Rui Martins
Berna (Suiça) - O jornalista
esportivo da televisão suíça pouco antes do término do jogo vencido pelo
Brasil, em Brasília, estava encafifado – não entendia por que a presidenta
Dilma tinha sido vaiada pelo público na solenidade de abertura.
“O estádio com o nome do grande jogador Garrincha é novo, tecnologicamente o mais moderno no mundo, e está sendo oferecido ao povo, e por que o povo vaia a presidenta ? É, na verdade, ela não tem carisma!”
Ué, pensei, será que isso é
ainda consequência da política suicida da presidenta Dilma, contada aqui por
mim, neste site, há quase um ano, dando conta de um evidente distúrbio
psicológico na presidenta, pelo qual premia a mídia que critica seu governo e
dá uma banana para os jornais e revistas a seu favor ?
Há um problema de síndrome
aí, de preferência pelo inimigo. Não sou eu quem possa solucionar, mas os que
com ela convivem no dia a dia, na Casa Civil, poderiam tentar alguma coisa,
antes de acontecerem novas vaias, cada vez mais perigosas por serem próximas
das eleições presidenciais.
Embora vivendo no Exterior
tenho testemunhado, nestes três anos, uma campanha insidiosa da grande mídia
contra o governo, contra a presidenta Dilma, contra o PT, sem existir um
retorno favorável, uma defesa, uma resposta no mesmo volume.
Ora, diante do grande circo
das denúncias, cotidiano e insistente, mas sem resposta, acaba ficando alguma
coisa, no subconsciente do povo.
Na coluna Governo financia a
direita, reproduzida amplamente pela miserável mídia de esquerda e por seus
blogs, que funcionam gratuitamente, levantava a questão do porquê do governo
Dilma se negar a dar, pelo menos um pouco de sôro, à mídia alternativa de
esquerda, já que Brasil de Fato, Caros Amigos (ainda existe?) e Correio do
Brasil são praticamente ignorados pelo governo, na distribuição das verbas de
publicidade a pretexto de terem poucos leitores... Ora, têm pouco leitores
justamente porque não dispõem de condições para competir com Folha, Globo,
Estadão.
A esponsável por essa
partilha de publicidade, favorecendo sempre a mídia de direita contra a mídia
nanica de esquerda, é Helena Chagas, sempre ao lado da presidenta nas excursões
ao Exterior. Ela é a prova viva da síndrome.
Não vou transcrever a coluna
de setembro do ano passado, mas alguém com mais tato que eu, deve enfim ter
peito para dizer à presidenta que se isso não mudar, sua reeleição pode ir pro
brejo.
O baixinho Getúlio foi
extremanente esperto ao financiar Samuel Wainer e sua Última Hora e mesmo assim
não conseguir evitar a campanha desfechada contra ele, a pretexto – o tema é
sempre o mesmo – de corrupção no governo.
Acorde presidenta Dilma se
não quiser passar outros vexames como os vividos em Brasília. É preciso
elaborar e implementar uma verdadeira política de apoio junto à mídia de
esquerda. Não será preciso que torçam os fatos, nem que existam conselhos de
jornalismo querendo enquadrar quem for contra o governo. Tudo pode ser feito de
maneira transparente entro das regras democráticas, sem continuar favorecendo
uma mídia adversária já mais que favorecida.
Se não é suicídio e
automasoquismo. Aqui na Europa, a mídia de esquerda não tem tratamento de
preferência, mas igualitário. Aí no Brasil, a preferência é sempre para a mídia
de direita. Ora, num governo de esquerda isso se torna incompreensível.
Direto da Redação
Um comentário:
Se a Dilma prometesse baixar o dólar e tirar os impostos das compras de Miami, seria ovacionada.
Lembre-se: entrada para o jogo a R$280,00.
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