Esse Frias é um bandido.É preciso ser muito canalha para exigir o fim do Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do mundo.Programa tão necessário que deixou milhares de pessoas carentes em pânico só porque correu boato que iria acabar.Quem deve acabar é a Folha de São Paulo(assim como a Veja, o Globo, o JN, Época, Estadão).
Portal da família
Frias, do diretor Otavinho, da Folha de S. Paulo, emoldura pergunta direta
sobre fim do Bolsa Família com texto no qual só aparecem problemas na
distribuição do maior programa social do mundo; relatório de fiscalização da
Controladoria Geral da União serve de mote para questão sobre encerramento do
"programa assistencialista que não promove desenvolvimento";
informação de que o benefício está associado diretamente à redução de 20% na
mortalidade infantil no País, divulgada semana atrás, não motivou site a aferir
humor dos leitores; agora, entre apresentar opinião abertamente contrária ao
programa popular ou promover o dirigismo editorial, família Frias ficou com a
segunda opção
Relatório da Controladoria Geral da União apontou
problemas na distribuição do programa bolsa família em todos os 58 municípios
sorteados para checagem aleatória, com cerca de 5 mil casos de recebimento indevido.
O programa atinge cerca de 13 milhões de famílias, mais de 50 milhões de
pessoas, entre adultos e crianças. Apurou-se o recebimento irregular do
benefício pago pelo governo federal a famílias carentes, com renda mensal per
capita igual ou inferior a meio salário mínimo, pela mulher de um vereador em
São Francisco de Assis, no Piauí, por pessoas mortas em 2011 ganhando até o
final de 2012, em Xexéu, Pernambuco, e por mais de 1,2 mil pessoas com ganhos
acima de um salário mínimo em Belfort Roxo, no Rio. Um quadro de fraudes
traçado por um organismo de fiscalização que, em tese, servirá ao governo como
uma mapa para as apurações, correções e punições necessárias. A complexa
arquitetura da distribuição do Bolsa Família envolve todas as esferas do poder
público, da União passando aos Estados e municípios.
Da constatação de problemas até usar um subterfúgio para
defender o fim do maior programa social do mundo, entretanto, vai uma distância
quilométrica. Ao alcance de um clique, o portal Uol, da família Frias, está
procurando um atalho para esse percurso. Foi aberta ao lado do texto com as
mazelas encontradas pela CGU uma janela para uma enquete de enfoque bastante dirigido. Entre as três alternativas disponíveis ao internauta, o Uol só
permite um raciocínio do tipo erradicar de uma vez ou manter como está o Bolsa
Família. Não existe a alternativa de se apoiar, a partir do relatório oficial,
um saneamento do programa que desperta orgulho e segurança no governo e cobiça
e críticas na oposição. A terceira chance para participar da enquete dos Frias
é a de o leitor informar que não tem condições de fazer seu próprio julgamento
a respeito.
Emoldurada pelas informações de desvios no Bolsa Família,
sem nenhuma história ou personagem que esteja recebendo corretamente os
benefícios – a imensa maioria dos beneficiários, a julgar pelo corte
estatístico proporcionado pela fiscalização aleatória da CGU --, a enquete não
poderia mesmo trazer resultados diferentes de um massacre sobre o programa. Às
20h07, o placar de respostas para a pergunta O Programa Bolsa Família Deveria
Acabar? era de 77,11% para a primeira opção de click: "Sim, o Bolsa
Família é um programa assistencialista que não promove o desenvolvimento".
No segundo botão, 20,94% – "Não, o Bolsa Família é um programa de inclusão
social que beneficia as classes menos favorecidas". E 1,95% para o que o
Uol deve julgar como nenhuma das alternativas: "Não sei, não tenho opinião
formada sobre o assunto".
Três semanas atrás, estudo oficial mostrou a diminuição de
20% na mortalidade infantil no País, numa trajetória decrescente de cinco anos,
em razão direta da melhor nutrição proporcionada às famílias carentes pelos
recursos repassados pelo Bolsa Família. Naquele momento, associada à informação
visual real de milhares de crianças salvas da desnutrição e da morte pelo
programa, uma enquete sobre o apoio ao Bolsa Família teria iguais chances de
obter uma grande maioria de respostas afirmativas. Não ocorreu àquela altura ao
Uol da família Frias abordar os internautas. Num cenário ruim, ao contrário,
imediatamente o quiz político foi ao ar. Os números de agora só podem ser
vistos como resultado de uma manobra editorial grosseira para sustentar uma
posição político-familiar contrária ao Bolsa Família. Defendendo abertamente o fim
do programa que desagrada sua direção, o Uol teria sido mais honesto do que na
passagem de um verniz de ratificação tão gasto como uma enquete dirigida.Da redação, com informações do Brasil 247
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