domingo, 16 de janeiro de 2011

Como o PiG fez “jornalismo de campanha” contra a Constituição



O jornalista Emiliano José acaba de lançar o livro Jornalismo de Campanha e a Constituição de 88, pela editora da Universidade Federal da Bahia e a Assembléia Legislativa. Com o rigor e a coragem de sempre, Emiliano disseca o papel nefando do PiG (*) na cobertura dos trabalhos para construir a Constituição de 1988.

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada


Ao mesmo tempo, Emiliano mostra que a critica à Constituição era o agente para disseminar a ideologia neoliberal. O que não prestava na Constituição só tinha remédio na farmácia dos neoliberais.

O livro é uma extensão da tese de doutorado de Emiliano na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Começa com uma minuciosa analise dos governos brasileiros do regime militar para cá, até Fernando Henrique – o ápice do neoliberalismo e da relação “carnal” entre um presidente de República e o PiG.

“Estão até exagerando”, disse Fernando Henrique ao Mendonção, sobre os editoriais do PiG a favor da privatização dos telefones. (A Bahia de Emiliano sabe no que isso deu. Pegou fogo no computador da Oi, em Salvador e o sistema telefônico entrou em colapso irremediável)

A certa altura, Emiliano conta como o regime militar (o Conversa Afiada prefere não usar a palavra “ditadura”, que, no Brasil, ficou banalizada) destruiu a Ultima Hora de Samuel Wainer, que nasceu nos anos 50 para apoiar Vargas. O Grupo Folha do “seu” Frias a comprou em agosto de 1965. E o próprio Frias comentou com Wainer: “O que eu gostaria de fazer agora era ir até a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e mostrar, numa badeja de prata, a cabeça de Samuel Wainer”.

Emiliano faz, a partir daí, uma analise das noticias do PiG (*) para detonar a Constituição e elevar o neoliberalismo à condição de Evangelho da Salvação Nacional. Sobressai-se nessa tarefa sinistra a ultima flor do Fáscio, a Veja, aqui também chamada de “detrito de maré baixa”.

Aprovada a Constituição, a Veja concluiu: “É preciso rasgá-la e fazer outra”. É o que Emiliano chama de “contexto-catástrofe”: ela exige medidas para “tapar as crateras” aberta pela Constituição. E sai para o pau. Quer dizer: o Golpe. O Golpe do PiG (*).

Emiliano é também deputado federal pelo PT. Será um defensor incansável da Ley de Medios. O que deveria ser o tema de seu próximo (e excelente) livro.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

2 comentários:

Anônimo disse...

O PiG (*) e o GRANNA (**)


(*) A parcela minoritária da mídia nacional, que ainda não foi cooptada pelo poder dominante, e que segue noticiando os fatos gerados pelo governo do modo que eles são, e não como Lula, o PT e os fiéis da seita lulo-petista gostariam que eles fossem. Nada, então, de "não sei, não vi e não ouvi"! Nesse caso, o mensalão, por exemplo, foi noticiado como desvio de dinheiro, inclusive público, para a compra de parlamentares - caracterizando-se como o "Golpe do Mensalão Nacional" - e, não, como um desvio comum de caixa 2. E noticiar os fatos como eles são é considerado, pelos petistas, como "golpe". Em decorrência disto, essa parcela minoritária da imprensa, que ainda permanece livre, tem sido denominada por eles de PiG – o Partido da Imprensa Golpista. E estão doidos por encabrestá-la também!

(**) A parcela majoritária da "mídia" nacional, que vem se comportando como um autêntico partido golpista. Cooptada pelo poder dominante, ela só noticia ou interpreta os fatos gerados pelo governo de acordo com aquilo que Lula, o PT e os fiéis da seita lulo-petista admitem saber, ver e ouvir. O que não lhes interessa que seja divulgado, eles não sabem, não viram e não ouviram. E, se for noticiado, é “golpe”. É a “Síndrome de Jamanta”, consagrada pelo bordão do personagem de Cacá Carvalho, na novela Torre de Babel: “Jamanta não viu, Jamanta não sabe!”. Lula também encarnou, à perfeição, o personagem. O "Golpe do Mensalão Nacional", por exemplo, foi convertido pelo GRANNA num desvio comum de caixa 2. O nome GRANNA é, obviamente, apenas um paralelo que se faz com o Granma, que é o porta-voz oficial das mentiras da ditadura cubana.

VERA disse...

Quem foi cooptada pela tucanalha-demoníaca é a mídia majoritária deste País, a chamada "grande mídia", formada pelas Organizações Cerra: Goebbels, Abril, Falha, Estadinho, Bandalha, SBT, Redetv e as católicas: Canção Nova, Vida, Século XXI etc! Que foram comprados a peso de ouro, com publicidades e com as assinaturas superfaturadas de panfletos e jornalões para as escolas estaduais de SP! Essa mídia majoritária, não só de SP, mas de todos os Estados em que os demos-tunganos desgovernam, foi verdadeiramente encabrestada por elles!!!