Blogueiro Miguel do
Rosário ressalta que "há tempos" o doleiro "se tornou um delator
profissional, de aluguel", e que "entendeu brilhantemente qual é o jogo
de Sergio Moro e dos procuradores: sabe que se não seguir o jogo, Moro o
trancará em suas masmorras"; suas declarações à CPI nesta
segunda-feira, em seu "bilionésimo depoimento", já são repercutidas
"histericamente" pela mídia; "O doleiro agora volta a fazer insinuações
contra PT e Planalto, acusa um monte de gente sem provar", aponta o blog
Por Miguel do Rosário, do Cafezinho
A grande mídia começa a repercutir, histericamente, o bilionésimo
depoimento de Alberto Youssef, desta vez para a CPI da Petrobrás. O
doleiro agora volta a fazer insinuações contra PT e Planalto, acusa um
monte de gente sem provar.
Youssef é um jogador político exímio. Inclusive acusa algumas pessoas de oposição, para dar legitimidade às suas denúncias.
Há tempos se tornou um delator profissional, de aluguel.
Sabe que se não seguir o jogo, Moro o trancará em suas masmorras. Em,
caso contrário, será perdoado pela enésima vez, pelo mesmo Sergio Moro.
É bom lembrar os seguintes fatos (sugiro que entrem em todos os links):
1) O advogado de Youssef, Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, trabalhou com o PSDB durante muitos anos.
2) O mesmo advogado de Youssef já beneficiou, enquanto conselheiro da
Sanepar, o principal patrocinador da campanha de Álvaro Dias, senador
tucano que também voou muito nos jatinhos do doleiro. Esse patrocinador,
Joel Malucelli, primeiro suplente de Alvaro Dias, é dono das
repetidoras da Globo no Paraná e o homem mais rico do estado. Seu
principal negócio está na construção civil e seria o principal
beneficiado pelo desaparecimento ou falência das empreiteiras envolvidas
na Lava Jato. .
3) Alberto Youssef tem um longo histórico como operador do PSDB.
4) Há um fator ainda mais grave. Na delação anterior, para o mesmo
Sergio Moro, o doleiro usou a delação premiada para destruir seus
concorrentes, e emergir como o maior doleiro do país. Ou seja, Youssef
aprendeu a usar a instituição da delação premiada, sendo que o "prêmio"
que se autoconcedeu foi bem maior do que o oferecido oficialmente pelo
Estado. Há denúncias de que contou com a cooperação do Judiciário e do
Ministério Público.
5) Youssef acusa a cunhada de Vaccari, e com isso salva a pele de
Sergio Moro, cuja principal desmoralização das últimas semanas foi ter
mandado prendê-la, "por engano", após achar que ela era que aparecia num
vídeo (não era ela) depositando R$ 2 mil na conta da irmã. Com a
delação de Youssef, Moro ganha uma sobrevida política.
O fato de ter mentido em suas delações anteriores é omitido pela mídia.
O importante aqui não é mais provar nada, e sim materializar uma
condenação política e midiática, que não precisa passar pela irritante
burocracia do código penal, que confere aos cidadãos o direito a um
segundo julgamento e a recursos.
Vale tudo em nome da política.
Só que a Lava Jato parece estar gastando seus últimos cartuchos. As
conspirações judiciais entraram numa fase mais desesperada. Neste final
de semana, a Folha vazou uma delação que sequer foi assinada por um
empresário. Ou seja, delatou o próprio delator! Se já é um absurdo, e
uma violação do sentido da delação premiada (que não é dar razão ao
bandido), o vazamento de seu conteúdo antes que haja provas, o que dizer
deste vazamento antes mesmo que o delator celebre um acordo com a
promotoria, ou seja, que assine um depoimento?
As insinuações contra Lula refletem o "momentum", que é de trucidar a imagem do ex-presidente.
A Globo, através da Época, iniciou uma campanha fortíssima contra
Lula, e é ingenuidade das redes sociais pró-lulistas achar que os
desmentidos foram suficientes.
A Globo sabe o que está fazendo. As redes sociais antipetistas, que
incharam desmesuradamente nos últimos meses, são fechadas. Ali não
entram os desmentidos do Instituto Lula, nem as matérias dos blogs, nem
as "hashtags" da militância petista.
Essa guerra não será vencida com tuitáço. E sim com uma ampla
estratégia de comunicação, na qual o governo federal deveria participar,
em nome da democracia, da honra de seu partido, e da verdadeira
justiça.
No atual estágio da luta política, não existe mais separação entre Dilma e PT. Isso é bobagem. Agora ambos estão no mesmo barco.
A destruição de um é a destruição de outro. E vice-versa.
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