sábado, 15 de janeiro de 2011

Mídia trata a tragédia das enchentes como espetáculo



Todas as redes comerciais de televisão no Brasil têm as suas moças do tempo. São herdeiras, em São Paulo, do Narciso Vernizzi, o primeiro “homem do tempo” da rádio Jovem Pan. Elas surgem do nada, entre uma notícia e outra, aparecem no canto da tela e caminham para o centro, mostrando mais que o tempo as suas belas curvas.

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Carta Maior


Em casa, o telespectador vê atrás das moças as indicações do clima e da temperatura em todo o Brasil. Com algumas variações, esse tipo de informação é universal. O canal mundial da BBC mostra o tempo em várias partes do mundo, sem as moças.

São informações úteis, mas limitadas. Ajudam a sair de guarda-chuva no dia seguinte ou, aos viajantes, a escolha do que colocar na mala. Não sei se informações tão superficiais e genéricas contribuem para decisões mais importantes, como dos agricultores, por exemplo.

Apesar do avanço da internet, o rádio e a televisão ainda são os mais eficientes e abrangentes serviços públicos de informação. Não há outro meio que consiga falar de forma tão rápida para milhões de pessoas ao mesmo tempo. Em momentos críticos tornam-se imprescindíveis. Pena que, por aqui, são pouco usados nesse tipo de prestação de serviços.

No caso de tragédias, como as deste início de ano, ao invés de moças desfilando à frente de ilustrações artísticas, deveríamos ter as programações interrompidas. Em seu lugar seriam formadas cadeias nacionais ou locais de rádio e TV, antes das catástrofes, dando orientações seguras para a população. Sem pânico, mas com precisão e firmeza. E não generalizando com frases do tipo “chove no litoral do nordeste”.

Trata-se de um de trabalho que deve ser o mais localizado possível, com o envolvimento articulado dos serviços de meteorologia, da defesa civil e do jornalismo, na produção das informações.

Quantas vidas não poderiam ter sido salvas se, em vez colocar no ar o Ratinho ou o Big Brother, as emissoras tivessem avisado à população de que fortes chuvas estavam previstas para a serra fluminense na noite anterior à tragédia, com instruções dos poderes públicos sobre como agir?!

Ou, no caso, de São Paulo que vias deveriam ser evitadas na iminência dos temporais, já que não há segredo nessa cidade sobre onde se localizam os eternos pontos de alagamento. Para obter mais eficiência, esse serviço deveria ter seu foco nas informações locais.

Daí a importância da regionalização das programações de rádio e TV, tão combatida pelos concessionários do setor. No entanto, são elas que darão às emissoras regionais e locais experiência, tanto na produção como na técnica, para enfrentar com competência situações extraordinárias.

Nem todos se salvariam, é verdade. Mas, com certeza, os danos seriam menores. Furacões violentos que varrem o Caribe todos os anos causam grandes estragos materiais em Cuba, mas pouquíssimas vítimas. Simplesmente porque as autoridades estabelecem planos precisos para a retirada da população das áreas criticas e a orientam através do rádio e da TV, com razoável antecedência, sobre as medidas que devem ser tomadas.

Muitos navios não foram à pique na costa brasileira graças ao programa radiofônico “A Voz do Brasil”. A seção “Aviso aos navegantes” informava todos os dias, minuciosamente, as condições das bóias de luz, sinalizadoras dos perigos naturais existentes no mar. Era o rádio atuando como serviço público numa época de recursos eletrônicos muito limitados, se comparada aos hoje existentes.

Satélites transmitem informações meteorológicas com alto grau de precisão e as redes de rádio e TV cobrem todo o território nacional. Falta apenas articular esses dois serviços com planos nacionais e locais de prevenção à catástrofes naturais.

No caso das enchentes no Sudeste e Centro-Oeste, trata-se de problema datado, de dezembro a março. Há todo o resto do ano para o trabalho de planejamento e articulação. Quem toma a iniciativa?

4 comentários:

infinitoamanajé disse...

Caro TERROR e amigos, tudo isto é horrivelmente lamentável. Ainda nem começamos a chorar o que nos aguarda... Não há como nos defendermos destas tragédias muito bem planejados que se intensificam assolando o planeta. Infelizmente esta midiocracia brasileira e internacional está a serviço dos dominadores que querem, entre outros, o Brasil desatitculado e de joelhos cumprindo suas determinações inconfessas...
Acaso? Nada disso é por acaso. Evolução? Isto é um plano ("diabolicamente sofisticado") urdido há muito tempo e sempre aperfeiçoado ao longo dos anos de dominação da CASA GRANDE em permanente religioso escravagismo. Só no Brasil são 510 anos de escravidão nestas pseudo democracias. Nada, religião alguma, lei alguma, substituirá a responsabilidade 100% dos julgamentos, escolhas e decisões de cada um de nós. A verdadeira maravilhosa revolução é intrapessoal e intransferível.

O desconhecido HAARP, ativo desde os anos 90, é parte do arsenal da Nova Ordem Mundial no marco da iniciativa da defesa estratégica (SDI). Desde os pontos militares principais dos EUA, se poderiam desestabilizar potencialmente economias nacionais inteiras utilizando as manipulações do clima.
O que é muito importante, esta última poderia colocar-se em prática sem o conhecimento do inimigo, a um custo mínimo e sem empregar pessoal e equipamentos militares como em uma guerra convencional.
O HAARP, se aplicado, poderia trazer conseqüências devastadoras para o clima mundial. Para satisfazer os interesses econômicos e estratégicos dos EUA, poder-se-ia utilizar para modificar o clima de maneira seletiva em diferentes partes do mundo, o que provocaria a desestabilização dos sistemas agrícolas e ecológicos.

O Sistema, cujo o único inimigo é o proprio povo que explora, ô corja, cuida bem do o irônico detalhe "humanista". Pergunte ao povo do Haití o que ele acha da "ajuda humanitária" internacional que o sistema alardeia oferecer aos seus infantilizados senzalados. O tempo urge. O sistema é por sua natureza fratricida e antropofágico, e adora uma literatura para se fazer de importante e necessário enquanto nos devora. SÓ PARA NÃO ESQUECER: POLÍTICOS, MUNDIALMENTE, TODOS, ESTÃO AÍ PARA NOS DAR A ILUSÃO QUE TEMOS ESCOLHAS senzalados neste escravismo travestido. Precisamos parar de entregar a condução de nossas vidas àqueles que querem apenas o lucro de nossa escravidão e agora nosso extermínio.
David Rockefeller: "Estamos à beira de uma transformação global, tudo o que precisamos é da apropriada grande crise e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial".

Sinto muito, sou grato.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Aldo, muito bom o texto.É isso aí.

joboro disse...

Jornal Nacional incorpora o Casseta Planeta em seu jornalismo
A reportagem da Globo, no Jornal Nacional, tentando criar uma pegadinha, ao juntar as imagens de Dilma e equipe, num momento de descontração, com as notícias da tragédia do Rio, mostra aquilo que eu venho sustentando há algum tempo: O Jornal Nacional incorporou o extinto (por falta de audiência) Casseta Planeta. Ao levar esse tipo de enfoque para o jornalismo, Ali Kamel inova (acha ele que inova) a cobertura jornalística no Brasil. Para quem ainda assiste, fica a impressão de uma matéria jornalística apresentada pelo Marcelo Madureira, nas organizações Tabajaras (sem sombra de dúvida, foi o que virou as organizações Globo). Ali kamel sabe que fez uma armação ao colocar essas imagens juntas, e ai me lembra outra série conhecida da Globo: Armações Ilimitadas. Perdi por completo, qualquer resto de respeito que por ventura ainda poderia ter pelo jornalismo da Globo. É jornalismo no seu sentido mais baixo e grosseiro. Estão, não tenho dúvidas, tentando aumentar a moeda de troca na implantação da Lei da Mídia e o Conselho de Jornalismo, que estão para ser implantados, como vem acontecendo em todo o mundo. Não adianta, a Vênus Platinada vai ter que amargar a lei que irá punir comportamentos esdrúxulos como essa matéria sem vergonha do Jornal Nacional.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Mari, a Rede Globo é uma merda!