Classe C já troca casa de parente por hotel, diz executivo da Accor
Do G1, em São Paulo
A classe C é a bola da vez também no setor hoteleiro. Investimentos em hotéis econômicos, com diária média de R$ 100, são a aposta da francesa Accor, maior rede de hotelaria do Brasil, para mudar o velho hábito de se hospedar em casas de parentes ou amigos durante viagens.
“As pessoas estão viajando cada vez mais e a expectativa da classe média é sempre por algo melhor. Então é preciso oferecer o que eles procuram: mais conforto, qualidade e preços justos”, afirma Gilles Gonzales, diretor de Desenvolvimento Accor América Latina. “Hoje a classe C já tem renda suficiente para se hospedar num hotel, e o hábito de ficar em casa de parente já está mudando”.
A rede, que reúne as marcas Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Ibis e Formule 1, administra hoje 144 unidades no país e prevê inaugurar 16 novos hotéis em 2011. O plano é chegar a 224 até 2015, sendo a maioria hotéis de custo baixo e serviços enxutos. O foco é a expansão das duas marcas econômicas da rede: Ibis e Formule 1.
A bandeira Ibis tem hoje 53 hotéis em funcionamento no país e outros 43 com contrato assinado para a construção. Para a marca Formule 1, a expectativa é abrir 100 novas unidades até 2018 com o lançamento de franquias para cidades secundárias, de 100 mil a 500 mil habitantes.
A projeção que o Brasil ganhou no exterior depois de conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 tem ajudado a aumentar o movimento de turistas no país e a atrair novos investimentos. Só no Rio de Janeiro, a Accor tem hoje 7 empreendimentos em construção, num total de R$ 172 milhões em investimentos.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) estima que nos últimos dois anos a taxa de crescimento no setor foi de cerca de 15% para hotelaria de rede ou de hotéis administrados por redes e bandeiras, e de 6 a 8% por ano na hotelaria independente. Segundo a entidade, o setor reúne cerca de 27.500 meios de hospedagem, entre hotéis, pousadas, flats, albergues e alojamentos, e movimenta cerca de R$ 24,8 bilhões por ano.
Grupo vai abrir mais hotéis no Brasil do que na China e na Índia
O Brasil é a prioridade da Accor na América Latina, onde a rede está presente em 8 países, com cerca de 165 hotéis. “Nosso plano até 2015 é multiplicar por dois nossa plataforma na América Latina e chegar a 308 hotéis. E a participação do Brasil nessa expansão chega a 80%”, diz Gonzales.
Em 2010, dos 12 empreendimentos inaugurados na América Latina, 8 foram no Brasil. Para 2011, das 18 novas unidades previstas na região, 16 são no Brasil. O número inaugurações da rede no país será maior que na China e Índia, onde a previsão de abertura é, respectivamente, 15 e 13 novos hotéis. Não por acaso São Paulo e Xangai foram os destinos escolhidos para a primeira viagem para fora da Europa do novo diretor global da Accor, Denis Hennequin, que chega essa semana ao Brasil.
De acordo com Gilles Gonzales, o que mais tem pesado na aceleração do plano de expansão da rede no país é o crescimento da demanda interna e a ascensão da classe C. “Nos últimos anos, mais de 25 milhões de brasileiros entraram na classe C. Para os próximos 5 anos, as previsões são que mais 25 milhões entrarão”, diz.
Investimentos em cidades de médio porte
De acordo com o executivo, ainda há muito espaço para novos empreendimentos. “Nos países desenvolvimentos, a estrutura da oferta hoteleira costuma ser em forma de pirâmide, com hotéis de luxo na ponta, hotéis intermediários num volume um pouco maior e modelos econômicos na base da pirâmide. No Brasil, temos uma pirâmide com barriga, com uma base ainda muito pequena”, explica Gonzales, que nasceu na França e reside no país há dois anos.
É por isso que o grupo francês foca agora a abertura de novas unidades também fora das capitais. “O Brasil está crescendo como um todo e não existe nas cidades de pequeno e médio porte uma hotelaria com nível e qualidade internacional”, afirma o executivo da Accor.
O modelo de unidades franqueadas da marca Formule 1 prevê hotéis menores, de até 100 apartamentos. A Accor já conseguiu uma parceria com Banco do Nordeste, que concordou em liberar empréstimos com juros baixos para construção de hotéis. O investimento médio, incluindo terreno, varia entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões.
As características dos novos hotéis, porém, serão as mesmas das 11 unidades de Formule 1 já construídas. Não há piscina, nem restaurante. O hotel não disponibiliza carregador de bagagens nem serviço de quarto. Café de manhã e estacionamento não estão incluídos na diária e são pagos à parte. Os quartos são pequenos, de apenas 12 metros quadrados. Para economizar espaço, a pia fica do lado de fora do banheiro e não há banheira. A cama extra do apartamento de casal é um beliche. Em compensação, o preço é único por apartamento. Nas unidades da marca, as taxas de ocupação costumam ficar em torno de 80%, acima da média registrada nos outros segmentos do setor.
