segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Globo, o pixuleco e o atentado ao Instituto Lula

MARCO AMBROSIO:
Escrevi dia desses, aqui mesmo neste Brasil 247, que a direita não tem juventude. Desde sempre nós ouvimos nos bastidores que a juventude da direita são os filhos, netos e bisnetos dos políticos tradicionais. Agora surgiram alguns jovens da classe média se intitulando representantes da juventude. Não são. Essa é a razão pela qual a juventude é a que tem as melhores e mais ousadas atitudes.

Uma dessas ousadas atitudes foi a de Manu. Filiada à UJS e acompanhada da juventude que representa, ainda hoje, os jovens guerreiros do Araguaia, a jovem teve a ousadia de furar o pixuleco, um simulacro ridículo de ataque calunioso ao maior líder de massas da história brasileira, o presidente Lula. Antes mesmo de ser processado por qualquer crime, criminosos querem condená-lo. A prova de que são criminosos os que o querem condenado é que o tal boneco inflável custou 12 mil reais e até agora não apareceu a nota fiscal.

Assim é a direita. Espirra ódio, xinga e achincalha, ataca a expõe, mas é incapaz de sair do derredor da própria miséria moral: a sonegação. Se um boneco grande e inflável é feito para caluniar, o primeiro sinal de honestidade seria apresentar a nota fiscal de quem pagou por ele. Como eles não o têm, fica muito fácil supor que a oposição raivosa e as petroleiras americanas podem ter passado nesse mato cheio de coelhos.

Por outro lado, fica muito claro por onde o ódio a Lula é alimentado. Na ocasião de ataque ao Instituto Lula, em que lá jogaram uma bomba, O Globo, em seu pseudojornalismo, dizia que era um "incidente". Ao noticiar o acontecido com o boneco calunioso, o mesmo jornal, em seu pseudojornalismo, adjetivou ter sido um "atentado". É dessa imprensa que vem o ódio ao ex-presidente Lula, por tudo que ele representou de bom ao Brasil. Quando, num ato de mea culpa, o jornal dos Marinho e sua rede televisiva de mentiras resolveu pregar governabilidade para o bem do país, depois do setor produtivo ter mandado às favas qualquer tentativa de golpe e instabilidade, o governo e boa parte do PT parecem ter se convencido do bom senso desse grupo. Não há bom senso e nem respeito à democracia. Os ataques de ódio continuam diuturnamente. Ainda nessa semana o âncora William Waack começou o Jornal da Globo dizendo que o Brasil estava acabando por causa desse governo que fez "o diabo para se reeleger". É assim que essa família usa uma concessão pública de TV, como se fosse a sala de suas mansões. É inadmissível reconciliar o irreconciliável. Dia desses, durante um lançamento de livro, o senador Requião revelou que todos nós já sabíamos: durante o governo Lula o governo achava que a Globo era uma TV parceira. Deu no que deu.

Hoje Manu é vítima de fascistas no Facebook, os mesmos que atacam Lula todos os dias. E o ódio só cresce. Não se afaga fascistas com espaço para sua transgressão, não se educa o opressor e não se reconcilia o irreconciliável. Não há meias palavras no jogo da história, e parece essa ser a única saída para a esquerda brasileira se reencontrar.
 
 
Gabriel Nascimento
Filiado À União da Juventude Socialista e mestrando em Linguística Aplicada pela UnB
 

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