"Temos que ter a coragem de repensar e revisar o
Mercosul. Neste sentido, a Aliança do Pacífico já é um exemplo de mobilidade e
dinamismo", disse, em entrevista publicada pelo argentino La Nacion, o
senador e pré-candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG); tucano disse ter
"dúvidas se a união aduaneira é ainda o melhor caminho", evidenciando
que uma mudança de comando no Brasil inevitavelmente teria reflexos na região
Ainda reverbera na Argentina a entrevista do senador
Aécio Neves publicada neste domingo pelo jornal La Nacion. Depois de prometer
enxugar a máquina administrativa brasileira (leia mais), o pré-candidato do
PSDB à Presidência começou a colocar o pé para fora do país e tratou sobre o
futuro do Mercosul. "Estamos muito preocupados com o que hoje acontece no
Mercosul, que está muito atrofiado. Temos dúvidas se a união aduaneira é ainda
o melhor caminho", disse o tucano.
Para Aécio, o tratado entre os países da regiãio deveria
seguir o exemplo da Aliança do Pacífico, formada por México, Colômbia, Chile e
Peru. "Temos que ter a coragem de repensar e revisar o Mercosul. Neste
sentido, a Aliança do Pacífico já é um exemplo de mobilidade e dinamismo",
disse, referindo-se ao bloco que, instituído há pouco mais de um ano, passou a
servir de comparativo ao Mercosul desde que iniciou, nas últimas semanas, suas
primeiras articulações práticas.
Ao destacar a repercussão da entrevista, o PSDB lembra que o
jornal La Nacion "tem sido alvo de perseguição do governo de Cristina
Kirchner, junto ao Grupo Clarín, por conta de seu posicionamento editorial
contrário às políticas da presidente" e que "o cerceamento dos
veículos de comunicação na Argentina tem o apoio do ex-presidente Lula".
Com a morte de Hugo Chávez, que conseguiu colocar a Venezuela no bloco durante
a suspensão do Paraguai, Brasil e Argentina dividem o comando político do
bloco. Uma mudança do alinhamento entre os países teria efeitos inevitáveis nos
rumos do Mercosul.
Alternativa
Na entrevista, Aécio também falou sobre a nova agenda do
PSDB e a importância de oferecer aos brasileiros uma alternativa à gestão
petista. "O Brasil está estagnado, econômica e politicamente. Necessitamos
de ideias e líderes novos para avançar", disse, destacando que o PSDB promoveu
"uma renovação profunda, não somente de quadros, mas também de métodos e
programas.
Seguindo a estratégia de recuperar a história da gestão
tucana no Palácio do Planalto, o senador não deixou de mencionar o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Na realidade, a agenda que ainda
está em execução no país foi proposta e inicialmente implementada por nós, pelo
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: a estabilidade monetária com o Plano
Real, a abertura econômica, as privatizações, a mobilização social e os primeiros
programas de transferência de renda direta que depois foram ampliados no
governo Lula", destacou.
Para o senador tucano, a principal bandeira do
partido em 2014 deverá ser permeada pela ética em todas as ações do governo.
"A pior herança que o PT como um todo deixará a seu sucessor é um padrão
ético extremamente baixo. Existe hoje uma espécie de condescendência do governo
com os atos de corrupção e as más práticas. Mostra disso é o grande número de
ministros que tiveram que deixar o governo por denúncias feitas pela imprensa,
que ainda não foram julgados", lamentou.Com informações do Brasil 247
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