sábado, 26 de junho de 2010

Da série o Dossiê do Terror:Álvaro Botox Dias deve explicações

Juiz manda ex-prefeito tucano devolver R$ 7 milhões

23/01/2009


A 2.ª Vara Federal de Maringá, Noroste do Estado do Paraná, condenou o ex-prefeito tucano da cidade, Jairo Gianoto, por irregularidades na construção do Hospital Metropolitano.

A condenação, extensiva aos ex-secretário Ivan Murad, ao ex-presidente do Servico Autárquico de Obras e Pavimentação, Ivo Espildora Barros, e às construtoras DM Construtora de Obras Ltda. e Orbis Construções e Empreendimentos Ltda. obriga os réus a ressarcirem os cofres públicos em, aproximadamente, R$ 7 milhões, em decorrência de duas ações civis públicas, propostas pelo Ministério Público e pelo município de Maringá.

As irregularidades e a suspeita de superfaturamento nas obras do Hospital Metropolitano fazem parte das denúncias apresentadas pelo Ministério Público em ação penal que levou o ex-prefeito Gianoto a condenação a 4 anos e seis meses de prisão em regime aberto, em abril do ano passado.

O ex-prefeito maringaense, que governou o município entre 1997 e 2000, já respondeu a diversos processos judiciais por conta do período em que administrou a cidade, chegando, inclusive, a ficar preso por quatro dias em 2006 por desvio de dinheiro público, formação de quadrilha e sonegação fiscal.

As trapaças do ex-prefeito tucano resultaram em prejuízo estimado em R$ 100 milhões.

Segundo o ex-secretário da Fazenda de Gianoto, Luiz Antônio Paolicchi Paolicchi, o dinheiro da prefeitura foi usado para pagar campanhas dos então candidatos a governador do Jaime Lerner (PFL) e a senador do Álvaro Dias (PSDB).

No dia 7 de março de 2001, Álvaro Dias protocolou, na Vara Federal Criminal de Maringá, solicitação para que lhe fosse fornecida uma cópia do depoimento prestado à Justiça Federal por Paolicchi.

O juiz federal substituto Anderson Furlan Freire da Silva deferiu o requerimento.

Igual pedido havia sido encaminhado à Vara Criminal no dia 5 de março de 2001 pelo governador Jaime Lerner — acusado por Paolicchi de ter se beneficiado de verbas desviadas da Prefeitura de Maringá — e também obteve resposta positiva do magistrado.

O senador não disse o que está no depoimento.

Em 1994, na sucessão do governador Roberto Requião (PMDB), Lerner, candidato direita, enfrentava um franco favorito Álvaro Dias.

Um esquema financeiro forte foi montado pelos empresários Mário Celso Petraglia e Atilano de Oms Sobrinho, da INEPAR, com a participação do então presidente do PDT paranaense, o engenheiro Cássio Taniguchi, e do advogado Giovanni Gionédis, que viria a ser o poderosíssimo secretário da Fazenda do Estado.

O quarteto, utilizando-se do prestígio nacional e internacional da então fortíssima INEPAR e da reconhecida habilidade de Petraglia para construir operações financeiras intrincadas, levantou um “papagaio” através de uma off-shore no Uruguai.

Assim, com um caixa razoável, começou a campanha vitoriosa.

Petraglia foi uma das personagens centrais da CPI dos Precatórios, operação nascida de dentro do Banestado, como incubador de desvios do Bradesco, dos pequenos bancos que foram liquidados pelo Banco Central (BC) no rastro das denúncias dos então senadores Kleinubing (PFL-SC) e Roberto Requião (PMDB-PR).

Lerner entregara-lhe o Banestado.

Em 1998, Lerner fez um “acordo branco” com Álvaro Dias.

Álvaro, candidato ao Senado, não apoiou Requião, adversário de Lerner.

Lerner, buscando a reeleição, não lançou candidato ao Senado.

Em 2002, no segundo turno, contra Requião, Lerner abriu seu voto em favor de Dias.

Perderam ambos.

Álvaro Dias também foi um ativo atrirador de farofa no ventilador na época da falácia do “mensalão”.

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