41% dos municípios do Nordeste não atraíram sequer um médico
Veja que ao todo 13 mil médicos foram solicitados por prefeituras para atuar em áreas carentes, só que muitos médicos não querem ir, assim não resta alternativa ao Ministério da Saúde senão importar médicos.E questão nem é dinheiro, já que o governo federal paga bem, a questão é que os médicos não gostam, não aceitam trabalhar nas áreas mais pobres do Brasil.
Dos 1.091 municípios
nordestinos que solicitaram médicos pelo programa, 457 não receberam nenhum
profissional
Apesar de ser a maior
iniciativa de interiorização de médicos já executada no Brasil, o Programa deValorização da Atenção Básica (Provab) não conseguiu atrair nenhum médico para
41% dos municípios do Nordeste que solicitaram profissionais este ano. Das
1.091 cidades nordestinas que solicitaram médicos pelo programa, 457 não
receberam sequer um profissional. Com isso, apenas 36% da demanda por médicos
na região foi atendida. Dos 6.129médicos solicitados, 2.184médicos foram para
634 cidades.Eles estão alocados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) das
periferias, do interior e de áreas remotas. O balanço completo do programa foi
apresentado pelo diretor de programas da Secretaria de Gestão do Trabalho e da
Educação na Saúde, Felipe Proenço, nesta segunda-feira (3), em Salvador.
O Nordeste foi a única
região do país onde a maioria dos municípios que solicitaram médicos recebeu
pelo menos um profissional.Nas demais regiões, a maior parte dos municípios não
conseguiu atrair sequer um profissional. No Norte, 66% dos municípios que
pediram médicos pelo Provab não atraíram sequer um. Dos 245 municípios que
solicitaram médicos, 168 não conseguiram nenhum. No Centro-Oeste, 64% dos
municípios não atraíram sequer um médico pelo Provab. Dos 256 que pediram, 163
não receberam nenhum. No Sudeste, 54% dos municípios não conseguiram atrair
sequer um médico: dos 747 municípios que pediram, 399 não recebeu nenhum. No
Sul, 74% dos municípios não conseguiram atrair sequer um médico. Dos 567 que
pediram, 418 não recebeu nenhum.
Em todo o Brasil, 55%dos
municípios que solicitaram médicos não conseguiram sequer um. Dos 2.867
municípios que pediram profissionais pelo Provab, 1.581 municípios não atraíram
nenhum. Com isso, apenas 29% da demanda nacional por 13 mil médicos foi
atendida: 3.800 participantes foram para 1.307 municípios brasileiros.
“O Provab é mais uma iniciativa
do Ministério da Saúde destinada a enfrentar um dos maiores desafios do SUS,
ter mais médicos, bem formados e próximos da população que precisa”, afirma o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Paralelamente à atração de médicos,
vamos investir na infraestrutura, pela primeira vez abrimos uma linha de
financiamento da ordem de R$ 1,6 bilhão para reforma, ampliação e construção de
UBS. Porém, a necessidade de melhorias na infraestrutura não pode ser motivo
para impedir a atração de médicos”, acrescentou.
ESTADOS - O Nordeste é a
região com maior carência de profissionais do Brasil e também a que contou com
o maior número de médicos e de municípios participantes. Na Bahia, 49% dos
municípios não atraíram sequer um médico pelo Provab: dos 305 que pediram
médicos, 156 não receberam nenhum. O estado só teve 24% da demanda por médicos
atendida. Dos 1.942 médicos solicitados pelos municípios, 468 foram para 149
cidades. Foi o segundo estado do
Nordeste que alcançou o maior número de médicos por meio do Provab, atrás
apenas do Ceará. Em Alagoas, 49% dos municípios também não conseguiram atrair
sequer um médico: dos 54 que solicitaram, 26 não receberam. Os municípios do
estado tiveram 31% da demanda por médicos atendida: solicitaram 250 médicos e
atraíram 78 para 28 municípios. Em Pernambuco, 27% dos municípios não atraíram
sequer um médico: dos 127 que pediram, 37 não receberam. O estado teve 33% da
demanda por médicos atendida: solicitou 916 médicos e recebeu 311 em 90
cidades. Já em Sergipe, 35% dos municípios não atraiu sequer um médico: dos 40
municípios que pediram, 15 não receberam. O estado teve 44% da demanda
atendida: solicitou 136 médicos e recebeu 61 em 25 municípios.
O Ceará alcançou o maior
número de médicos por meio do Provab no Nordeste. Com 64% da demanda por
médicos foi atendida, dos 1.061 profissionais solicitados, 685 foram
contratados para trabalhar em 140 municípios. Dos 1.061 profissionais
solicitados E apenas 14% dos municípios cearenses que haviam solicitado médicos
pelo Provab não conseguiram atrair nenhum. Dos 163 cidades solicitaram
profissionais, apenas 23 não receberam sequer um. O Maranhão é o estado nordestino na pior
situação: apenas 18% da demanda por médicos foi atendida. Dos 796 profissionais
solicitados pelos municípios maranhenses, 147 foram para 44 municípios. E 61%
dos municípios que haviam solicitado médicos pelo Provab não conseguiram atrair
nenhum: das 113 cidades que solicitaram profissionais, 69 não receberam sequer
um. No Rio Grande do Norte o cenário também é precário: 61% dos municípios
cearenses que haviam solicitado médicos pelo Provab não conseguiram atrair
nenhum. Das 81 cidades que solicitaram profissionais, 50 não receberam sequer
um. E apenas 41% da demanda por médicos foi atendida: dos 329 profissionais
solicitados, 135 foram para 46 municípios.
