quinta-feira, 20 de junho de 2013

A massa cheirosa encheu a praça



Compareci, hoje, à manifestação da massa cheirosa aqui no Recife.Tudo que eu disse ontem foi confirmado.Ao contrário do que prega o PiG e seus sabujos, o movimento não tem foco centrado na corrupção.Os alvos dos protestos são os gastos com a Copa do Mundo, a PEC 37(que a maioria dos manifestantes nem sabe o que é) e o deputado Feliciano.Um grupo pequeno também cantou palavra de ordem contra a Rede Globo.Não havia ninguém cobrando a queda da inflação, dos juros, do desemprego. Pouquíssimo gatos pingados bradava contra a corrupção de formal geral, sem citar os corruptos nem seus partidos.De destaque mesmo no protesto foi a presença maciça da massa cheirosa (95% dos manifestantes).Massa essa que é contra as cotas, contra o PROUNI e o Bolsa Família, mas tem medo de expressar para não ser engolido pela massa de excluído que faz parte dos referidos programas.

2 comentários:

Marco Sponchiado disse...

Desde o princípio, não tenho dúvidas sobre este "movimento": o alvo é a Dilma e o PT. O pior é que o capeta está ganhando de goleada, enquanto os cagões ainda elogiam os FDP, se borrando nas calças.

Ivana Lima Regis disse...

Fascistas, Fascistas! Não passarão!!!

Acabo de voltar da passeata na Av. Paulista, convocada pela direção nacional do PT. Éramos não mais de 200 militantes.

Quando cheguei à concentração, na Av. Angélica, vi que talvez não conseguíssemos caminhar nem 100 metros… O ódio dos que estavam na Paulista e que ocupam as ruas há dias era total. Mas esse ódio não era direcionado apenas ao PT. Era contra qualquer bandeira, qualquer movimento social organizado. A CUT estava presente. O Movimento Passe Livre. E a UNE também.

Durante a passeata, várias bandeiras foram atacadas, rasgadas e queimadas sob gritos de “Fora PT, vai tomar no cu!”, “o povo acordou”, “oportunistas” e, last but not least, “mensaleiros”!!!

Desde o início, foi necessário formar um cordão humano para “proteger” o final da passeata. Às vezes, formava-se um cordão também na lateral.

Os ataques acompanharam toda a passeata. Fomos vaiados na maior parte do tempo. O silêncio só veio quando cantamos um trecho do hino nacional. Também gritávamos: “Sem violência”, “Democracia”, “Vem pra rua, vem contra a tarifa”, “olha que loucura, contra partido, parece ditadura” e “R$ 3 não dá, contra a tarifa, é passe livre já”.

Durante o trajeto, tentaram invadir a passeata, ameaçaram, provocaram, partindo para a agressão, xingando o tempo todo. Foi tenso. Deu um medo danado.

Um dos gritos que se expandia com muita facilidade, espalhando-se pela Paulista, era: “O povo unido não precisa de partido”. Enquanto gritavam, as pessoas, que ocupavam as laterais da avenida, colocavam os braços para cima, em gesto típico do nazismo/fascismo.

Seguimos até o Masp. Não sei nem dizer como conseguimos. Nessa hora, os gritos de “abaixa a bandeira” tornaram-se cada vez mais fortes. E os ataques também. Chutes e ameaças, de um grupo de “carecas” e fortões, que seguiu a passeata durante todo o trajeto, tornavam a cena totalmente assustadora.

Na altura da estação Trianon-Masp fomos cercados. A passeata tornou-se, praticamente, um cordão humano, de um lado e de outro. Começaram a jogar rojões em cima da gente e bolas de papel com fogo.

Nessa hora, correram avisos para que a gente guardasse as bandeiras. Eu, por exemplo, estava empunhando uma bandeira da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (acho que era isso) e desfilei o tempo todo enrolada numa bandeira do PT. Alguém pegou a bandeira da UEE e outro me avisou para tirar a bandeira do PT e guardar na mochila (para evitar linchamento e coisas do tipo, caso a passeata se dispersasse).

Para vocês terem uma ideia, eu estava compondo o segundo cordão no fim da passeata. Não foi nada fácil.

Nesse momento surgiu o grito: “Fascistas, Fascistas, Não Passarão!!”.

O grito foi entoado em uníssono, com muita força. Embora o momento não fosse propício, cheguei a rir quando uma moça, que estava atrás de mim, soltou: “gente, não adianta gritar isso, eles não sabem o que é, vão achar que é só provocação e, ao que parece, somos minoria!!”.

E éramos. Depois de alguns minutos, abaixamos as bandeiras, a passeata foi invadida. Dispersamos.

Voltei para casa, com a bandeira na mochila, pensando. Pensando muito. Lembrei do Allende.