quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Até quando o governo vai bancar um comediante que insulta até a parteira de Dilma?


A dupla
A dupla
Em que planeta Danilo Gentili vive?
Considere esta frase que ele colocou no Twitter: “Desde quando eu era financeiramente um pé rapado, em todos os passos que tentei dar o governo esteve lá para atrapalhar, bloquear, extorquir.”
Quer dizer: ele não parece fazer a mais remota ideia de que é sustentado pelo dinheiro público.
O SBT, onde ele trabalha, simplesmente falece sem a publicidade do governo federal.
São cerca de 150 milhões de reais por ano para alimentar pessoas como Danilo Gentili, que se dedica o tempo todo a tentar destruir o governo que, afinal, garante seu emprego.
Gentili estende seu combate sem tréguas ao PT a todas as mídias. Pelo Twitter, ele escreveu nestes dias o seguinte sobre o Natal em casa de José Genoino.
“Genoino é ateu e trabalha pra uma agenda que combate a família tradicional mas quis indulto para celebrar o Natal com a família.”
É a chamada burrice desumana. Desde quando Genoino combate a “família tradicional”? Algumas das mais pungentes cenas ligadas a Genoino depois de ser preso foram protagonizadas por sua filha Miruna.
Por sua “família tradicional”, portanto.
Gentili é o clássico analfabeto político que foi intoxicado pelas ideias simplistas e arquiconservadoras de Olavo de Carvalho, o maior fabricante de imbecis do Brasil moderno.
No SBT, Gentili usa seu programa para promover causas extremamente reacionárias e, claro, atacar o PT.
Para tanto, ele vive convidando seus iguais para ampliar a propaganda direitista. Há poucas semanas, lá estava Reinaldo Azevedo.
Num tuíte no Natal, ele convidou Diogo Mainardi para vir ao Brasil para participar do The Noite. Você pode imaginar o conteúdo dessa futura conversa.
Em outro tuíte, ele diz que foi assassinado jornalista que denunciava irregularidades da prefeitura do PT.
O PT não é apenas corrupto para ele, portanto. É também assassino.
Sobre Dilma, especialmente, ele se esmera em trolagens. Num tuíte da conta de Dilma em que ela dizia que é preciso “apurar com rigor tudo de errado que foi feito”, ele acrescentou: “Comece por sua parteira.”
O estranho nisso, a rigor, não é a pregação incessante de Gentili, a campanha que ele faz em regime de 24 por 7.
O que realmente chama a atenção é que tudo isso é financiado pelo objeto do ódio de Gentili.
Gentili pode dizer o que quer, dentro dos limites da lei, é certo. E Sílvio Santos, no SBT, pode também contratar quem quiser.
Mas há um complemento: o governo não é obrigado a patrocinar alguém que diz que a parteira errou ao trazer à luz Dilma, e nem, muito menos, o dono de uma emissora que povoou seu jornalismo e até entretenimento de pessoas que visceralmente odeiam a pessoa que recebeu 54 milhões de votos há pouco tempo.
O SBT estaria fora do ar, apenas para lembrar, se o banco de Sílvio Santos não tivesse sido socorrido por este mesmo governo.
Sílvio Santos, pelas contratações que faz, deixou claro há muito tempo o que gostaria que acontecesse com o governo nestes últimos doze anos.
O que não entendo, racionalmente, é que este mesmo governo financie a ele e seus capangas como Gentili.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

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