mas aos que vivem nos bairros em volta.
Desempregado há 8 meses, Wellington Cardoso, de 28 anos, que vive num loteamento ao lado da Nova Brasília, conquistou a vaga de gerente do cinema:
- Estou muito feliz por ter conseguido este emprego, perto de onde eu moro. Uma oportunidade de ouro. Sem contar que fico animado de ver as coisas acontecendo por aqui.
De acordo com o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, a expectativa é levar ao cinema gente que nunca havia entrado numa sala de projeção antes:
- É uma comunidade imensa, impedida de ir ao cinema tanto pela questão do preço quanto pela distância, já que os cinemas mais próximos ficam em shoppings da Zona Norte - diz. - A iniciativa é importante tanto pela democratização do acesso quanto pelo desenvolvimento do mercado, já que estamos trazendo para o cinema um público que hoje está afastado deste universo.
Durante os dois primeiros meses de funcionamento do cinema, a prefeitura vai realizar uma pesquisa entre os frequentadores, tanto para medir o grau de satisfação com a sala e com a programção quanto para identificar o perfil do usuário.
De acordo com a RioFilme, o cinema do Alemão será uma sala comercial, com programação voltada para filmes de grande apelo de público, mas sempre haverá espaço para filmes nacionais.
- Não quisemos fazer um cinema dependente da prefeitura. É um cinema como outro qualquer, que segue as regras comerciais, exibindo o que o público quer. Não vamos impor programação. E, em termos de padrão de conforto e de qualidade de som e imagem, é uma das cinco melhores salas da cidade - garante Sérgio Sá Leitão, acrescentando que a projeção será tanto em padrão DCI (digital) quanto 35 mm, podendo exibir filmes em 3D ou 2D.
A inauguração do CineCarioca faz parte de um projeto maior que transformará toda a Praça do Terço, como é conhecido o local na comunidade Nova Brasília, numa área de lazer, esporte e cultura. Segundo o Secretário de Habitação, Jorge Bittar, em 12 meses o lugar, que tem área equivalente à da Praça Saens Peña, vai ganhar também uma quadra poliesportiva, creche, espaço para lazer e um centro de inclusão digital. Somente naquele trecho da praça foram necessárias 159 desapropriações.
- Foi uma feliz coincidência podermos inaugurar o cinema com a favela pacificada, pois durante as obras tivemos alguns problemas de segurança - comentou Bittar.
Filme da Disney estreia hoje na 1ª sala de projeção numa favela
Os moradores do Complexo do Alemão e de seu entorno não precisarão mais se deslocar para outros bairros da Zona Norte para ir ao cinema. Na manhã de hoje, dentro do pacote de presentes de Natal que serão entregues à comunidade, a prefeitura inaugura ali a primeira sala de projeção construída numa favela do Rio: o CineCarioca Nova Brasília, com 93 lugares e equipamentos de última geração, como um projetor 3D. Construído em 12 meses, o cinema custou R$3 milhões, entre obras e equipamentos, e faz parte do projeto "Praças do Conhecimento", que prevê a instalação de salas de exibição e módulos de inclusão digital em áreas onde há obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos maiores atrativos será o preço do ingresso, subsidiado pela prefeitura: R$8 a inteira. Só que todos os moradores da comunidade pagarão somente meia, bastando comprovar que residem na região.
Segundo o prefeito Eduardo Paes, o CineCarioca Nova Brasília terá padrão de conforto e de qualidade de som e de projeção semelhante às das melhores salas da cidade. A programação, segundo ele, também não vai decepcionar: será comercial, com exibição de filmes do chamado circuitão.
- Será um cinema com cara de cinema, um luxo, com 3D, cadeiras confortáveis. E nada de só programação "cabeça". Se tiver bons filmes nacionais, a gente coloca, se tiver bom filme de circuito, a gente exibe - disse o prefeito, que hoje, às 10h30m, vai entregar o presente à população numa sessão especial só para convidados.
As obras do CineCarioca Nova Brasília foram feitas pela Secretaria municipal de Habitação. A gestão e programação ficará sob a responsabilidade da RioFilme, que contratou a empresa CineMagic para gerenciar a sala. Serão quatro sessões diárias, com programação variada. Todos os 12 funcionários do cinema são moradores do Complexo do Alemão. A sessão de estreia vai exibir "Tron: o legado", da Disney, em 3D. Além de Paes e outras autoridades, 60 estudantes da rede municipal de ensino que moram no Alemão vão assistir ao filme.
A sala terá formato stadium, com 93 poltronas de couro - 88 regulares e cinco adaptadas para obesos e pessoas com necessidades especiais -, ar condicionado, isolamento acústico e bomboniere. Tudo será informatizado e, em cerca de 20 dias, adianta Sandro Rodrigues, diretor da CineMagic, os consumidores vão pode comprar ingressos pela internet ou pelo celular.
Paes conta que o projeto de construção do cinema já vinha sendo realizado desde o ano passado, mas que a chegada das forças de segurança ao local possibilitou uma inaguração mais tranquila:
- Que bom que a gente conseguiu inaugurar com a área pacificada. E o melhor é que vai servir não só aos moradores do Alemão, mas aos que vivem nos bairros em volta.
Desempregado há 8 meses, Wellington Cardoso, de 28 anos, que vive num loteamento ao lado da Nova Brasília, conquistou a vaga de gerente do cinema:
- Estou muito feliz por ter conseguido este emprego, perto de onde eu moro. Uma oportunidade de ouro. Sem contar que fico animado de ver as coisas acontecendo por aqui.
De acordo com o presidente da RioFilme, Sérgio Sá Leitão, a expectativa é levar ao cinema gente que nunca havia entrado numa sala de projeção antes:
- É uma comunidade imensa, impedida de ir ao cinema tanto pela questão do preço quanto pela distância, já que os cinemas mais próximos ficam em shoppings da Zona Norte - diz. - A iniciativa é importante tanto pela democratização do acesso quanto pelo desenvolvimento do mercado, já que estamos trazendo para o cinema um público que hoje está afastado deste universo.
Durante os dois primeiros meses de funcionamento do cinema, a prefeitura vai realizar uma pesquisa entre os frequentadores, tanto para medir o grau de satisfação com a sala e com a programção quanto para identificar o perfil do usuário.
De acordo com a RioFilme, o cinema do Alemão será uma sala comercial, com programação voltada para filmes de grande apelo de público, mas sempre haverá espaço para filmes nacionais.
- Não quisemos fazer um cinema dependente da prefeitura. É um cinema como outro qualquer, que segue as regras comerciais, exibindo o que o público quer. Não vamos impor programação. E, em termos de padrão de conforto e de qualidade de som e imagem, é uma das cinco melhores salas da cidade - garante Sérgio Sá Leitão, acrescentando que a projeção será tanto em padrão DCI (digital) quanto 35 mm, podendo exibir filmes em 3D ou 2D.
A inauguração do CineCarioca faz parte de um projeto maior que transformará toda a Praça do Terço, como é conhecido o local na comunidade Nova Brasília, numa área de lazer, esporte e cultura. Segundo o Secretário de Habitação, Jorge Bittar, em 12 meses o lugar, que tem área equivalente à da Praça Saens Peña, vai ganhar também uma quadra poliesportiva, creche, espaço para lazer e um centro de inclusão digital. Somente naquele trecho da praça foram necessárias 159 desapropriações.
- Foi uma feliz coincidência podermos inaugurar o cinema com a favela pacificada, pois durante as obras tivemos alguns problemas de segurança - comentou Bittar.
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