segunda-feira, 11 de abril de 2011

Censura explícita

É claro que houve interferência de Aécio Neves para ser cortada a cena do filme que fala da doação de Mauluf.A propósito, o jornalista Maurício Dias, em livro escrito por ele, fala de um tal de Clube do Milhão, criado para abastecer a campnha de Tancredo Neves.Triste do país governado por Aécio Neves, este sujeito é capaz de comprar a mídia e o Poder Judiciário.



Filme sobre Tancredo corta cena de doações de Maluf


O  Filme "Tancredo - A Travessia", cinebiografia de Tancredo Neves dirigida por Silvio Tendler, chegou aos cinemas sem cenas que afirmam que o mineiro, que morreu antes de tomar posse como presidente, em 1985, recebeu doações para a campanha do hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

O filme foi exibido na semana passada no festival de documentários "É Tudo Verdade", em São Paulo.

Segundo a produção do filme, o neto de Tancredo, senador Aécio Neves (PSDB-MG), acompanhou a produção do filme de perto. Tendler negou motivação política para os cortes ou interferência de Aécio.O tucano também negou ingerência.

Em dezembro do ano passado, reportagem da Folha mostrou, após ter acesso a uma versão não finalizada do filme, que as doações foram reveladas pelo sobrinho de Tancredo e hoje senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

Dornelles afirma que recorreu a Maluf após Tancredo lhe relatar uma situação financeira "caótica" em sua campanha para governador de Minas em 1982.

Maluf, em depoimento à versão não finalizada do filme, confirma: "Dei-lhe uma ajuda dentro da lei".
Em 1985, Tancredo e Maluf eram adversários quando o mineiro foi eleito o primeiro presidente após a ditadura. Tancredo era do oposicionista MDB e Maluf, do PDS.

Tendler disse acreditar que Maluf fez a doação para derrotar o adversário de Tancredo em Minas, Eliseu Resende. Assim, ele enfraqueceria Mário Andreazza, aliado de Resende, que disputava com Maluf a candidatura do PDS a presidente.


Questionado em 2010, Aécio disse que, se houve a doação, foi "nada que tenha sido significativo". A Folha apurou que houve autocensura na equipe de Tendler para não incomodar a família.


A doação era um dos pontos que mostravam contradições do mineiro. Tendler rechaça a avaliação: "[A cena] não revelaria contraditório, mas sutilezas da política".


OUTRO LADO


O cineasta Silvio Tendler atribuiu os cortes das cenas que falam das doações de Paulo Maluf a Tancredo Neves à necessidade de reduzir a duração do filme e de não desviar o foco.

Tendler disse que, quando montou a versão anterior, considerava essas cenas importantes. "Com o tempo, compreendi que se tratava mais de ruído que de informação."


A Folha não conseguiu localizar Paulo Maluf e Francisco Dornelles.

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