O PT é o partido mais admirado pela nova classe média, famílias com renda mensal entre três e dez salários mínimos. Já o PSDB tem melhor desempenho entre eleitores mais ricos, com renda familiar superior a dez salários, faixa em que o PT tem menor índice de aceitação (16%). Em todas as outras faixas de renda o PT aparece melhor que todos os outros partidos, com 26% da preferência, contra 6% do PMDB e 5% do PSDB. É o que revela pesquisa Datafolha divulgada na edição desta Sexta-feira da Paixão pela Folha de S.Paulo.
Essa nova classe média é a mais disputada por PT e PSDB. Na semana passada, o ex-presidente FHC causou polêmica ao escrever em artigo que se os tucanos continuarem tentando dialogar com o "povão", acabariam "falando sozinhos". Para Fernando Henrique Cardoso, o PSDB deveria investir "nas novas classes médias". As afirmações foram rebatidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que disse não ter compreendido o que o adversário quis dizer. "Nós já tivemos políticos que disseram preferir cheiro de cavalo do que de povo. Agora, tem um ex-presidente que fala para não ficar atrás do povão, esquecer o povão", disse Lula, citanto declaração do general João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar.
Disputada pelas duas legendas que polarizam a briga pelo governo central brasileiro desde 1995, a chamada classe C manifesta maior simpatia pelo PT. O partido de Lula é citado como o mais admirado por 32% dos entrevistados com renda entre R$ 1.636 e R$ 2.725, eleitores que acabaram de ganhar acesso aos bens de consumo e creditam sua ascensão social nos últimos anos ao ex-presidente e ao PT.
O Partido dos Trabalhadores também é preferido por eleitores com renda familiar de cinco a dez salários mínimos (R$ 2.726 a R$ 5.450). Já para os que ganham até dois salários mínimos (R$ 1.090), a legenda tem 23% de aceitação. O pior resultado dos tucanos está na faixa mais pobre, com apenas 4% de citações. "São eleitores que acabaram de ganhar acesso aos bens de consumo e creditam sua ascensão social nos últimos anos a Lula e ao PT", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, ao explicar a "gratidão" de brasileiros recém-saídos da pobreza com o governo Lula.Uol.
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