Por Fernando Brito, do Tijolaço
Como era de se esperar, Lula reagiu com gosto às provocações lançadas
por Fernando Henrique Cardoso anteontem à noite no programa do PSDB,
onde o tucano o acusou de ter sido o governo do petista a fonte de todos
os "erros e desvios" que ele diz terem tomado conta do Brasil.
"Eu vi o programa do nosso adversário na terça-feira. Fico
triste, porque um homem que foi presidente da República, letrado como
ele é, não tinha o direito de falar a bobagem que ele falou".
Triste, Lula, só se for pela pequenez de FHC, mas do ponto de vista da política, ele fez tudo o que não devia fazer.
E vai ler, espumando, o que você diz:
"Se ele quisesse falar de corrupção, ele precisaria contar para
este país a história de sua reeleição. Eu espero que, com a mesma
postura com que ele foi agredir o PT ontem à noite, ele diga – se não
quiser dizer para mim não tem problema, eu sei como foi. Senta na frente
do seu neto e conta pra ele. Seja verdadeiro".
"Ele deveria contar ao país a história de sua reeleição".
Lula entrou direto no ponto mais fraco de FHC nesta discussão:
"Não teve no nosso mandato 'engavetador' no Ministério Público e
não teve afastamento de delegado da Polícia Federal por investigar. Só
há um jeito das pessoas não serem incomodadas neste país, é serem
honestas, é fazerem a coisa certa. Não tem tapete para esconder a
sujeira. No tempo deles, só tinha tapete"
E foi claro ao registrar que é contra ele, mais que contra Dilma, que os tucanos querem atingir:
"Eu estou assustado. Agora, eles já não querem mais atacar a
presidente Dilma Rousseff. Eles já estão pensando que tem de balear o
Lula, pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar
vivo".
Se vai estar vivo – e tudo indica que sim – ninguém pode saber, mas
que está vivíssimo para não deixar escapar a polarização que, na sua
histeria, os tucanos propuseram em seu programa de TV, está, e muito.
"A presidente foi eleita pelo voto direto. Quem não gostar dela, e quiser eleger o seu, espera as próximas eleições"
Sem golpe.
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