domingo, 5 de dezembro de 2010

Jornalismo 1 x 0 Gilmar Mendes


Na edição de 8 de outubro de 2008 da CartaCapital, em uma reportagem de minha autoria intitulada "O empresário Gilmar Mendes", revelei a ligação societária entre o então presidente do STF e o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).

Por Leandro Fortes, reproduzido do blog do autor


Trata-se de uma escola de cursinhos de direito cujo prédio foi construído com dinheiro do Banco do Brasil sobre um terreno, localizado em área nobre de Brasília, praticamente doado (80% de desconto) a Mendes pelo ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz.

O IDP, à época da matéria, havia fechado 2,4 milhões de reais em contratos sem licitação com órgãos federais, tribunais e entidades da magistratura, volume de dinheiro que havia sido sensivelmente turbinado depois da ida de Mendes para o Supremo Tribunal Federal (STF), por indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O corpo docente do IDP era formado, basicamente, por ministros de Estado e de tribunais superiores, desembargadores e advogados com interesses diretos em processos no Supremo, o que, por si só, já era passível de uma investigação jornalística decente. O que, aliás, foi feito pela CartaCapital quando toda a imprensa restante ou se calava, ou fazia as vontades do ministro em questão. Foi a época da Operação Satiagraha, dos dois habeas corpus concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas. Em seguida, a mídia encampou a farsa do grampo sem áudio, publicado pela revista Veja, que serviu para afastar da Agência Brasileira de Inteligência o delegado Paulo Lacerda, com o auxílio luxuoso do ministro da Defesa, Nelson Jobim, autor de uma falsa denúncia sobre existência de equipamentos secretos de escuta telefônica que teriam sido adquiridos pela Abin. Continue lendo

Nenhum comentário: