A presidente Dilma Rosseff atacou na manhã desta quarta-feira (5) a "falta de sensibilidade" dos governos tucanos e sinalizou que está disposta a bancar a redução de 20,2% da tarifa de energia.
"Reduzir o preço da energia é uma decisão da qual o governo federal não recuará apesar de lamentar a imensa falta de sensibilidade daqueles que não percebem a importância disso", disse a presidente a uma plateia repleta de empresários, durante discurso no Encontro Nacional de Indústrias, em Brasília. "Somos a favor da redução de custos e faremos isso".
Tanto a Cemig quanto a Cesp e Copel, companhias energética de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, respectivamente, se recusaram a renovar a concessão de todas as suas geradoras. Os Estados são governados pelo PSDB.
Sem a adesão das elétricas para atingir a meta estipulada por Dilma, a queda da conta de luz nas residências será de aproximadamente 10%.
O ataque aos tucanos foi velado. Sem citar nomes, Dilma disse que vai fazer "aquilo que os outros não tiveram sensibilidade de fazer". A presidente, contudo, não explicou como vai custear sozinha a redução das tarifas de energia.
Comparou a importância da decisão à redução da taxa de juros, de câmbio e ao respeito a contratos. "Reitero meu compromisso de a partir de 2013 buscar esforço para reduzir a tarifa de energia", anunciou.
RESIDÊNCIAS
Ontem, a Cemig se recusou a renovar as concessões de suas geradoras, em troca do que teria que baixar o preço da energia.
Pelos cálculos do próprio governo, a queda agora será de 16,7%. No caso das residências, porém, o alívio será ainda menor, por causa da necessidade de ligar usinas térmicas, cujo custo é até cinco vezes maior que o das hidrelétricas.
Inicialmente previsto em 16%, o corte na conta de eletricidade para residências pode cair para perto de 10%.
PORTOS E AEROPORTOS
Em clima de balanço de fim de ano, a presidente antecipou ainda medidas que pretende anunciar ainda este mês. Nesta quinta-feira, o governo federal apresenta o pacote de medidas para portos.
"Amanha vamos apresentar à sociedade um conjunto de ações e de investimentos e novas regras regulatórias. Essas regras significam buscar maior produção de cargas, menores custos, mais eficiência", afirmou a presidente.
Ela disse ainda que, até final deste mês, o governo federal apresenta um plano para aeroportos regionais e novas concessões aeroportuárias para aeroportos centrais, como Galeão e Confins.UOL.
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