terça-feira, 6 de janeiro de 2009

DESAFIANDO A "CRISE"

06/01/2009

Bolsa sobe quase 2% e completa sexto dia seguido de alta


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,91% nesta terça-feira, aos 42.312,28 pontos, maior patamar desde o dia 3 de outubro.

É a sexta alta seguida; desde 23 de dezembro, a valorização acumulada é de 16%. Os investidores movimentaram R$ de 4,28 bilhões nesta terça, superando a média diária dos últimos dois meses.


"Ainda não é um retorno forte, mas eles (os investidores) estão voltando (para a Bolsa)", disse Jayme Alves, analista da corretora Spinelli.

A sequência de alta das ações brasileiras é sustentada pelo aumento do preço das matérias primas nos mercados internacionais. A demanda da China leva analistas a reverem previsões dos valores do cobre e do minério de ferro.

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Vale subiram 3,4% no dia. Desde o dia 23 de dezembro, esses papéis passaram de R$ 23,2 para R$ 28,9 uma alta de 25% no período. A CSN saltou 5,9% nesta terça.

As da Petrobras subiram apenas 1,4%, apesar de os ataques de Israel a Gaza causarem preocupação sobre o fornecimento de petróleo.

Os papéis de instituições financeiras também vêm registrando recuperação. Os do Banco do Brasil avançaram 5,5%.

Nos Estados Unidos, a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (banco central americano) trouxe um sinal claro de que os juros tendem a permanecer baixos.

"Os membros julgaram que comunicar a expectativa do comitê de que o juro de curto prazo provavelmente ficará excepcionalmente baixo por algum tempo poderia ser útil", afirmou o documento.

Volta dos investidores

A tese de que os investidores estão voltando a comprar papéis na Bovespa é reforçada pelo fato de que a recuperação das ações tem sido verificada não apenas nos setores de commodities, mas também em outros como o bancário, imobiliário e aéreo. A Gol,/strong> subiu 7,14% nesta terça-feira.

Parte dessas compras foi financiada com a migração de recursos antes aplicados em empresas concessionárias de serviços públicos, chamadas de defensivas. Teles e elétricas foram as que mais pesaram no índice.

Em 2008, a saída de recursos dos investidores estrangeiros da Bolsa atingiu o recorde de R$ 24,6 bilhões.

Pacotes fazem efeito

As Bolsas europeias também passam por momento de recuperação. Segundo analistas locais, os pacotes de estímulos adotados em vários países começam a refletir no preço das ações.

"As notícias ruins já foram precificadas pelo mercado, enquanto as boas notícias não foram. Todos os planos de estímulo e cortes agressivos de taxas de juro estão apenas começando a ter impacto nas ações", disse Marc Touati, economista chefe da Global Equities, em Paris.

(Com informações da Reuters)

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