Rachel Duarte
Para que nunca mais aconteça. Esta foi a principal frase da noite desta quinta-feira, 27 de janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em cerimônia promovida pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul, a presidenta Dilma Rousseff declarou suas primeiras palavras como chefe de estado em agenda oficial. E, logo no começo do discurso disse: “Esta sombra chamada Holocausto inaugurou na história da humanidade, uma das mais lamentáveis violências do homem contra o homem”.
Acompanhada de quatro ministros e dos governadores do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e da Bahia, Jaques Wagner, Dilma chegou ao Palácio do Ministério Público pouco mais de uma hora depois do previsto. O anfitrião Tarso Genro a encontrou no aeroporto e já garantiu uma audiência com a presidenta para esta sexta-feira, 28. Dilma permaneceu em Porto Alegre ao final da cerimônia e estará às 9h30min no Palácio Piratini parar tratar das demandas por recursos do governador. “Vamos focar em dois elementos: os recursos do PAC II, a continuação do PAC I e recursos para o nosso programa de desenvolvimento do estado” adiantou Tarso.
Durante a solenidade, Dilma assistiu todo o protocolo com ar de serenidade. O primeiro ato foi a exibição de um vídeo (abaixo) com imagens do massacre nazista da Segunda Guerra Mundial . No total, 6 milhões de judeus foram mortos. Alguns sobreviventes que residem atualmente no Rio Grande do Sul, acenderam as três primeiras velas das seis que simbolizavam na cerimônia o número total de vítimas do Holocausto.
“O Holocausto não é apenas um marco da história, vivida na II Guerra Mundial. Ele leva ao paroxismo uma determinada prática de trato do opositor político que consiste em calá-lo, mas não apenas silenciando-o ou derrotando-o em guerra aberta., mas através da tortura, da dor e da morte lenta praticada nos campos de extermínio”, discursou Dilma.
A presidente reconheceu o direito do povo judeu a uma “pátria física” e enfatizou a disposição do governo brasileiro de afirmar a paz mundial especialmente no Oriente Médio.
O resto do mundo calou
A data em memória às vítimas do Holocausto foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que não quer que as pessoas esqueçam o drama vivido pelos judeus, sob o nazismo. O presidente da Confederação Israelita do Brasil, Cláudio Lottenberg, recordou que com apoio do Brasil foi possível acelerar a criação do estado de Israel. Salientando a experiência de vida de Dilma, o presidente israelita depositou nela a confiança de um estado mais justo e livre de perseguições de qualquer natureza. “A senhora sabe muito bem o que é ser torturada. E nos dá sinais otimistas de firmeza na preocupação com os direitos universais, com a liberdade de orientação sexual, com os direitos da mulher e com o direito à liberdade religiosa”, disse.
Já o presidente da Federação Israelita do RS, Jarbas Militisky, alertou para a política externa de Dilma não ser a mesma feita por Lula, em relação ao Irã. “Esta questão de ter princípios quanto as relações internacionais é extremamente positiva, porque se houvesse tido isso no passado, o Holocausto não teria acontecido”, disse.
Política externa e relação com Irã
Ele referia-se a declaração dada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, na quarta-feira (26) sobre a política do Brasil em relação ao Irã seguir a mesma linha adotada pelo governo anterior, que fez esforços em 2010 para mediar acordo na troca de urânio levemente enriquecido no Irã pelo produto enriquecido a 20% na Turquia.
Sobre o tema, o governador da Bahia, Jaques Wagner defendeu: “antes um mal acordo do que uma boa briga”. Para ele, a postura de Lula foi de escolher o caminho pacífico de negociar, mesmo com países que tenham algumas posições diversas. “Quanto a não conversar com aqueles que negam o Holocausto, nós temos dois caminhos: ou a negociação pelo diálogo ou o enfrentamento. Eu não aposto no enfrentamento, pois nem todos foram benéficos a humanidade até agora”, disse.
Sobre o tema, Tarso Genro preferiu não se posicionar. Sobre o Holocausto, o governador gaúcho disse que “a simbolização do repúdio da comunidade judia ao nazismo é certeira, porque os seis milhões de judeus mortos no massacre também representavam as diferenças que se difundiam também para as demais comunidades odiadas pela serpente nazista”. Tarso afirmou ainda que: “o Holocausto foi a síntese da resistência a qualquer tipo de barbárie ou violência utilizada para resolver pendências que podem ser processadas dentro da democracia e do direito”.
Os prefeitos de Porto Alegre, José Fortunati e de São Paulo, Gilberto Kassab, também prestigiaram o ato. Fortunati falou no cerimonial e defendeu o mérito de apenas a capital gaúcha ter seguido a resolução da ONU, apoiada pelo Brasil, que pede aos países-membros que elaborem programas de educação sobre o Holocausto. Já Kassab, falou aos jornalistas e disse que sua participação na agenda oficial da presidenta “foi por reconhecer a importância da memória das vítimas do nazismo”. Ele elogiou a atitude de Dilma em continuar o legado de Lula na valorização da agenda do Holocausto. “A presença dela coloca holofotes neste tema que não pode ser esquecido”, disse.
Fonte:Sul21
Um comentário:
Todos se comovem com o Holocausto e acho importante que o façamos!!! Dizem que foram 6 milhões de israelenses mortos. E quantos palestinos, o governo israelense já matou?! E quantas terras palestinas os israelenses já surrupiaram?! Se vamos lembrar o Holocausto israelense, que tal nos lembrarmos também do Holocausto palestino?! Aliás, acho que o maior desejo do governo israelense é fazer também um Holocausto iraniano, com a ajuda dos EEUU e da Europa!!!
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