JOSÉ DIRCEU
A pesquisa CNI sobre o governo Dilma é um banho de água gelada naqueles que, dia a dia, empenham-se em manipular os fatos, na tentativa de vender a falsa ideia de que o Brasil vai mal
A mais recente pesquisa realizada pelo CNI-Ibope sobre a percepção dos brasileiros sobre o governo e a própria figura da presidenta, Dilma Rousseff, mais do que um banho de água fria nos que se antecipam à sua sucessão, é um banho de água gelada naqueles que, dia a dia, empenham-se em manipular os fatos, na tentativa de vender a falsa ideia de que o Brasil vai mal.
O governo Dilma, segundo o levantamento, tem 79% de aprovação, um novo recorde, e apenas 17% de desaprovação. A porcentagem de brasileiros que confia na presidenta é de 75%, e a dos que se mostram otimistas em relação ao restante de seu mandato é de 65%. São números de orgulhar qualquer chefe de Estado comprometido com um projeto de desenvolvimento, cujo objetivo maior é promover a melhoria da qualidade de vida de toda a população.
Mais do que isso, a avaliação muito positiva dos brasileiros em relação à presidenta comprova o quanto a oposição, os já pré-candidatos à Presidência e a própria imprensa estão descolados da realidade do nosso país, alheios ao sentimento popular e nacional. Aliás, a pesquisa nem bem saiu do forno e o desânimo tomou conta desses segmentos. Incomodados com a alta popularidade da nossa presidenta e com o que tal fato significa —o apoio dos brasileiros às reformas promovidas pelo PT nos últimos dez anos—, apressaram-se a tentar explicar o fenômeno com argumentos que variam da mesquinharia à hilaridade.
O senador mineiro Aécio Neves avaliou que o resultado da pesquisa "tem muito a ver com o sentimento momentâneo" e com a "propaganda do governo". E chega ao cúmulo de dizer que essa aprovação é reflexo das conquistas que o governo Fernando Henrique Cardoso alcançou. Aliás, o mesmo roteiro já seguido em anos anteriores por seus colegas de PSDB, a demonstrar que o partido ainda não se encontrou com a realidade nacional.
Procurando minimizar os resultados da pesquisa, especialmente no Nordeste, região onde mais cresceu o número de pessoas que considera o governo da presidenta "ótimo" ou "bom" —de 68% em dezembro para 72% agora—, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que "a pesquisa dá exatamente o resultado que vinha dando" e que "não há alteração".
Estão em seu direito de interpretar da forma como quiserem. Como diz o ditado popular, pior cego é aquele que não quer ver. Além do mais, a pesquisa deve ter caído como uma bomba sobre suas intenções presidenciais, pois reforça que terão uma concorrente que, a despeito do bombardeio midiático contrário, fortalece-se cada vez mais.
Articulistas e colunistas da grande imprensa também se dedicaram a analisar os resultados do levantamento, mas só conseguiram chegar à absurda teoria de que a presidenta Dilma estaria sendo favorecida por suas constantes aparições no noticiário —o que chamam de "mídia espontânea". Isso porque, de acordo com a pesquisa, subiu de 24%, em dezembro, para 38% o número de entrevistados que diz acreditar que o tal noticiário é favorável à presidenta.
Sem desmerecer a impressão dos entrevistados, revelada na pesquisa, não há como não apontar o cinismo dos "analistas" que se valem da percepção popular para procurar escamotear o óbvio: apesar do esforço ferrenho da grande mídia para desconstruir o governo da presidenta Dilma, os brasileiros têm visão e percepção diferente das profundas transformações socioeconômicas realizadas na última década.
Mesmo divulgando inverdades e manipulando as informações para levar a crer, por exemplo, que a inflação está fora de controle, que o país está à beira de um apagão de energia, que as administrações do PT arruinaram a Petrobras, ou que o governo não conseguirá preparar o país para a Copa do Mundo de 2014, os brasileiros percebem concretamente, no cotidiano, as mudanças que estão melhorando a vida do povo: mais emprego, mais renda, conta de luz e cesta básica mais baratas, mais crédito, melhor infraestrutura em diversas áreas como Saneamento e Habitação —além da redução histórica das desigualdades e da luta contra a fome. Aliás, o combate à fome e à pobreza foi apontada na mesma pesquisa como a ação que tem maior aprovação da população (64%), seguida por meio ambiente (57%) e combate ao desemprego (57%).
A estratégia da grande imprensa e da oposição não está funcionando porque o povo brasileiro não é massa de manobra e, fortalecido na garantia de seus direitos, a partir dos governos Lula e Dilma, hoje são protagonistas de um processo de mudanças que está transformando o Brasil em um país mais justo e menos desigual.
Como bem lembrou o senador Lindberg Farias (PT-RJ), em resposta ao discurso do ex-governador Aécio Neves sobre os "fracassos do PT" —mas que vale para toda a oposição—, não é mais possível construir um "discurso competitivo" sem usar os termos "povo", "emprego", "inclusão social".
Nosso país mudou, mas ainda há muito por fazer. Porém, o respaldo à presidenta Dilma em todas as classes sociais e regiões do Brasil renova a confiança de que o país está no rumo certo, enfrentando, um a um, os entraves ao seu pleno desenvolvimento. Resta à oposição, se quiser ser de fato uma alternativa ao projeto que está em curso, apresentar suas ideias, suas propostas, dizer aos brasileiros como pretende enfrentar os problemas que ainda persistem. Afinal, querem governar para ser governo ou para melhorar a vida do nosso povo? O que fariam de diferente daquilo que os governos do PT vêm fazendo e que direção dariam ao nosso país? Essas são perguntas até agora sem respostas, mas que certamente interessam ao conjunto da população.
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