O professor Samuel Pessoa, da Fundação Getulio Vargas, pode ter todos os méritos acadêmicos.
Tem também o direito de ter atuado como um dos principais assessores econômicos de Aécio Neves, um dos “cabeças” aecistas.
Mas o professor Pessoa há de nos dar o direito de considerar
monstruoso o que ele diz em um debate do Instituto Insper, baluarte do
pensamento conservador.
Mas dizer que “está feliz” com a queda do nível de emprego e com a
redução dos valores dos salários, num país pobre como o Brasil é algo
completamente desumano.
Muito mais em alguém comprometido com o conhecimento, com a ciência
que, quando não se importa com o sofrimento humano, torna-se abominável.
Reproduzo ao fim do post a cena deplorável num trecho editado do vídeo, que pode ser conferido aqui, na íntegra, com mais de uma hora de duração.
Por sorte, o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, presente ao debate, não deixou que isso passasse em branco.
Mas é deprimente ver o ponto a que o credo neoliberal, “mercadista”, é
capaz de levar pessoas que têm toda a capacidade de compreender o que
venham a ser humanidade ou, pelo menos, compaixão com os que sofrem.
Modestamente, lembro ao professor que Economia é uma ciência social,
humana e, portanto, não um fenômeno natural, previamente determinado.
É bom que todos, porém, vejam o que a adoração do bezerro de ouro do
mercado é capaz de fazer até com uma mente preparada e com todas as
condições de não se tornar cínica.
O pior é que o Professor Pessoa tem consciência do mal.
E fica feliz com ele.
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