quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O ministério de Dilma




O assunto mais comentado no momento nas redes sociais é sobre os ministros indicados por Dilma para o próximo governo. Uns, com uma visão mais pragmática, mesmo com críticas, são favoráveis aos ministros escolhidos pela Presidenta. Outros, desviando-se para o extremismo infantil, são totalmente contrários.

Eu estou no grupo que acha que Dilma está agindo corretamente.

Claro que Kátia Abreu, Helton Barbalho, Cid Gomes não são os ministros dos meus sonhos e de muitos que militam à esquerda, mas, certamente, irão colaborar com a grande luta política que se vislumbra nesses próximos 4 anos de governo. O Congresso Nacional vindouro será muito mais hostil ao governo Dilma que o atual.

Temos que ter em mente que vivemos num país com um dos piores sistemas políticos-eleitorais do mundo, onde o governo de coalizão é a nota marcante do sistema. No Brasil, infelizmente, nenhum chefe do Poder Executivo (nem federal, estadual, municipal) governa sem o apoio de um bando de fisiologistas, que apoiam esse e aquele governo pensando em cargos e liberação de emendas parlamentares.

No caso do governo Dilma, o PT elegeu pouco mais de 70 deputados federais e meia dúzia de senadores. Agora me digam: como um partido pode governar o país com uma representação parlamentar tão baixa como essa? Não tem como. o partido tem mais é que se aliar a tudo quanto não presta. Ou faz assim ou não governa. Infelizmente é assim. E vai continuar até quando durar esse sistema perverso, que privilegia o compadrio, o fisiologismo.


Se Lula (o trabalho) não se aliasse a José de Alencar (o capital) ainda estaríamos hoje com milhões de pessoas passando fome, com milhões de alunos fora da faculdade, com milhões de pessoas sem ter atendimento médico, com milhões de pessoas desempregadas.Eu mesmo fui um dos grandes críticos da aliança Lula-Alencar, briguei muito com colegas meus que apoiavam a aliança.Depois percebi o quanto estava errado.

Sempre digo: num governo de coalizão o que importa é a hegemonia do partido, do governo líder da coalizão. O importante é saber quem vai ditar as políticas públicas, sociais e econômicas. No governo Lula, o PT sempre teve a hegemonia. No de Dilma, também. Os ministérios mais importantes do governo ficaram com o PT, por isso mesmo o país avançou. Cid, Gomes, Kátia Abreu, Helder Barbalho não vão ser ministros para dizer o que Dilma pode ou pode não fazer, ao contrário, eles terão que se submeter às pautas do governo.


Portanto, gente, mesmo com divergências, temos que apoiar Dilma, que saiu de uma eleição muito apertada, com o país quase dividido, que precisa do apoio de quem votou nela. Enquanto a esquerda fica criticando as escolhas de Dilma, a direita rancorosa, tacanha, mesquinha, golpista está vibrando com a sua divisão. É isso que eles querem. Muita calma nessa hora.

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