“Nossa força está na padronização. O sucesso é justamente repetir o padrão de qualidade de uma marca mundial. O turista sabe que não vai ter surpresa”, afirma Gonzales. O hotel se propõe ser atraente tanto para as pessoas que viajam a negócios durante a semana quanto para os turistas de classe média aos sábados e domingos.
O preço da diária é, sem dúvida, um dos maiores atrativos. “A grande diferença de um hotel econômico é que nele é o hóspede quem paga na maioria dos casos, e não uma empresa”, diz o diretor da Accor.
1º Pullman do Brasil abre em março
Para o segmento luxo, a aposta da Accor é o lançamento da marca Pullman, de categoria upscale ou 5 estrelas. O primeiro hotel da bandeira no país será aberto em março, em São Paulo, no local onde funcionava o Mercure Grand Hotel Ibirapuera.
Obras do hotel Pullman de BH devem começar
neste semestre. (Foto: Divulgação)“O hotel está sendo reformado para abrir com essa nova marca. A grande diferença será nas áreas sociais, no lobby, restaurantes e nos andares de suítes”, explica Gonzales.
O conceito prima por instalações de design diferenciado e confortáveis destinadas à realização de reuniões e eventos corporativos. Áreas comuns foram projetadas para facilitar a convivência e a conectividade. “A idéia é conquistar um público mais jovem, entre 30 a 45 anos, que busca sociabilidade e instalações mais modernas”, afirma o diretor da Accor.
O segundo hotel da bandeira no país será erguido em Belo Horizonte, em parceria com o grupo Maio Paranasa. As obras começam neste semestre e a previsão de término é em fevereiro de 2014.
A maioria dos novos empreendimentos da rede no país é feita com parceiros locais que têm se beneficiado de novos programas federais de financiamento. Dos 7 hotéis da Accor em construção no Rio, dois (Ibis em Copacabana e Botafogo) estão sendo erguidos com recursos do BNDES, que lançou o ProCopa Turismo, programa com orçamento de R$ 1 bilhão destinado a estimular a ampliação e modernização da rede hoteleira nas cidades que sediarão jogos da Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Do G1, em São Paulo
A classe C é a bola da vez também no setor hoteleiro. Investimentos em hotéis econômicos, com diária média de R$ 100, são a aposta da francesa Accor, maior rede de hotelaria do Brasil, para mudar o velho hábito de se hospedar em casas de parentes ou amigos durante viagens.
“As pessoas estão viajando cada vez mais e a expectativa da classe média é sempre por algo melhor. Então é preciso oferecer o que eles procuram: mais conforto, qualidade e preços justos”, afirma Gilles Gonzales, diretor de Desenvolvimento Accor América Latina. “Hoje a classe C já tem renda suficiente para se hospedar num hotel, e o hábito de ficar em casa de parente já está mudando”.
A rede, que reúne as marcas Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Ibis e Formule 1, administra hoje 144 unidades no país e prevê inaugurar 16 novos hotéis em 2011. O plano é chegar a 224 até 2015, sendo a maioria hotéis de custo baixo e serviços enxutos. O foco é a expansão das duas marcas econômicas da rede: Ibis e Formule 1.
A bandeira Ibis tem hoje 53 hotéis em funcionamento no país e outros 43 com contrato assinado para a construção. Para a marca Formule 1, a expectativa é abrir 100 novas unidades até 2018 com o lançamento de franquias para cidades secundárias, de 100 mil a 500 mil habitantes.
A projeção que o Brasil ganhou no exterior depois de conquistar o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 tem ajudado a aumentar o movimento de turistas no país e a atrair novos investimentos. Só no Rio de Janeiro, a Accor tem hoje 7 empreendimentos em construção, num total de R$ 172 milhões em investimentos.
A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) estima que nos últimos dois anos a taxa de crescimento no setor foi de cerca de 15% para hotelaria de rede ou de hotéis administrados por redes e bandeiras, e de 6 a 8% por ano na hotelaria independente. Segundo a entidade, o setor reúne cerca de 27.500 meios de hospedagem, entre hotéis, pousadas, flats, albergues e alojamentos, e movimenta cerca de R$ 24,8 bilhões por ano.
Grupo vai abrir mais hotéis no Brasil do que na China e na Índia
O Brasil é a prioridade da Accor na América Latina, onde a rede está presente em 8 países, com cerca de 165 hotéis. “Nosso plano até 2015 é multiplicar por dois nossa plataforma na América Latina e chegar a 308 hotéis. E a participação do Brasil nessa expansão chega a 80%”, diz Gonzales.
