Por Sérgio Montenegro Filho, no blog http://polislivre.blogspot.com
Um dia depois de proclamado o resultado oficial do segundo turno, alguns serristas decidiram chamar a atenção para si, após a derrota do seu candidato a presidente. Invadiram o twitter com uma tentativa de campanha ao estilo Ku Klux Klan, depreciando os nordestinos. O motivo da diversão? Culpar os eleitores da região - donos de 28% dos votos do País - pela vitória da petista Dilma Rousseff.
Uma iniciativa como essa, longe de merecer uma discussão mais profunda, deve ser vista como um mero surto de "jus esperneandi". O esperneio de quem não sabe perder e precisa culpar alguém, que não seu próprio candidato, pelo fracasso nas urnas. Atacar os nordestinos foi a via mais fácil encontrada. Afinal, Dilma venceu José Serra nos nove Estados da região, e em alguns deles, ficou com mais de 70% dos votos.
Mas a matemática, ainda bem, é uma ciência exata. E na ponta do lápis, é possível constatar que os nordestinos apenas aumentaram a vantagem que Dilma obteve no resto do País. Nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, ela recebeu 1.873.507 votos a mais do que José Serra. E se o tucano venceu a disputa no Sul, no vizinho Sudeste ele foi derrotado por Dilma com uma vantagem de 1.630.614 votos.
Não é a primeira vez que gente "instruída" do Sul Maravilha prega contra o Nordeste. É fácil, porque sempre foi a região mais carente do Brasil. Que somente no governo Lula passou a receber um pouco mais atenção, embora isso ainda se traduza em ações meramente assistenciais. Mas ao contrário do que pregam, de barriga cheia, alguns setores da suposta intelectualidade nacional, a mesada do Bolsa-Família ainda é melhor que a fome e a miséria.
Independente do que se pense de Lula, Dilma ou mesmo Serra, o importante é não alimentar a tentativa irresponsável de sectarizar ainda mais uma eleição que, de tão baixo nível, criou no Brasil duas facções praticamente inimigas. Uma ferida que vai demandar tempo e muito esforço político para cicatrizar.
Idiotice é jogar combustível nessa fogueira, sem medir as consequências. Já houve no Brasil uma campanha no sentido inverso. Um grupo defendia que o Nordeste fosse declarado independente do restante do País. Não havia internet, mas era outra iniciativa sem pé nem cabeça, tal qual essa a que assistimos agora.
Seria bom, portanto, desmontar os palanques, reconhecer a derrota e aprender a conviver com ela. Afinal de contas, acima de todas as diferenças, quem votou em José Serra, Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio ou qualquer outro candidato - e mesmo aqueles que, insatisfeitos com a falta de melhores opções, anularam o voto - vive e mora no Brasil. E até onde a história mostra, a briga entre irmãos sempre acabou em tragédia
Um dia depois de proclamado o resultado oficial do segundo turno, alguns serristas decidiram chamar a atenção para si, após a derrota do seu candidato a presidente. Invadiram o twitter com uma tentativa de campanha ao estilo Ku Klux Klan, depreciando os nordestinos. O motivo da diversão? Culpar os eleitores da região - donos de 28% dos votos do País - pela vitória da petista Dilma Rousseff.
Uma iniciativa como essa, longe de merecer uma discussão mais profunda, deve ser vista como um mero surto de "jus esperneandi". O esperneio de quem não sabe perder e precisa culpar alguém, que não seu próprio candidato, pelo fracasso nas urnas. Atacar os nordestinos foi a via mais fácil encontrada. Afinal, Dilma venceu José Serra nos nove Estados da região, e em alguns deles, ficou com mais de 70% dos votos.
Mas a matemática, ainda bem, é uma ciência exata. E na ponta do lápis, é possível constatar que os nordestinos apenas aumentaram a vantagem que Dilma obteve no resto do País. Nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, ela recebeu 1.873.507 votos a mais do que José Serra. E se o tucano venceu a disputa no Sul, no vizinho Sudeste ele foi derrotado por Dilma com uma vantagem de 1.630.614 votos.
Não é a primeira vez que gente "instruída" do Sul Maravilha prega contra o Nordeste. É fácil, porque sempre foi a região mais carente do Brasil. Que somente no governo Lula passou a receber um pouco mais atenção, embora isso ainda se traduza em ações meramente assistenciais. Mas ao contrário do que pregam, de barriga cheia, alguns setores da suposta intelectualidade nacional, a mesada do Bolsa-Família ainda é melhor que a fome e a miséria.
Independente do que se pense de Lula, Dilma ou mesmo Serra, o importante é não alimentar a tentativa irresponsável de sectarizar ainda mais uma eleição que, de tão baixo nível, criou no Brasil duas facções praticamente inimigas. Uma ferida que vai demandar tempo e muito esforço político para cicatrizar.
Idiotice é jogar combustível nessa fogueira, sem medir as consequências. Já houve no Brasil uma campanha no sentido inverso. Um grupo defendia que o Nordeste fosse declarado independente do restante do País. Não havia internet, mas era outra iniciativa sem pé nem cabeça, tal qual essa a que assistimos agora.
Seria bom, portanto, desmontar os palanques, reconhecer a derrota e aprender a conviver com ela. Afinal de contas, acima de todas as diferenças, quem votou em José Serra, Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio ou qualquer outro candidato - e mesmo aqueles que, insatisfeitos com a falta de melhores opções, anularam o voto - vive e mora no Brasil. E até onde a história mostra, a briga entre irmãos sempre acabou em tragédia
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