segunda-feira, 20 de maio de 2013

PiG vai às delegacias e esquece a Virada



Grupo "Palavra Cantada" se apresentando no Parque da Luz
Grupo “Palavra Cantada” se apresentando no Parque da Luz
Sempre gostei das Viradas Culturais que acontecem em Sampa. Reconheço que foi uma boa idéia de Serra – ops, que Serra se apropriou seja lá de quem for, porque ele nunca foi um homem de “idéias”. Mas é realmente uma ótima oportunidade de ver o paulistano descontraído, despido de sua embalagem de carrancudo.
Não, não fico mais de 10 minutos assistindo a qualquer dos diversos shows. Prefiro mesmo passear pelas ruas. Principalmente nas do centro. Me encantam as diversas tribos se cruzando, se assistindo. A pluralidade cultural e estética das danças, ritmos, cores, luzes etc. Parece Carnaval. Mas, fato é, que não divide as pessoas pelo bolso como o Carnaval faz. A Virada é legal porque dá aquela embaralhada sócio-cultural no paulistano por 24 horas seguidas. É um caleidoscópio. E o centro da Virada só pode ser o centro de Sampa. É ali onde o evento pulsa mais intensamente.
No sábado, nas escadarias do Teatro Municipal, acontecia manifestação pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Um grupo de três meninas me cercou e uma delas, que não tinha mais de 12 anos, fez uma singela exposição sobre o tema, me panfletou e me deu uma bala: “Essa bala é o sinal de que você acaba de ser vacinado e vai ajudar a proteger todas as crianças do mundo”. Me deixou com os olhos marejados. Já me afastando fiz-lhe o sinal de que a guardei em meu coração.
A “Viradinha Cultural” – voltada ao público infantil – transformou o lindo Parque da Luz num enorme laboratório de fantasias infantis. Muita musica, contação de histórias, atividades  lúdicas, e muitas, mas muitas famílias inteiras se divertindo. E, claro, a “Viradinha” não durou a noite toda. Recomeçou pela manhã. Vi as crianças receberem fitas nos pulsos, identificando nomes e números dos telefones dos pais. E os pais não demonstravam aquela típica paranóia do paulistano sobre a segurança de seus filhos em lugares públicos.
O que mais me saltou aos olhos desde o início dessa edição da Virada, foi a preocupação com a limpeza. Nunca vi o centro de Sampa tão limpo em toda minha vida! Os garis faziam questão de limpar cada metro quadrado de calçadas e asfaltos. De repente, na Barão de Itapetininga um gari usando um aspirador gigante, que engolia facilmente uma lata de cerveja! Uma diferença gritante pra quem viveu a administração Kassab, não é mesmo? (Como se sabe, Kassab recebeu (e mereceu) o apelido de Prefeito Sujismundo – por ter reduzido as verbas e contratos com as empresas que cuidavam da limpeza da cidade.)
Passei o domingo quase inteiro passeando pelo roteiro da Virada Cultural (das 9h às 16h – quando voltei pra ver a final Santos x Corinthians). Vi muita PM e GCM. Até achei um exagero a quantidade deles em certos locais. Não vi nenhum sinal de violência, vandalismo, desorganização ou descontrole de ninguém. Um ou outro embriagado voltando pra casa, cheiro de maconha em muitos lugares, pessoas alegres, algumas mais agitadas. Mas tudo e todos em paz… Não vi nada do horror que o PiG “viu”.
Agora, pensa bem: é de se esperar que numa madrugada inteira, onde circularam pelas ruas do centro 4 milhões de pessoas bebendo, cantando e dançando, houvessem alguns incidentes, uma morte por overdose e, em se tratando de Sampa, até um latrocínio. Em todas as edições da Virada aconteceram fatos semelhantes ou até piores. Mas parece que em se tratando de prefeito petista os fatos são mais graves!
Todos que moram nesta cidade sabem que é uma das mais violentas do mundo há décadas. É óbvio, que assaltantes se aproveitam de eventos como este, para “lucrar à sua maneira”. De qualquer modo, na noite de sábado pra domingo, as delegacias de Sampa devem ter registrado dezenas de ocorrências, inclusive com mortes, FORA do perímetro da Virada Cultural. Mas para o Estadão, Folha, Globo e filhotes golpistas, grave mesmo foi a Virada de Haddad…
A responsabilidade maior da segurança desta cidade cabe ao comandante em chefe da PM, Geraldo Alckmin, eleito governador do estado por sua população. Desde seu mandato anterior, Alckmin já era refém do PCC e a imprensa escondia e maquiava os índices em sua gestão: seja na segurança, saúde, educação ou transporte público.
O que assusta mesmo é uma notícia como a de que a PM teria facilitado a ação de criminosos. Me recuso a acreditar que isso tenha algum fundamento. Porque se tiver mesmo, se pretendiam desmoralizar o primeiro evento de maior visibilidade da administração Haddad, mandando polícia e bandidos dançarem a mesma dança enquanto a população era assaltada, podemos esperar chumbo cada vez mais grosso vindo dos fascistas de plantão. Sempre, é claro, com total cooperação da “imprensa amiga”.
Pra usar uma expressão que já está se tornando lugar comum – embora a minha intenção não seja a de manifestar qualquer complexo de vira-latas: “Imaginem na Copa”. E se estes golpistas tiverem a ousadia de armar um ataque mais bélico que um assaltante comum para desmoralizar um evento muito maior que a Virada? Fonte:O que será que me dá?

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