Objetivo de Desenvolvimento
do Milênio número 1 (ODM-1), estabelecido pela ONU, é reduzir pela metade a
proporção de pessoas que sofrem de fome; ao cumprir a meta, o governo
brasileiro antecipou o prazo fixado para 2015; "Temos de manter nossos
esforços", disse o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da
Silva
Da Agência Lusa
Roma – Angola, Brasil e São
Tomé e Príncipe estão entre os trinta e oito países que cumpriram os objetivos
estabelecidos internacionalmente na luta contra a fome, antecipando o prazo
fixado para 2015, anunciou nesta quarta-feira a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
De acordo com a FAO, vinte
países já cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio número 1 (ODM-1),
reduzindo pela metade a proporção de pessoas que sofrem de fome, segundo
critério estabelecido pela comunidade internacional na Assembleia Geral da ONU
em 2000.
Os países que já alcançaram
o ODM-1 foram o Brasil, Angola, Argélia, Bangladesh, Benim, Camboja, Camarões,
Chile, República Dominicana, Ilhas Fiji, Honduras, Indonésia, Jordânia, Malaui,
Maldivas, Níger, Nigéria, Panamá, Togo e Uruguai.
Mais 18 países foram
felicitados por alcançarem o ODM-1 e também a meta mais exigente da Cimeira
Mundial sobre a Alimentação (CMA) de reduzir pela metade o número total de
pessoas desnutridas.
O objetivo da CMA foi
estabelecido em 1996, quando 180 nações se reuniram na sede da FAO, em Roma,
para debater as formas de acabar com a fome.
Os países que alcançaram
tanto o ODM-1 como as metas da CMA são Armênia, Azerbaijão, Cuba, Djibuti,
Geórgia, Gana, Guiana, Kuwait, Quirguistão, Nicarágua, Peru, São Vicente e
Granadinas, Samoa, São Tomé e Príncipe, Tailândia, Turcomenistão, Venezuela e
Vietnã.
"Estes países estão
abrindo caminho para um futuro melhor. São a prova de que com uma forte vontade
política, coordenação e cooperação, é possível conseguir reduções rápidas e
duradouras para a fome", disse o diretor-geral da FAO, o brasileiro José
Graziano da Silva.
Graziano da Silva apelou a
todos os países para manter a dinâmica e, assim, alcançar a erradicação da
fome, de acordo com o Desafio Fome Zero, lançado em 2012, pelo secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon.
"Globalmente, a fome
diminuiu na última década, mas 870 milhões de pessoas estão desnutridas e
outros milhões de seres humanos sofrem com as consequências das deficiências de
vitaminas e sais minerais, incluindo a falta de crescimento entre as
crianças", disse o responsável da FAO.
"Temos de manter nossos
esforços", disse, reforçando que isso deve ocorrer "até que o mundo
possa viver uma vida saudável e produtiva".
Segundo um estudo da FAO,
"O estado da insegurança alimentar no mundo – 2012", a grande maioria
das vítimas de fome, 852 milhões, vivem em países em desenvolvimento – cerca de
15% da sua população – e 16 milhões de pessoas estão desnutridas nos países desenvolvidos.
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