Só o PT e Dilma não enxergam que Dudu traíra é candidato à presidente em 2014. Eduardo Campos, com eu já disse aqui, ainda faz parte da base aliada porque não quer largar os cargos comandados pelo PSB, principalmente os da CHESF.Eduardo não quer abrir mão dos bilhões de reais da CHESF.Não fosse isso ele já teria caído fora.O dado concreto, como diria o presidente Lula, é que Eduardo é candidato, sim.Essa entrevista dada por Dudu traíra ao Merdal Pereira diz tudo:
"Quem não quiser
pressão, que saia disso", comenta, rindo, o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos, mantendo a intenção de se candidatar à Presidência da República
em 2014. Na sua avaliação, "eles (o governo) deram uma pressão, fizeram um
cerco, achando que era para resolver logo, e não estão conseguindo resolver.
Estamos atravessando (as turbulências), convivendo com essa situação,
articulando internamente, andando para ver como é que vai ser a composição nos
estados".
Campos anuncia que está
construindo um entendimento para decidir sobre a candidatura no início de 2014,
até por causa dos companheiros que, "por circunstâncias locais", não
poderiam se decidir agora, "apostando que o tempo vai me ajudar a acumular
forças". Ele confia em que "as contradições regionais e a situação da
economia" possam favorecê-lo e, por isso, adiou o anúncio da decisão, que
seria em setembro deste ano.
"Uma decisão agora, com
a rede rasgada dentro do partido, seria expor o partido a um racha. Por mais
que a gente ganhe, não pode rasgar ao meio", argumenta. O prazo de
setembro, um ano antes da eleição presidencial de 2014, serve, porém, para
testar "quem está num projeto partidário e quem está num projeto pessoal.
Quem está num projeto regional e pessoal pode esperar setembro para tomar seu
destino. Aí, fazemos certa depuração".
Ele se refere ao prazo
mínimo para filiação a outro partido a fim de se candidatar nas eleições do ano
que vem. "Setembro é uma data que começa a complicar quem está fazendo o
jogo do PT. O cara vai ver que, se o partido tomar um rumo, e ele, outro, a
situação vai ficar difícil para ele. Quem ficar depois de setembro vai ter o
compromisso com o projeto do partido."
O governador pernambucano
acha que foi por essa questão de tempo que o governo deu "essa pressão
toda", movido não só por interesse próprio, "como também por gente
que está aqui dentro do PSB". O grande fato que Campos comemora é que está
fazendo um ano que o PSB decidiu enfrentar o PT lançando um candidato à
prefeitura de Recife (Geraldo Julio, que venceu no primeiro turno) e em outros
estados do país.
"Nestes 12 meses, quem
foi que ganhou?", pergunta, para responder: "Nós (PSB) aumentamos de
tamanho, passamos a estar no tabuleiro nacional, nosso pessoal passou a ser
prestigiado, e o que é que eles ganharam nestes 12 meses? Tirando São Paulo,
não ganharam a eleição municipal, estão metidos em uma situação muito mais
complicada do que 12 meses atrás, com muito mais evidência de que há
contradições na aliança, sobretudo nos quadros regionais."
Campos diz que, "onde
eles atentaram contra nós, a gente foi lá e montou um palanque melhor, que está
na frente nas pesquisas". Ele se refere à estratégia traçada pelo
vice-presidente Michel Temer, que levou para o PMDB o empresário José Batista
Júnior, do Grupo JBS, que era o candidato do PSB ao governo. O PSB reorganizou
seu palanque em Goiás com a filiação de outro empresário, Vanderlan Cardoso, e
ainda conquistou o apoio do líder do Democratas na Câmara, Ronaldo Caiado.
Agora, analisa, "é ter
paciência, e fôlego, para atravessar até a data fatal de filiação". Campos
avalia que as pesquisas devem estar deixando mais nervoso para se decidir quem
achava que a reeleição era fácil. "Conseguimos passar essa pressão toda, e
agora eles estão na dúvida. Como é que devem nos tratar? Porque, se der mais
tiro, vitima, se der menos tiro, eu fico vivo".
Ele admite que está lutando
"contra forças muito grandes", mas avisa que, apesar das pressões
sobre os governadores, "a maioria deles conversa bem comigo. Eu entendo a
situação, não tem estresse deles comigo. Mas eles começam a ver também que, o
que dizem que vão fazer, não fazem, quando o PT vê no âmbito local o sujeito em
uma posição de submissão, começa a ficar arrogante, achando que manda no
pedaço, é a prática deles".
Campos diz que, "quando
você precisa dar um cerco por cima desse jeito para ganhar a eleição, não é um
bom sinal, passa a sensação de fragilidade, e também de truculência". Ele
garante que não tinha qualquer expectativa de que as pesquisas de opinião mudem
de forma substancial tão cedo. "E não seria nem bom. Imagina se eu
estivesse um pouco acima, o que não estariam fazendo? Com 6%, eles estão desse
jeito, imagina se tivesse mais."
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