Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual
Julian Assange, fundador do Wikileaks, colocou a mídia convencional como alvo mais perigoso do que os governos. Em entrevista a blogueiros brasileiros publicada nesta quarta-feira (26), o ativista da organização que tem publicado documentos confidenciais vazados do governo dos Estados Unidos falou ainda sobre política e as possibilidades de democratização promovidos por ferramentas como a internet.
Julian Assange, fundador do Wikileaks, colocou a mídia convencional como alvo mais perigoso do que os governos. Em entrevista a blogueiros brasileiros publicada nesta quarta-feira (26), o ativista da organização que tem publicado documentos confidenciais vazados do governo dos Estados Unidos falou ainda sobre política e as possibilidades de democratização promovidos por ferramentas como a internet.
"A manipulação das informações pela mídia é perigosa, porque quando a própria mídia se afasta do seu papel crítico, não somente os governos deixam de prestar contas", afirmou Assange. Ele citou a Guerra do Iraque, iniciada em 2003, como o exemplo mais claro de manipulação alavancada pela grande mídia, no caso, a dos Estados Unidos.
Sobre uma possível mudança na prática governamental em consequência das informações reveladas pelo Wikileaks, o fundador do site acredita que a livre circulação de informação democratiza o conhecimento. E assim, ao chegar com o mesmo fluxo tanto aos grupos poderosos quanto aos indivíduos, o poder tende a se dividir, oferecendo à sociedade uma força democratizante. "As pessoas que pretendem ser mestras de si mesmas têm de ter o poder que o conhecimento traz", exalta.
Questionado se tinha um posicionamento de esquerda, Assange diz que vê pessoas boas e más nos dois lados do espectro político. Ele esquivou-se dizendo que costuma procurar as pessoas boas e trabalhar por uma causa comum, por que enquanto houver desequilíbrio de poder entre pessoas e governantes, a organização Wikileaks estará do lado das pessoas.
"Isso (a afirmação sobre seu posicionamento) é geralmente associado com a retórica da esquerda, o que dá margem à visão de que somos uma organização exclusivamente de esquerda. Não é correto. Somos uma organização exclusivamente pela verdade e justiça – e isso se encontra em muitos lugares e tendências", explica Assange.
Grande mídia
Em razão da restrição de recursos e de não poder avaliar o resultado do trabalho de milhares de indivíduos, o Wikileaks decidiu trabalhar com grupos de jornalistas que têm audiência significativa, afirmou Julian Assange. A resposta foi dada em função de diversos internautas terem lhe questionado sobre a decisão de disponibilizar os documentos secretos primeiro a veículos de grupos de mídia convencional, como é o caso do Brasil em que os jornais Folha de S. Paulo e O Globo obtiveram o primeiro contato com o material vazado.
"No caso do Brasil, que tem um governo de esquerda, nós sentimos que era preciso um jornal de centro-direita para um melhor escrutínio dos governantes. Em outros países, usamos a equação inversa. O ideal seria podermos trabalhar com um veículo governista e um de oposição", explica o fundador do Wikileaks.
Confira a íntegra aqui.
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