Na Paraíba, 50% da demanda
por médicos foi atendida. Dos 370 profissionais solicitados, 184 foram para 63
municípios. E 42% dos municípios paraibanos que haviam solicitado médicos pelo
Provab não conseguiram atrair nenhum. Das 109 cidades que solicitaram
profissionais, 46 não receberam sequer um. Também no Piauí apenas dos
municípios que solicitaram médicos foi atendido. Das 99 cidades que pediram
profissionais, 50 não receberam nenhum. E 34% da demanda por médicos foi atendida:
dos 329 profissionais solicitados pelo estado, 115 foram para 49 municípios.
“Mesmo com o crescimento do
Provab - aumentamos em 10 vezes o número de médicos na comparação com 2012 --,
a gente ainda precisa responder à necessidade apresentadas pelos municípios. O
aporte de estrangeiros é uma delas. Temos várias experiências mundiais que
apontam para esse sentido, não podemos fechar os olhos para profissionais com
formação de qualidade, reconhecida no seu país, e que, a curto prazo, poderiam
contribuir para o acesso na saúde no Brasil”, disse Proenço.
MAIS MÉDICOS - Além do
Provab, o Ministério da Saúde realiza esforço junto ao Ministério da Educação
para abrir vagas de medicina em regiões que carecem desses profissionais e com
uma estrutura de saúde adequada à formação. O Ministério da Saúde também estuda
a possibilidade de trazer médicos estrangeiros para atuar na atenção básica do
país, o que foi feito em alguns países como Inglaterra e Canadá, que
enfrentaram a dificuldade de levar médicos ao interior.
Paralelamente à atração de
médicos, o ministério está investindo em infraestrutura. Pela primeira vez,
abriu uma linha de financiamento da ordem de R$ 1,6 bilhão para reforma,
ampliação e construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS).
FORMAÇÃO – Os médicos
participantes do Provab recebem uma bolsa mensal de R$ 8 mil, paga
integralmente pelo Ministério da Saúde e devem cumprir 32 horas semanais de
atividades práticas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e oito horas semanais
de curso de pós-graduação em Saúde da Família com duração de 12 meses.
Para garantir a qualidade do
serviço prestado, a atuação desses profissionais é supervisionada mensalmente
por 55 instituições e Hospitais de Ensino. Os médicos que cumprirem as
atividades estabelecidas pelo programa e receberem nota mínima de 7 na
avaliação terão pontuação adicional de 10% nos exames de residência médica,
conforme resolução da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). A
avaliação final é realizada de três formas – pelo supervisor, que vale 50% da
nota, 30% pelo gestor e pela equipe na qual ele atuará, e 20% por
autoavaliação.
SUPORTE – Os médicos
participantes têm acesso às ferramentas do Telessaúde Brasil Redes, programa do
Ministério da Saúde que promove a orientação dos profissionais da Atenção
Básica, por meio de teleconsultorias com núcleos especializados localizados em
instituições formadoras e órgãos de gestão.
Outra ferramenta
disponível é o Portal Saúde Baseada em Evidências, plataforma que disponibiliza
gratuitamente um banco de dados composto por documentos científicos,
publicações sistematicamente revisadas e outras ferramentas (como calculadoras
médicas e de análise estatística) que auxiliam a tomada de decisão no
diagnóstico, tratamento e gestão.Com informações do Portal da Saúde.
5 comentários:
Gostei do pronunciamento da presidente Dilma sobre a importação dos médicos. Chega de monopólio médico no Brasil! Finalmente, as regiões esquecidas pela classe médica vão poder ter acesso a saúde.
Gostei do pronunciamento da presidente Dilma sobre a importação dos médicos. Chega de monopólio médico no Brasil! Finalmente, as regiões esquecidas pela classe médica vão poder ter acesso a saúde.
Gostei do pronunciamento da presidente Dilma sobre a importação dos médicos. Chega de monopólio médico no Brasil! Finalmente, as regiões esquecidas pela classe médica vão poder ter acesso a saúde.
Vc tem que ver que médicos não e como arroz que vc importa e tudo bem.
Vc tem que perguntar se eles querem vir para a nos nossos termos !
Essa matéria é ridiculamente tendenciosa. Ninguém ouviu os médicos para saber as razões dessa baixa adesão. O governo do PT adotou a política de jogar médico em lugares sem a menor estrutura, sem estabilidade trabalhista para depois jogar na conta dos próprios médicos a culpa da falta de resolutividade que se verá nesse cenário. De qualquer sorte a própria população pobre servirá de cobaia para estrangeiros aventureiros sem diploma reconhecido. Qualquer país do mundo exige revalidação de diploma para proteger sua polpulação de charlatões, mas aqui é o Brasil e tudo pode!
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