Em 2010, dos 12 empreendimentos inaugurados na América Latina, 8 foram no Brasil. Para 2011, das 18 novas unidades previstas na região, 16 são no Brasil. O número inaugurações da rede no país será maior que na China e Índia, onde a previsão de abertura é, respectivamente, 15 e 13 novos hotéis. Não por acaso São Paulo e Xangai foram os destinos escolhidos para a primeira viagem para fora da Europa do novo diretor global da Accor, Denis Hennequin, que chega essa semana ao Brasil.
De acordo com Gilles Gonzales, o que mais tem pesado na aceleração do plano de expansão da rede no país é o crescimento da demanda interna e a ascensão da classe C. “Nos últimos anos, mais de 25 milhões de brasileiros entraram na classe C. Para os próximos 5 anos, as previsões são que mais 25 milhões entrarão”, diz.
Investimentos em cidades de médio porte
De acordo com o executivo, ainda há muito espaço para novos empreendimentos. “Nos países desenvolvimentos, a estrutura da oferta hoteleira costuma ser em forma de pirâmide, com hotéis de luxo na ponta, hotéis intermediários num volume um pouco maior e modelos econômicos na base da pirâmide. No Brasil, temos uma pirâmide com barriga, com uma base ainda muito pequena”, explica Gonzales, que nasceu na França e reside no país há dois anos.
É por isso que o grupo francês foca agora a abertura de novas unidades também fora das capitais. “O Brasil está crescendo como um todo e não existe nas cidades de pequeno e médio porte uma hotelaria com nível e qualidade internacional”, afirma o executivo da Accor.
O modelo de unidades franqueadas da marca Formule 1 prevê hotéis menores, de até 100 apartamentos. A Accor já conseguiu uma parceria com Banco do Nordeste, que concordou em liberar empréstimos com juros baixos para construção de hotéis. O investimento médio, incluindo terreno, varia entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões.
As características dos novos hotéis, porém, serão as mesmas das 11 unidades de Formule 1 já construídas. Não há piscina, nem restaurante. O hotel não disponibiliza carregador de bagagens nem serviço de quarto. Café de manhã e estacionamento não estão incluídos na diária e são pagos à parte. Os quartos são pequenos, de apenas 12 metros quadrados. Para economizar espaço, a pia fica do lado de fora do banheiro e não há banheira. A cama extra do apartamento de casal é um beliche. Em compensação, o preço é único por apartamento. Nas unidades da marca, as taxas de ocupação costumam ficar em torno de 80%, acima da média registrada nos outros segmentos do setor.
“Nossa força está na padronização. O sucesso é justamente repetir o padrão de qualidade de uma marca mundial. O turista sabe que não vai ter surpresa”, afirma Gonzales. O hotel se propõe ser atraente tanto para as pessoas que viajam a negócios durante a semana quanto para os turistas de classe média aos sábados e domingos.
O preço da diária é, sem dúvida, um dos maiores atrativos. “A grande diferença de um hotel econômico é que nele é o hóspede quem paga na maioria dos casos, e não uma empresa”, diz o diretor da Accor.
1º Pullman do Brasil abre em março
Para o segmento luxo, a aposta da Accor é o lançamento da marca Pullman, de categoria upscale ou 5 estrelas. O primeiro hotel da bandeira no país será aberto em março, em São Paulo, no local onde funcionava o Mercure Grand Hotel Ibirapuera.
Obras do hotel Pullman de BH devem começar
neste semestre. (Foto: Divulgação)“O hotel está sendo reformado para abrir com essa nova marca. A grande diferença será nas áreas sociais, no lobby, restaurantes e nos andares de suítes”, explica Gonzales.
O conceito prima por instalações de design diferenciado e confortáveis destinadas à realização de reuniões e eventos corporativos. Áreas comuns foram projetadas para facilitar a convivência e a conectividade. “A idéia é conquistar um público mais jovem, entre 30 a 45 anos, que busca sociabilidade e instalações mais modernas”, afirma o diretor da Accor.
O segundo hotel da bandeira no país será erguido em Belo Horizonte, em parceria com o grupo Maio Paranasa. As obras começam neste semestre e a previsão de término é em fevereiro de 2014.
A maioria dos novos empreendimentos da rede no país é feita com parceiros locais que têm se beneficiado de novos programas federais de financiamento. Dos 7 hotéis da Accor em construção no Rio, dois (Ibis em Copacabana e Botafogo) estão sendo erguidos com recursos do BNDES, que lançou o ProCopa Turismo, programa com orçamento de R$ 1 bilhão destinado a estimular a ampliação e modernização da rede hoteleira nas cidades que sediarão jogos da Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016.
Um comentário:
Se a cama é confortável o resto é detalhe. Turista gosta é de bater perna...Com aqueles levamalas não precisa de carregador e ainda economiza-se nas gorjetas.Odeio dar gorjetas!
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